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13/05/2008 - 07h59

André pendura as luvas e esquece o futebol para se dedicar à vida familiar

  No começo era uma coisa simples, mas acabou comprometendo a cartilagem. Quando voltei aos treinos eu não era o mesmo e continuar só pela grana nunca foi minha maneira de trabalhar
André, sobre a lesão no joelho que o fez abandonar o futebol
André Doring

25/6/1972

Venâncio Aires-RS

Times
- Internacional - 1992 a 1998 e 2004 a 2005
- Cruzeiro 1998 a 2003
- Juventude 2006 e 2007
Títulos
- Brasileiro - Cruzeiro (2003)
- Copa do Brasil - Inter (1992) - Cruzeiro (2000/2003)
- Gaúcho - Inter (1992/94/97/2004/2005)
- Mineiro - Cruzeiro (2003)
- Recopa Sul-Americana - Cruzeiro (1998)
Vinicius Simas, para o Pelé.Net

PORTO ALEGRE - Foram 15 anos de títulos, grandes defesas, diversas lesões graves, até que em janeiro deste ano o goleiro André decidiu encerrar uma carreira honrosa. Revelado no Inter, passou a vida na elite do futebol nacional. Só defendeu três clubes e, cansado das dores dos machucados, decidiu pendurar as luvas e curtir a prazerosa profissão de pai.

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Aos 35 anos, cansado de sofrer com lesões graves, goleiro só quer saber de ser papai
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Quando surgiu nas categorias de base do Beira-Rio, no início dos anos 90, foi apontado como o sucessor de Taffarel. Passou alguns anos na reserva, mesmo assim vivendo grandes momentos, como em 1997, ao ser convocado para a seleção brasileira. Seguro debaixo das traves, teve de engolir críticas segundo as quais seu defeito era a saída do gol.

Aos 35 anos, o goleiro que sempre demonstrou frieza dentro de campo, fez um balanço de sua carreira e decretou a aposentadoria. "Recebi propostas de clubes paraguaios. O Sangaletti (ex-companheiro nos tempos de Inter) quis saber se eu gostaria de ir para o Náutico também, mas já tinha alimentado bem a idéia e resolvi parar".

Com residência em Porto Alegre, André deixa de orientar os zagueiros para acompanhar ao lado da esposa Cristiane o crescimento da filha Bruna, de seis anos. "Atuar mais ou menos não dá. Mancharia minha carreira. Pensei bem, decidi pegar o meu chapéu e agora quero umas férias bem longas. Vou dar um tempo no futebol", revelou, com a serenidade de sempre.

Muitas lesões atrapalharam a carreira
Não fossem as constantes lesões que o afastaram dos gramados, o goleiro poderia ter seguido em atividade por mais alguns anos. "Tive todo tipo de problema", diz, sem conseguir listar todas as vezes que se machucou. No Cruzeiro, por exemplo, rompeu os ligamentos dos dois joelhos.

Em 2007, no Juventude, André só atuou meia temporada e a lesão parece ter sido a gota d'água. Tanto que no início desse ano refletiu sobre sua vida, deu prioridade à família e tomou a decisão, que garante não ter sido dolorida. "Tinha mais dois anos de Juventude, mas torci o ligamento cruzado do joelho esquerdo e precisaria muito tempo de recuperação. O clube, por isso, poderia até não honrar o contrato".

Um dos momentos mais dramáticos ocorreu na final do Gauchão de 2005. Até os 24 minutos da decisão, fazia uma partida impecável, mas numa dividida com o centroavante Jacques, do 15 de Novembro, acabou quebrando o antebraço esquerdo em dois lugares. Foi levado ao Hospital, de onde viu o time ser campeão.

Os jogos memoráveis
Nos quinze anos como goleiro, André destaca duas partidas em que sua atuação foi destacada. "De especial teve aquela decisão nos pênaltis contra o Santos", lembra. Pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil, no Beira-Rio, o Inter venceu por 2 a 0, devolvendo o placar sofrido na Vila Belmiro. Nas penalidades, ele pegou duas cobranças, garantindo o 3 a 2 que classificou a equipe gaúcha. "Não fui herói, o mérito foi do grupo", ameniza.

O mesmo não se pode dizer da goleada do Cruzeiro por 3 a 0 (dia 7 de outubro de 1999) sobre o Palmeiras, pela Copa Mercosul. "Era para ter sido 8 a 8, porque não tinha marcação, parecia jogo de ataque contra defesa. Tive muito trabalho. O Marcos (goleiro alviverde) também não deve ter esquecido daquela partida", finalizou.

De cabeça erguida, André sai dos gramados, mas não da memória dos torcedores de Inter, Cruzeiro e Juventude, os únicos três clubes que defendeu.

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