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Era um jogo de pressão para ambos os lados. Pelo lado do Palmeiras, pesava o fato de o clube não chegar à final do Campeonato Paulista desde 1999, quando foi superado pelo Corinthians na decisão. No São Paulo, além de ter superado as dificuldades com um gás no vestiário, a vaga na final contra a Ponte Preta representaria o fim dos boatos de erro no planejamento em contratações. Mas o alviverde fez valer a pressão das arquibancadas e levou a melhor na semifinal disputada no Parque Antarctica, batendo o rival tricolor por 2 a 0.
Agora, o São Paulo dedica-se exclusivamente à Copa Libertadores, onde na próxima quarta-feira define ou não sua classificação às oitavas-de-final do torneio, contra o Atlético Nacional, no Morumbi. Antes de enfrentar a Ponte Preta pela final do Paulista, o Palmeiras ainda encara na quinta-feira os pernambucanos do Sport, pela Copa do Brasil, em casa.
O duelo que começou com falatório entre dirigentes durante a semana foi altamente estudado pelos dois times nos minutos iniciais da partida. Parecia que o gol só sairia de uma falha de uma das defesas. E arriscando mais por precisar reverter o placar de 2 a 1 do primeiro confronto do Morumbi, na semana passada, o Palmeiras se arriscou mais ao ataque. E conseguiu a falha esperada. Em jogada individual de Léo Lima, o meia tentou de longe bater Rogério Ceni. E conseguiu, com uma bola de efeito, enganar o são-paulino, que se antecipou pulando para o lado direito, enquanto a bola morria no meio de seu gol: 1 a 0. A falha do gol da desclassificação ficou nas costas do maior ídolo são-paulino: Rogério Ceni. O aclamado camisa 1 tricolor errou na hora de tentar a defesa. "Não vi o chute e ela [a bola] balançou demais", disse o arqueiro, antes de partir para o vestiário. Mas o camisa 27 palmeirense ainda tentou eximir o são-paulino da falha. "A bola saiu com um pouco de efeito e acabou enganando ele [Rogério]". Não fosse o episódio do gás no vestiário são-paulino durante o intervalo, a partida teria primado somente pela emoção da disputa em campo. Os atletas do tricolor precisaram ficar no gramado durante os 15 minutos de intervalo para não inalarem a substância. "Quando o Muricy ia começar a palestra, começamos a sentir o gás, veio pela janela. Ficou impossível de respirar, era altamente irritante pras narinas e pros olhos", relatou José Sanchez, médico tricolor. O clima com o gás parece ter mexido com os são-paulinos, que passaram a pressionar mais na segunda etapa. Tentaram várias vezes, em cobranças de escanteios, encontrar Adriano ou seus zagueiros grandalhões para chegarem ao empate. Em vão. Sem André Dias, expulso por cometer falta em Valdivia, ficou fácil para os palmeirenses atacarem em velocidade com Lenny e Denílson. E foi numa arrancada de Wendel, que também entrou no segundo tempo, que o Palmeiras ampliou. Venceu os zagueiros são-paulinos na corrida e não foi fominha. Deixou para Valdivia a autoria do tento: 2 a 0 para explodir a torcida palmeirense e fazer faltar luz no estádio, dois minutos depois do gol, sem maiores explicações. O apagão durou cerca de 15 minutos. Só a torcida palmeirense não apagou. Seguiu gritando, comemorando e apoiando a equipe, até mesmo quando Martinez foi expulso por jogada violenta em Fábio Santos. Soltou um "é campeão" mesmo na partida que colocou o time na final. Para o São Paulo já não havia mais muito o que fazer. Restou ouvir, pacientemente para não perder a calma no jogo, os gritos de olé das arquibancadas. PALMEIRAS 2X0 SÃO PAULO PALMEIRAS Marcos; Élder Granja, Gustavo, Henrique e Leandro; Martinez, Léo Lima, Diego Souza (Wendel) e Valdivia; Alex Mineiro (Lenny) e Kléber (Denílson) Técnico: Vanderlei Luxemburgo SÃO PAULO Rogério Ceni; Alex Silva, André Dias e Miranda; Joilson (Sérgio Mota), Fábio Santos, Hernanes, Jorge Wagner e Júnior (Hugo); Dagoberto (Borges) e Adriano Técnico: Muricy Ramalho Local: estádio Parque Antarctica, em São Paulo Data: 20/04/2008, domingo Árbitro: Wilson Luiz Seneme Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto Público:27.680 pagantes Renda: R$ 1.140.355,00 Cartões amarelos:Élder Granja (Pal), Dagoberto (SP), Fábio Santos (SP), André Dias (SP), Valdivia (Pal), Jorge Wagner (SP), Rogério Ceni (SP) Cartão vermelho:André Dias (SP), Martinez (Pal) Gols: Léo Lima, aos 22min do primeiro tempo. Valdivia, aos 39 minutos do segundo tempo UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s) |