! Romário chora no STJD e é absolvido da acusação de doping - 14/02/2008 - UOL Esporte - Futebol
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14/02/2008 - 15h56

Romário chora no STJD e é absolvido da acusação de doping

Do UOL Esporte
No Rio de Janeiro *
O atacante Romário está livre para voltar a jogar. Nesta quinta-feira, o atacante foi absolvido pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por unanimidade (7 a 0), por ter sido pego no exame anti-doping por uso da substância proibida finasterida. Em dezembro, o Baixinho havia sido suspenso por 120 dias pela Segunda Comissão do mesmo Tribunal, por 3 votos a 2.

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Após absolvição, veterano Romário deixa tribunal do STJD com os olhos marejados
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"Graças a Deus estou aliviado. Vim aqui para me limpar. Consegui salvar a minha honra. O Tribunal foi sensato, saí vitorioso e estou feliz. Continuou sendo um esportista limpo", declarou Romário na saída do Tribunal.

O ex-jogador e treinador do Vasco se disse machucado pela "mancha" que conviveu por três meses. "Agora estou mais jovem. A vida segue", concluiu Romário.

O tetracampeão mundial, que compareceu ao julgamento acompanhado pelos advogados Mario Pucheau e Marcos Motta, se emocionou ao comentar os fatos, chorou e a sessão chegou a ser interrompida. Na parte final, o acusado voltou a se emocionar, quando viu que conseguira a absolvição. Também estiveram presentes o presidente do Vasco, Eurico Miranda; o vice de futebol vascaíno, José Luis Moreira, e o supervisor do clube, Paulo Angioni.

Romário e Eurico conversaram durante o julgamento. O jogador tem contrato com o Vasco até 30 de março, mas está em litígio com o clube desde a semana passada, quando não aceitou uma interferência do dirigente na escalação da equipe, que também treinava. Após deixar São Januário, o atacante chegou a se reunir com o vice de futebol do Flamengo, Kleber Leite, e afirmou ter gostado de um projeto que o Rubro-Negro tem para ele, relacionado a jogos de despedida e ações de marketing.

Ao relatar os fatos, Romário disse que estava muito nervoso, por jamais ter enfrentado uma situação como esta. Ele admitiu que há dez anos faz uso de remédios contra a calvície, que fez sete exames anti-doping no período e nunca nenhum problema acontecera. Também falou que no dia em que exame deu positivo, ele informara aos médicos do clube que estava usando o remédio. Quase ao final do julgamento, Eurico afirmou que "consta dos autos a declaração do atleta confirmando que ingere a finasterida e que os médicos do Vasco nada têm a ver com isso".

Os votos

Após o procurador Paulo Schmitt ter pedido a condenação do atleta, já que a finasterida segue sendo uma uma substância proibida e que mascara outras dopantes, o relator do processo, Caio Rocha, votou pela absolvição de Romário.

Na seqüência, os auditores José Mauro Couto, Paulo Valled, Francisco Mussnich, Eduardo Machado e Marcílio Krieger e o presidente do STJD, Rubens Approbato Machado, acompanharam o voto do relator, garantindo a vitória do jogador, por 7 a 0. Ao dar o seu voto, Eduardo Machado fez um comentário: se Romário usava o remédio há dez anos e fizera exames no período, que nada apresentaram, alguma coisa errada aconteceu na realização dos exames.

Ao encerrar a sessão, Rubens Approbato Machado, comentou porque negara três pedidos de efeito suspensivo e disse que faria de novo. Ele afirmou também que "todas as famílias estavam de olho no julgamento, porque Romário é um mito e um mito precisa dar o exemplo". Ele disse ainda que o fato de Romário ter ficado 70 dias sem jogar já era "o suficiente para ele aprender". O advogado também comparou o caso do atacante ao do argentino Diego Maradona. Segundo ele, caso Romário fosse condenado pelo Pleno "ficaria com a carreira suja e poderia ser apontado como um Maradona brasileiro. Mas que Romário merece respeito e que é totalmente diferente o caso dele".

Entenda o caso

Romário foi condenado a 120 dias de suspensão por ter sido pego no exame anti-doping, realizado após a partida contra o Palmeiras (2 a 2), no dia 28 de outubro, pelo Campeonato Brasileiro, em São Januário. A amostra detectou a presença da substância proibida finasterida, habitualmente encontrada em remédios contra a queda de cabelo. Ele infringiu o artigo 244 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (Ser flagrado, comprovadamente dopado, dentro ou fora da partida, prova ou equivalente), que prevê a pena de suspensão de 120 a 360 dias e eliminação na reincidência.

O tetracampeão mundial foi julgado pela segunda comissão do STJD em 18 de dezembro, em uma audiência a qual não compareceu. Desde então, o departamento jurídico do Vasco tentou três efeitos suspensivos, todos negados pelo presidente do Tribunal.

* Com agências internacionais

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