01/02/2008 - 17h28

Prorrogação de contrato aproxima 'era Muricy' dos 'anos Telê'

Leandro Canônico*
Em São Paulo

Muricy Ramalho não esconde de ninguém que Telê Santana foi seu mestre. Muitas vezes faz até questão de lembrar ensinamentos do técnico mais vitorioso da história do São Paulo. Com o contrato prorrogado até o final de 2009, o atual treinador tricolor está longe de igualar as conquistas do ex-comandante, mas ao menos tem a chance de chegar perto no tempo de permanência na casa.

TÉCNICOS PÓS 'ERA TELÊ SANTANA'

Telê Santana ficou cinco anos como técnico do São Paulo e fez história

Muricy Ramalho 31/01/96 a 19/07/96, 3/11/96 a 13/4/97 e 18/1/2006 até hoje Títulos: Copa Conmebol (1994) e Brasileiro (2006 e 2007) Números: 259J, 142V, 71E, 46D
Carlos Alberto Parreira 8/8/96 a 26/9/96 Números: 21J, 7V, 6E, 8D
Darío Pereyra 20/4/97 a 11/2/98 Números: 63J, 25V, 22E, 16D
Nelsinho Baptista 14/2/98 a 20/9/1998 e 23/6/2001 a 12/5/2002 Títulos: Paulista (1998) Números: 108J, 52V, 22E, 34D
Mário Sérgio 30/9/1998 a 12/11/1998 Números: 10J, 3V, 1E, 6D
Paulo César Carpegiani 17/1/1999 a 11/12/1999 Números: 67J, 40V, 9E, 18D
Levir Culpi 15/1/2000 a 30/11/2000 Títulos: Paulista (2000) Números: 78J, 42V, 18E, 18D
Oswaldo Alvarez 19/1/2001 a 23/5/2001 Títulos: Rio-São Paulo (2001) Números: 30J, 16V, 4E, 10D
Oswaldo de Oliveira 19/5/2002 a 1/5/2003 Números: 59J, 32V, 13E, 14D
Roberto Rojas 4/5/2003 a 14/12/2003 Números: 52J, 28V, 13E, 11D
Cuca 21/1/2004 a 1/9/2004 Números: 51J, 30V, 8E, 13D
Emerson Leão 8/9/2004 a 17/4/2005 Títulos: Paulista (2005) Números: 45J, 27V, 12E, 6D
Paulo Autuori 8/5/2005 a 18/12/2005 Títulos: Copa Libertadores (2005) e Mundial de Clubes (2005) Números: 55J, 26V, 11E, 18D

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Desde a saída de Telê Santana no começo de 1996, por problemas de saúde, nenhum técnico havia completado um ano no comando do São Paulo. Muricy conseguiu esse feito ao renovar contrato no final da temporada 2006, quando venceu o Brasileiro. Antes disso, outros 12 profissionais passaram pela equipe.

Caso cumpra seu contrato atual até o fim, Muricy Ramalho completará quatro anos no comando do São Paulo. Faltaria, então, mais um ano para ele igualar a marca de Telê Santana. Embora tenha a característica de trabalhos de longo prazo, ele não acredita nisso: "É muito difícil acontecer. O Telê é um mito".

Técnico do São Paulo na conquista de três títulos (Copa Conmebol, em 1994, e as edições 2006 e 2007 do Campeonato Brasileiro), Muricy está distante das dez conquistas de Telê (Mundial, 1992 e 1993, Libertadores, nos mesmos anos, Paulista, 1991 e 1992, Brasileiro, 1991, Supercopa, 1993, e Recopa, 1993 e 1994).

Mas em termos de aproveitamento dos pontos disputados, o atual treinador leva vantagem. Em suas três passagens pelo clube do Morumbi (duas em 1996 e a de agora), o técnico comandou o time em 259 partidas, com 142 vitórias, 71 empates e 46 derrotas, retrospecto de 64%.

Telê Santana, por sua vez, teve duas passagens pelo clube do Morumbi. A primeira em 1973 e a segunda de 1990 e terminou no início de 1996. Somando-as, o ex-treinador, morto em 2006, esteve à frente do time tricolor em 410 jogos, com 197 vitórias, 122 empates e 91 derrotas, aproveitamento de 58%.

"As coisas aconteceram de repente. Estou bem aqui, me sinto bem e essa é uma característica minha: ficar nos clubes por muito tempo. No São Paulo me dão liberdade para trabalhar e confiam no meu trabalho", falou Muricy sobre a prorrogação do seu contrato até dezembro de 2009.

Antes de Muricy Ramalho se firmar como técnico do São Paulo, apenas três treinadores estiveram perto de completar um ano no comando da equipe. Foram eles Paulo César Carpegiani, Levir Culpi e Oswaldo de Oliveira. Apenas o segundo, porém, conquistou título: o Campeonato Paulista de 2000.

Outros, como Nelsinho Baptista e Emerson Leão, também conquistaram um Paulista, mas o mais vitorioso de todos nesse período foi Paulo Autuori, antecessor de Muricy. Substituto de Leão, ele liderou o time nas conquistas da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes em 2005.

Em seguida, assim como fez Leão depois de conquistar o Campeonato Paulista daquele ano, trocou o clube tricolor pelo futebol japonês.

*Colaborou Marcius Azevedo