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24/12/2007 - 09h01

Após 7 anos na Grécia, Eduardo Amorim quer voltar ao Brasil

Bernardo Lucas, do Pelé.Net

BELO HORIZONTE - Depois de sete anos como técnico no futebol grego, Eduardo Amorim, campeão da Copa do Brasil pelo Corinthians, em 1995, quer voltar ao Brasil para prosseguir sua carreira de treinador. Ele esteve no país, em meados deste ano, quando fez contatos e retornou à Atenas, capital da Grécia, onde mora com a família e espera a definição do seu futuro.

Arquivo pessoal
Eduardo Amorim esteve no Brasil em meados deste ano para fazer contatos
Caso não apareça uma proposta interessante para voltar a trabalhar em seu país, Eduardo Amorim, 57 anos, retomará seu trabalho na Grécia, onde acredita ter mercado garantido. Ele não está trabalhando, no momento, em razão de uma cirurgia no nervo ciático ao qual foi submetido o seu filho Fábio, no início de setembro último.

"Estamos resolvendo ainda. Se surgir alguma proposta boa no Brasil a gente volta. Já deixei algumas coisas aí, já tenho alguns contatos. Tenho um procurador para resolver estas situações e estamos aguardando", afirmou o treinador, por telefone, ao Pelé.Net.

Eduardo Amorim aposta no seu "currículo bom" para encontrar um clube que queira contratá-lo no Brasil. "Já treinei grandes equipes como o Corinthians e Atlético e espero pode voltar. Se não aparecer nada, vou permanecer aqui na Grécia", revelou o treinador, que como jogador era conhecido como "Eduardo rabo de vaca", em função do drible da vaca, que era sua especialidade.

Embora queira voltar ao Brasil, Eduardo Amorim revela que sua experiência na Grécia lhe trouxe "grande felicidade" e o sentimento de muitos desafios vencidos com determinação. Ele garante não se arrepender da opção feita de trabalhar em futebol de menor projeção, com pouca técnica e muita força física, e em um país de hábitos e culturas tão diferentes, que dificulta a adaptação.

JOGADOR DE APENAS 3 TIMES
Em 18 anos como jogador, Eduardo Fernandes Amorim defendeu as cores de três clubes, sendo dois deles de grande porte, Cruzeiro, onde ficou 12 anos, e Corinthians, em que atuou cinco, além do Santo André. No time do ABC paulista encerrou sua carreira em 1986. Segundo ele, o título mais importante como atleta foi o da Libertadores, em 1976.
"Sem duvida foi um título muito importante. Era uma competição diferente do que é hoje, era uma verdadeira guerra, jogos muito difíceis bem disputados", comentou Eduardo Amorim, que foi jogador de rara técnica, que ficou conhecido pelo "drible da vaca", onde jogava a bola para um lado e pegava do outro.
Eduardo Amorim não tem dúvida que em sua época de jogador, a técnica era maior que hoje e também o diferencial. "Hoje, ainda tem técnica, principalmente no Brasil. Hoje, eu vejo que o físico está sendo o diferencial, mas a qualidade dos atletas ainda é importante e em muitos casos fica claro isso, como é o caso do Éder Luís, por exemplo", disse.
ACASO LEVA AMORIM À GRÉCIA
"Enfrentei grande resistência principalmente quanto à forma de treinamento que tentei implantar. Trabalhei mais forte com eles, buscando sempre treinar e desenvolver os fundamentos. Quando resolvia treinar em dois períodos sempre tinha reclamação, pois eles pensam que fez a pré-temporada está tudo resolvido", revelou Eduardo Amorim.

Segunda Divisão

Para aumentar seus desafios, o ex-craque de Cruzeiro e Corinthians se arriscou no comando dos desconhecidos Apollon, Neciniakos e Kalamata, clubes da segunda divisão do futebol grego, bem diferentes dos famosos Olympiakos, AEK Atenas e Panathinaikos, que são os grandes clubes de lá, com estrutura e jogadores de melhor condição técnica.

"Os times mais conhecidos têm uma grande estrutura, com grandes campos e muito mais dinheiro. Os menores têm problemas, falta um pouco mais de estrutura, mas são todos geridos por empresas, então a questão financeira não tem nenhum problema. Nunca fiquei sem receber um salário. Acho que eles deveriam investir mais na base, que acaba ficando esquecida aqui na Grécia", comentou.

Eduardo Amorim revela que conseguiu subir, por duas vezes, suas equipes da segunda para a primeira divisão, o que lhe rendeu o reconhecimento profissional. "É tudo mais difícil. As equipes só se reforçam com jogadores mais velhos, que têm a data de validade vencida na primeira divisão. Eles se esquecem da categoria de base, não investem nos garotos", analisou.

Mineiro de Montes Claros, no Norte de Minas, Eduardo Amorim divide a sua carreira de treinador em duas fases. A nacional, quando treinou clubes tradicionais como Corinthians, Atlético-MG, Sport e Portuguesa. A outra fase é a internacional, vivida desde 2000 na Grécia. No Brasil, segundo ele, a sua melhor temporada foi em 1995 quando assumiu o cargo de técnico do Corinthians, depois de trabalhar como auxiliar de Mário Sérgio.

No mesmo ano, ele conquistou seus dois principais títulos como treinador: campeão paulista e da Copa do Brasil. "A Copa do Brasil foi muito significativa, porque foi uma conquista invicta e veio firmar minha carreira como técnico", afirmou Eduardo Amorim, que, no entanto, considera que o peso dessa conquista é o mesmo do título paulista. "Cada conquista na minha carreira tem a importância do dever cumprido", ressaltou.

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