! Herói quase vira vilão na 'final mais emocionante' de Brasileiro - 31/10/2007 - UOL Esporte - Futebol
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31/10/2007 - 23h50

Herói quase vira vilão na 'final mais emocionante' de Brasileiro

Careca
Atacante do São Paulo de 1986
"A final mais emocionante de um Campeonato Brasileiro. É assim que eu defino aquela decisão de 1986 entre São Paulo e Guarani. Como de costume nos confrontos das equipes, o jogo foi bom no início, no meio e no fim. Foram dois gols no tempo normal, mais quatro na prorrogação e depois os pênaltis.

BICAMPEONATO EM 1986
Folha Imagem/Arquivo
O ex-atacante Careca foi um dos principais ídolos do São Paulo na década de 80
SÃO PAULO É PENTACAMPEÃO
2006: LEIA O RELATO DE FABÃO
1991: LEIA O RELATO DE RAÍ
1977: LEIA O RELATO DE CHICÃO
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Tanto o time do São Paulo como o do Guarani naquela época eram equipes ofensivas, leves e que davam espetáculo. Quando a gente falava vamos jogar e fazer o gol não tinha outro jeito, a gente ia lá e fazia mesmo. Nós tínhamos uma facilidade enorme de nos comunicarmos em campo. Até no escuro.

Embora eu tenha errado o pênalti depois na decisão (que terminou 4 a 3 para o São Paulo), na prorrogação eu fiz o terceiro gol do time. Foi um jogo inesquecível para mim, principalmente porque era a primeira grande final que eu fazia contra o Guarani, que foi o clube que me revelou para o futebol.

Eu até esperava vaias e xingamentos da torcida no Brinco de Ouro, mas eu só ouvi aplausos, tanto dos são-paulinos quanto dos torcedores do Guarani. Afinal, aquela decisão foi um espetáculo. Os dois times deram um show.

A vantagem que levamos é que nosso grupo era muito forte, com jogadores de muita técnica, como Pita, Muller...Além do Gilmar, que nos salvou com muitas defesas milagrosas. Ele foi muito importante naquela conquista.

Além disso, o nosso relacionamento extra-campo favorecia o time. Nós tínhamos um convívio de família, uma união muito grande. Acabava o treino ou o jogo e continuávamos com aquela amizade fora do trabalho.

Essa final foi muito importante para mim porque marcou o reencontro onde tudo começou, em Campinas. Mas eu não me abalei, não, sempre fui muito frio com essas coisas e estava defendendo as cores de outra equipe."


GUARANI 3 (3) X 3 (4) SÃO PAULO

GUARANI
Sergio Néri; Marco Antonio, Valdir Carioca, Ricardo Rocha e Zé Mario; Tosin, Tite, (Vágner) e Marco A. Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo
Técnico: Carlos Gainete

SÃO PAULO
Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Muller, Careca e Sidney (Rômulo)
Técnico: Pepe

Data: 25/02/1987
Local: estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)
Árbitro: José de Assis Aragão
Público: 37.370
Gols: Nelsinho (contra) para o Guarani e Bernardo para o São Paulo, no tempo normal; Boiadeiro e João Paulo para o Guarani e Pita e Careca para o São Paulo, na prorrogação
Pênaltis: Darío Pereyra, Fonseca, Rômulo e Wagner Basílio marcaram para o São Paulo (Careca errou); Tosin, Valdir Carioca e Evair acertaram para o Guarani (Boiadeiro e João Paulo desperdiçaram)

Hospedagem: UOL Host