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30/10/2007 - 10h30

Apresentação em Zurique expõe 'globais' e estereótipos brasileiros

Leandro Canônico
Em Zurique (Suíça)
A apresentação brasileira pela Copa de 2014 na sede da Fifa em Zurique (Suíça) nesta terça-feira foi uma compilação de "chavões" nas oratórias, uso de imagens estereotipadas do turismo e de artistas da Rede Globo. Até uma reportagem do Jornal Nacional foi colocada no material que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) preparou para sua candidatura. Depois das declarações brasileiras, que duraram cerca de meia hora, o anúncio oficial da escolha deverá ser feito às 12h30.

Leandro Canônico/UOL
Lula e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Zurique, antes da apresentação
Reuters
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, discursa
VEJA IMAGENS DO BRASIL NA SUÍÇA
CBF FAZ SONHO COM ANTICLÍMAX
O BRASIL SERÁ UMA BOA SEDE?
Com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na platéia, o discurso começou com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, enaltecendo os ganhos que a Copa poderá trazer para o País. Além de dar entender novamente que os gastos da infra-estrutura devem ficar para os cofres públicos, o dirigente colocou frases de efeito como "o Brasil está preparado para fazer o dever de casa" e o "poder de transformação social" que a Copa exercerá.

Intercalado com as falas dos dirigentes, um vídeo mostrava imagens do Brasil. Praias, vastos campos verdes e meninos jogando bola em um campo de terra foram repetitivamente divulgados. O jogo de Brasil e Equador pelas eliminatórias da Copa de 2010, em outubro, também foi usado. O Maracanã cheio e o depoimento dos atores da Globo, como Carolina Dieckmann, Julia Lemmertz, e dos apresentadores Regina Casé e Luciano Huck também foram colocados durante a apresentação.

Os depoimentos das celebridades, com o jogo da seleção brasileira ao fundo, eram apelos pela Copa no Brasil. "A Copa tem que vir para o Brasil", disse a atriz Carolina, em tom alto com o som da torcida ao fundo. Já Regina Casé pegou o microfone, que era usado na sua entrevista, e perguntou ao público, que confirmou a sua preferência pela sede em território brasileiro.

A "venda do projeto" teve ainda as declarações do governador do Amazonas, Eduardo Braga, que estava na mesa da apresentação. O governante, que chamou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, de "Blatt", valorizou o meio ambiente brasileiro e disse que a sede "contribuirá para o desenvolvimento sustentável do país". Ele ressaltou também as dimensões do seu Estado, que só em área verde tem quatro vezes o tamanho da Alemanha.

A descontração da apresentação teve o auge quando o escritor Paulo Coelho, que é usado pela candidatura como um ícone cultural brasileiro, fez uma analogia do que é o futebol para os brasileiros. "Eu já vi as pessoas discutirem por cinco horas sobre futebol no Brasil. Mas eu nunca vi pessoas discutirem sobre relações sexuais por esse tempo. Ou seja, o futebol dura mais", afirmou em seu discurso.

O ministro do Esporte, Orlando Silva Junior, era o quarto homem brasileiro na mesa. Ele também não poupou os chavões. "O futebol nos distingue diante do mundo. Mais do que nunca, o Brasil é uma pátria de chuteiras", declarou. Ao final, fez uma promessa: "Nossa missão será realizar a melhor Copa do Mundo da Fifa de todos os tempos".

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