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30/10/2007 - 07h22

Ministro pede coalizão política do Congresso pelo "projeto Copa"

Leandro Canônico
Em Zurique (Suíça)
Orlando Silva Júnior está confiante. Dúvida sobre o anúncio desta terça-feira na Fifa não existe nenhuma. Apenas o tradicional tom político e o discurso de prevenção estão sempre presentes por se tratar de algo ainda não oficial. A cautela, no entanto, é só aparente. O ministro dos Esportes já tem planos bem definidos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e conta com apoio político do Congresso para tratarem o caso da CPI com "serenidade".

Assim como aconteceu no Pan-Americano do Rio de Janeiro, Orlando Silva Júnior quer acompanhar de perto todos os detalhes da organização. Principalmente porque ele já tem na mira uma outra campanha: a dos Jogos Olímpicos de 2016 - a capital fluminense figura entre as pré-candidatas.

Além de apontar a antecipação de investimentos em infra-estrutura que um evento como o Mundial de 2014 proporciona, o ministro dos Esportes aposta no interesse mútuo de diferentes vertentes políticas para manterem o "projeto Copa" de pé e mostrarem à Fifa a capacidade de unir forças do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o ministro dos Esportes fala também sobre como aproveitar a visibilidade que o Brasil terá a partir desta terça-feira em prol da população e comenta um assunto polêmico: a possibilidade de uma CPI para investigar lavagem de dinheiro na parceria Corinthians-MSI.

UOL Esporte - O Dunga disse em sua chegada a Zurique que a infra-estrutura que uma Copa do Mundo exige demoraria de 15 a 20 anos para ficar pronta nos trâmites normais. O senhor concorda com essa observação do técnico da seleção?
Orlando Silva Jr. -
O legado que a Copa do Mundo pode deixar nas cidades que serão sede de fato antecipará investimentos que mais cedo ou mais tarde teriam de ser feitos. O Mundial permite essa antecipação de recursos.

UOL Esporte - Dificilmente o senhor continuará no ministério até a realização da Copa do Mundo de 2014. Como pretende entregar a pasta para o seu sucessor?
Orlando Silva Jr. -
A minha intenção é deixar um projeto equilibrado e livre de problemas que possam acontecer no meio do caminho, um plano bem feito e bem executado. O governo tem de saber aproveitar essa exposição que o Brasil vai ter para melhorar o país. O ideal é chegarmos em 2013 prontos.

UOL Esporte - Seria importante ter tudo pronto para a Copa das Confederações em 2013, um teste para a Copa. Mas o que mais está em jogo?
Orlando Silva Jr -
Primeiramente temos de mostrar capacidade. Se fizermos bem a Copa do Mundo, vamos ter mais competições. O sucesso do Pan, por exemplo, credencia o Brasil para a Olimpíada, e a realização de uma Copa coloca o país definitivamente na rota dos principais eventos internacionais.

UOL Esporte - Obviamente o panorama político do Brasil deve sofrer algumas alterações até 2014. Isso pode interferir no planejamento da Copa do Mundo?
Orlando Silva Jr. -
Eu não acredito que as mudanças políticas possam interferir. Todos os partidos, de diferentes ideologias, estão apoiando a realização da Copa. Independentemente disso, muitas decisões devem passar pelo Congresso Nacional, que é multipartidário. Essa união é também uma garantia para a Fifa.

UOL Esporte - Se as diferenças políticas não atrapalham, uma CPI, como a proposta pelo deputado Silvio Torres (PSDB-SP) no caso de lavagem de dinheiro na parceria MSI-Corinthians, é uma mácula nesse processo?
Orlando Silva Jr. -
A CPI é um instrumento do Parlamento, e não me compete, como membro do Executivo, tecer comentários. Eu creio que temos de trabalhar com serenidade para não deixar nenhuma dúvida sobre o empenho do Brasil.

UOL Esporte - A Fifa tem em seu staff uma comissão para investigar esse tipo de problema no esporte, por isso eles não gostam de interferência de qualquer governo. O senhor concorda com essa postura da entidade máxima do futebol?
Orlando Silva Jr. -
Cada segmento tem uma dinâmica de apuração. Se há a especulação de conduta ilícita no Corinthians, a Fifa tem os seus instrumentos e o governo brasileiro também. Em minha opinião, eu acho que o que é criminal tem de ser tratado criminalmente em qualquer circunstância.

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