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Orlando Silva Júnior está confiante. Dúvida sobre o anúncio desta terça-feira na Fifa não existe nenhuma. Apenas o tradicional tom político e o discurso de prevenção estão sempre presentes por se tratar de algo ainda não oficial. A cautela, no entanto, é só aparente. O ministro dos Esportes já tem planos bem definidos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil e conta com apoio político do Congresso para tratarem o caso da CPI com "serenidade".
Além de apontar a antecipação de investimentos em infra-estrutura que um evento como o Mundial de 2014 proporciona, o ministro dos Esportes aposta no interesse mútuo de diferentes vertentes políticas para manterem o "projeto Copa" de pé e mostrarem à Fifa a capacidade de unir forças do Brasil. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o ministro dos Esportes fala também sobre como aproveitar a visibilidade que o Brasil terá a partir desta terça-feira em prol da população e comenta um assunto polêmico: a possibilidade de uma CPI para investigar lavagem de dinheiro na parceria Corinthians-MSI. UOL Esporte - O Dunga disse em sua chegada a Zurique que a infra-estrutura que uma Copa do Mundo exige demoraria de 15 a 20 anos para ficar pronta nos trâmites normais. O senhor concorda com essa observação do técnico da seleção? Orlando Silva Jr. - O legado que a Copa do Mundo pode deixar nas cidades que serão sede de fato antecipará investimentos que mais cedo ou mais tarde teriam de ser feitos. O Mundial permite essa antecipação de recursos. UOL Esporte - Dificilmente o senhor continuará no ministério até a realização da Copa do Mundo de 2014. Como pretende entregar a pasta para o seu sucessor? Orlando Silva Jr. - A minha intenção é deixar um projeto equilibrado e livre de problemas que possam acontecer no meio do caminho, um plano bem feito e bem executado. O governo tem de saber aproveitar essa exposição que o Brasil vai ter para melhorar o país. O ideal é chegarmos em 2013 prontos. UOL Esporte - Seria importante ter tudo pronto para a Copa das Confederações em 2013, um teste para a Copa. Mas o que mais está em jogo? Orlando Silva Jr - Primeiramente temos de mostrar capacidade. Se fizermos bem a Copa do Mundo, vamos ter mais competições. O sucesso do Pan, por exemplo, credencia o Brasil para a Olimpíada, e a realização de uma Copa coloca o país definitivamente na rota dos principais eventos internacionais. UOL Esporte - Obviamente o panorama político do Brasil deve sofrer algumas alterações até 2014. Isso pode interferir no planejamento da Copa do Mundo? Orlando Silva Jr. - Eu não acredito que as mudanças políticas possam interferir. Todos os partidos, de diferentes ideologias, estão apoiando a realização da Copa. Independentemente disso, muitas decisões devem passar pelo Congresso Nacional, que é multipartidário. Essa união é também uma garantia para a Fifa. UOL Esporte - Se as diferenças políticas não atrapalham, uma CPI, como a proposta pelo deputado Silvio Torres (PSDB-SP) no caso de lavagem de dinheiro na parceria MSI-Corinthians, é uma mácula nesse processo? Orlando Silva Jr. - A CPI é um instrumento do Parlamento, e não me compete, como membro do Executivo, tecer comentários. Eu creio que temos de trabalhar com serenidade para não deixar nenhuma dúvida sobre o empenho do Brasil. UOL Esporte - A Fifa tem em seu staff uma comissão para investigar esse tipo de problema no esporte, por isso eles não gostam de interferência de qualquer governo. O senhor concorda com essa postura da entidade máxima do futebol? Orlando Silva Jr. - Cada segmento tem uma dinâmica de apuração. Se há a especulação de conduta ilícita no Corinthians, a Fifa tem os seus instrumentos e o governo brasileiro também. Em minha opinião, eu acho que o que é criminal tem de ser tratado criminalmente em qualquer circunstância. UOL Busca - Veja o que já foi publicado com a(s) palavra(s) |