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09/10/2007 - 21h58

Em eleição apertada, Andrés é o novo presidente do Corinthians

Marcius Azevedo
Em São Paulo *
Sérgio
Sanchez vence a sucessão de Dualib e
é o novo presidente no Parque São Jorge
O QUE MUDA APÓS A ELEIÇÃO?
LEIA NA PÁGINA DO CORINTHIANS
CLASSIFICAÇÃO DO BRASILEIRÃO
O Corinthians conheceu na noite desta terça-feira o seu novo presidente. Ex-integrante da gestão Alberto Dualib, Andrés Sanchez, da chapa Renovação e Transparência, venceu as eleições realizadas no Parque São Jorge e irá comandar o time alvinegro até fevereiro de 2009.

Sanchez, que era favorito ao pleito, venceu de forma apertada o seu principal rival, Paulo Garcia (17 votos - 175 a 158). Osmar Stabile, o outro postulante ao cargo, teve 14 votos. Três conselheiros votaram em branco.

O vencedor fez questão de elogiar os seus concorrentes, a quem chamou de "amigos". Além disso, Sanchez dividiu os méritos do triunfo. "Foi uma vitória do Corinthians, não minha. Vamos comandar o clube com a ajuda de todos".

Andrés Sanchez, de 43 anos, tem como vice Heleno Maluf. Ele tomou posse logo após o anúncio oficial feito pelo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Carlos Senger, que conduziu todo o processo eleitoral.

Sanchez terá direito a indicar nove vice-presidentes. Clodomil Orsi, presidente em exercício, e Wilson Bento, atualmente seu vice, retornarão à condição de vice-presidentes, pois foram eleitos

O presidente eleito já quer iniciar o seu trabalho na manhã desta quarta-feira. "Meu trabalho começa amanhã às 8h da manhã. Já tenho minha equipe montada e vou anunciá-la. Em um primeiro momento, precisamos fazer uma auditoria e verificar o tamanho do rombo", declarou. Estima-se que o rombo seja de R$ 100 milhões.

"As coisas serão claras. Vou dar entrevista coletiva toda semana. Não vai mais existir fofoca no Corinthians", afirmou o novo presidente, que disse que irá se reunir com os candidatos derrotados para ouvir suas sugestões. "Vai ser um governo para os corintianos".
TRABALHO COMEÇA ÀS 8H
As eleições ocorreram de forma muito tranqüila. Onze viaturas da Polícia Militar fizeram a segurança do local. O voto dos conselheiros foi secreto. Os torcedores e os jornalistas ficaram do lado de fora do Parque. Dos 394 que puderam votar, 350 compareceram ao pleito.

Uma comissão eleitoral foi composta para garantir que não houvesse fraudes no processo. O grupo foi encabeçado pelo desembargador Guilherme Strenger, e foi composto por outros quatro membros.

Personalidades ilustres como o ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho e a ex-jogadora de basquete Hortência também votaram.

Hortência, inclusive, declarou o seu voto em Sanchez. "Agora é hora do TBC [tirar a bunda da cadeira] Eu tenho muitas idéias, mas não conheço a fundo o Corinthians. O importante é separarmos o futebol dos esportes amadores e do clube social".

Sanchez foi vice-presidente de futebol do Corinthians em 2005, quando assumiu o lugar de Antonio Roque Citadini. Na época, ele foi um dos defensores da parceria com a MSI, que está sendo investigada pela Polícia Federal.

O candidato derrotado, Paulo Garcia, se declarou surpreso com a derrota, mas parabenizou o processo eleitoral vivido pelo clube. "Não esperava essa derrota, mas não posso negar que o processo foi democrático. Agora, se não der para ajudar, não vamos atrapalhar".

Já um dos seus principais cabos eleitorais, Antonio Roque Citadini, já cobra ação do presidente eleito. "Não há duvida que o clube saiu dividido dessa eleição. Agora eles vão ter que fazer tudo que prometeram. É triste ver o Andrés ganhar a eleição com os votos da família do Nesi Curi e do Vadih Helou".
GARCIA ELOGIA ELEIÇÕES
Sanchez foi inclusive citado em um dos grampos da PF combinando o que falar com o então ex-vice-presidente Nesi Curi no depoimento à entidade.

Depois de 14 anos sob a gestão Dualib, o Corinthians tem um novo presidente, em meio a maior crise de sua história. Sanchez terá uma dupla missão: além de revitalizar a imagem do clube, abalada pelo processo na Justiça Federal em que Dualib e Curi são réus por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o presidente encontra um clube atolado em dívidas, e que ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

O eleito terá um "mandato-tampão", ocupando o cargo até fevereiro de 2009, quando novas eleições serão realizadas. Segundo o novo estatuto, Sanchez terá direito a se reeleger apenas uma vez.

* Atualizado às 23h03

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