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18/09/2007 - 09h00

A um mês da aposentadoria, 'tio' Amoroso quer sobrinho no Flu

  Seria uma boa o Amoroso ir para o Fluminense, até porque ele é tricolor, sempre foi. A preferência dele, no momento, é jogar no Flu
Amoroso, ex-atacante
José Amoroso Filho
19/09/1937
Rio de Janeiro (RJ)

Times
- Botafogo
- Fluminense
- Remo
- Campo Grande

Títulos
- Estadual do Rio (1962 e 1963 pelo Botafogo)
- Estadual do Rio (1964 pelo Fluminense)
- Campeão Paraense (1968 pelo Remo)
Cauê Rademaker, especial para o Pelé.Net

RIO DE JANEIRO - Amoroso está a um mês de se aposentar. Não, esse não é o Amoroso que recentemente defendeu o Grêmio, está sem clube e teve boas passagens por São Paulo, Guarani, Flamengo, futebol italiano e alemão. Mas sim seu tio, ídolo das torcidas de Fluminense, Botafogo e Remo na década de 1960 e que, atualmente, é funcionário público e se aposentará em outubro no Rio de Janeiro.

1964 E TIM
Em 1964, Amoroso chegou ao Fluminense por indicação do então técnico tricolor Tim. Foi titular absoluto da equipe e artilheiro da competição com 19 gols. Nas finais contra o Bangu, o Flu venceu o primeiro jogo por 1 a 0, gol dele.

Entretanto, na segunda partida, no triunfo tricolor por 3 a 1, Amoroso não balançou a rede, mas "ganhou" o jogo para a equipe das Laranjeiras ao seguir orientação de Tim.

"O Bangu tinha um zagueiro, o Mário Tito, que era excelente e ia me marcar homem a homem. Então o Tim me disse: 'quando a gente atacar, puxa ele [Mário Tito] para fora da área, porque ele vai em cima de você e abrirá espaço para o Jorginho e o Gilson Nunes'. Não deu outra, saíram dois gols assim", relembrou.

"Igual ao Tim nunca existiu. Não vejo nenhum treinador que se aproxime dele. Com o Tim não tinha 4-4-2, 3-5-1, 4-3-3. Ele tinha o quadro dele e jogava de acordo com o adversário", explicou Amoroso.
Morador do bairro de Inhaúma, José Amoroso Filho completará 70 anos nesta quarta-feira e traça planos para a vida pós-aposentadoria. Entretanto, enquanto não começa a realizar projetos sociais para ensinar os segredos da bola para crianças, alimenta o sonho de ver o filho de sua irmã disputando a Libertadores de 2008 pelo Tricolor das Laranjeiras.

"Ele [Amoroso] conversou com dirigentes do Fluminense e do Vasco há pouco tempo, mas não houve acordo. Seria uma boa ele ir para o Fluminense, até porque ele é tricolor, sempre foi. A preferência dele, no momento, é jogar no Fluminense. Vamos ver o que acontece", disse o ex-atacante, campeão estadual em 1964 pelo Flu e em 1962-1963 pelo Botafogo.

"Meu maior momento foi nas Laranjeiras. Fui bicampeão no Botafogo, mas eu não era titular absoluto, então não me firmei. Já no Flu fui campeão e artilheiro do Estadual duas vezes", completou.

Desta forma, tendo sido campeão por dois dos maiores clubes brasileiros, o coração de Amoroso fica dividido. Tanto que hoje, apesar de guardar uma certa mágoa da diretoria do Botafogo, sua torcida é para ambos, com uma leve preferência para o time das Laranjeiras.

LEANDRO AMARAL E SOMÁLIA
No atual futebol brasileiro, poucos atacantes empolgam Amoroso. Um dos que consegue agradar o artilheiro do Estadual do Rio de 1964 e 1965 é Leandro Amaral, do Vasco, a quem o ex-centroavante fez rasgados elogios.

"Eu gosto muito do Leandro Amaral, é um grande jogador. Se movimenta bem e chuta forte. É quem eu mais admiro nesta posição no momento", disse Amoroso, que fez uma leve crítica a Somália, do Fluminense:

"Ele ficou dez jogos sem fazer gol. Também, estava caindo pelas pontas e tem de parar de querer inventar e tocar de calcanhar na grande área. Nunca vi isso. Eu quando entrava na área, olhava para o goleiro e colocava. O Somália precisa treinar e fazer isso".
"Quando os dois jogam, eu torço para quem está melhor na tabela. Mas, se tiverem igual, eu torço para o Fluminense, que sempre lembra de mim. Em qualquer festa nas Laranjeiras eu sou convidado, tenho placa na sede com meu nome, plantei árvore em Xerém. Já no Botafogo nunca me ligaram", disse Amoroso, que costuma assistir a futebol somente pela televisão.

O ex-atacante saiu do Flu em 1968 e atuou no Remo até 1970, quando se transferiu para o Campo Grande-RJ e encerrou sua carreira no mesmo ano. Na equipe de Ítalo Del Cima, foi treinador, em uma profissão que não deu muita continuidade.

"Já fui treinador do Campo Grande em 1970, dirigi o Serrano [Petrópolis-RJ] um tempo depois e há pouco tempo fui auxiliar do Mário [ex-jogador do Flu na década de 1980] no Evereste, na terceira divisão do Rio. Agora estou esperando acabar meu trabalho no INSS para coordenar projetos numa cooperativa de ex-atletas", explicou Amoroso.

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