03/09/2007 - 20h10

Diretoria do Bota não teme Fifa e grupo diverge sobre Dodô

Cizenando Cipriano
No Rio de Janeiro

A decisão da Fifa, entidade máxima do futebol mundial, anunciada na última sexta-feira, de entrar com um recurso no Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, Suíça, contra o veredicto do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportivas), que absolveu, no dia 2 de agosto, o atacante Dodô da acusação de doping, não preocupa a diretoria do Botafogo.

"Para a gente, quanto mais investigarem, melhor, pois nem o clube, nem o jogador tiveram participação nesta questão. Entregamos o caso ao nosso departamento jurídico, que vai conduzir tudo", declarou, nesta segunda, o diretor de futebol do clube de General Severiano, Ricardo Rotemberg.

O atleta ficou afastado do time alvinegro por cinco jogos do Campeonato Brasileiro devido à suspensão preventiva que recebeu e a punição no primeiro julgamento a que foi submetido. Entretanto, o desempenho do avante caiu após seu retorno aos gramados, no dia 5 de agosto, contra o Paraná. Artilheiro do alvinegro em 2007, com 26 gols, marcou apenas duas vezes nos seis últimos jogos que disputou.

Além disso, nas duas vitórias do clube nas nove partidas mais recentes, Dodô não estava em campo - contra o Corinthians, por 3 a 1, pela Copa Sul-Americana, e contra o Atlético-MG, por 2 a 1, na competição nacional. Para o meio-campo Leandro Guerreiro, o próprio caso de doping e os desdobramentos desta questão, influenciaram negativamente o ânimo do companheiro.

"Ele, claro, foi quem mais sentiu, pois foi o principal envolvido em toda esta história", afirmou, para expressar, em seguida, a importância do restante do elenco na recuperação do atacante: "O papel do grupo é apoiá-lo. Nós todos sabemos que ele é inocente e vamos apóia-lo até o fim".

Entretanto, o goleiro Max, um dos atletas mais experientes atualmente no Botafogo - 32 anos, há cinco no clube carioca -, não crê que os problemas extracampo envolvendo Dodô tenham afetado o lado emocional do jogador, ao menos que ele tenha percebido no contato diário com o atleta.

"Pelo que tenho acompanhado nos treinamentos ele não mudou nada. É difícil, para mim, analisar essa situação. Ele é a mesma pessoa, continua brincando com todos, não abaixou a cabeça em momento algum e continua trabalhando normalmente", divergiu o arqueiro botafoguense.