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20/06/2007 - 23h53

Boca enterra 'Grêmio imortal', vence e é campeão da Libertadores

Da Redação
Em São Paulo
O Grêmio, "imortal", ruiu. Quem brilhou e assegurou seu nome na história foi o meia Riquelme, autor dos gols do Boca Juniors, que venceu por 2 a 0 nesta quarta-feira, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, e comemorou o título da Copa Libertadores da América pela sexta vez em sua história.

PRINCIPAIS LANCES
Folha Imagem
Boca Juniors comemora gol no Olímpico
EFE
Palermo e Riquelme (e) levantam a taça
PRIMEIRO TEMPO
9min - Lúcio avança pela esquerda e cruza. Tuta ganha no alto da defesa e cabeceia em cima de Caranta.
20min - Diego Souza cruza da esquerda. Tuta erra, Carlos Eduardo pega a sobra e chuta fraco, em cima do goleiro.
28min - Palacio recebe na área, puxa para o pé esquerdo e chuta forte, mas Patrício e Saja travam e evitam o gol.
38min - Cardozo cruza rasteiro da direita. Na pequena área, Palermo chuta de primeira, à esquerda do gol.
42min - Lucas puxa contragolpe e toca para Diego Souza, que domina e bate cruzado, acertando o travessão.
SEGUNDO TEMPO
5min - Amoroso cobra falta. Schiavi cabeceia e acerta a trave direita. Diego Souza pega o rebote, mas Caranta salva o Boca.
11min - Lúcio arrisca de fora da área, e a bola passa rente ao travessão.
24min - GOOOOLLLL DO BOCA!!!! Riquelme recebe na direita e, da lateral da área, chuta cruzado para colocar o Boca na frente.
36min - GOOOOLLLL DO BOCA!!!! Palácio chuta rasteiro da direita, e Saja faz a defesa. Riquelme pega o rebote e amplia.
39min - Palermo é derrubado por Schiavi dentro da área. Na cobrança de pênalti, o atacante manda para fora, à esquerda do gol.
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O Boca podia perder por até dois gols de diferença para ficar com a taça, graças ao resultado do primeiro jogo, em Buenos Aires, quando contou com a força de sua torcida em La Bombonera e venceu por 3 a 0. Mesmo empurrado por seus fanáticos e barulhentos torcedores, o Grêmio não conseguiu reverter e confirmar a sua "imortalidade", transferida Riquelme, o camisa 10 argentino.

O termo "imortal" voltou a ganhar força com a vitória em tons épicos sobre o Náutico, na última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2005. No ano passado, na volta à elite, a equipe conseguiu vaga na Libertadores. E, na atual temporada, o time reverteu situações complicadas, tanto no Gaúcho (na semi, contra o Caxias) quanto no torneio continental (foi superado por São Paulo e Defensor no mata-mata na casa dos rivais e só avançou com vitórias em casa).

Mas o time tricolor, aquele das viradas históricas, não conseguiu superar o rival argentino, escaldado em finais da Libertadores. Com mais uma conquista, o Boca se isola na condição de segundo maior vencedor da Libertadores, um título atrás do também argentino Independiente, que levantou a taça em sete oportunidades.

Esta foi a 20ª participação do Boca em Libertadores e sua nona decisão, justamente no seu jogo número 200 na competição. Foi ainda a 11ª final do torneio entre representantes brasileiros e argentinos, com apenas três vitórias nacionais, com Santos (1963, sobre o Boca), Cruzeiro (1976, River Plate) e São Paulo (1992, Newell's Old Boys).

O Boca se consolida como o maior vencedor da Libertadores no século 21, com três títulos. Ainda ganhou, apenas neste século, um Mundial, duas Copas Sul-Americanas e duas Recopas. Com a conquista continental, os argentinos vão para o Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, quando podem enfrentar o Milan, vencedor da Liga dos Campeões, na final e se tornarem o primeiro tetracampeão do torneio interclubes.

Além disso, a conquista alça ao título de "imortal" o meia Riquelme, jogador revelado pelo clube e recontratado neste ano por empréstimo do Villarreal, da Espanha, a peso de ouro. Comandante da equipe no jogo de ida, o ídolo xeneize, camisa 10, a mesma que já foi usada por Maradona, marcou os gols da vitória naquela que pode ter sido sua última partida nessa passagem pelo time.

Com a bola rolando, o primeiro tempo pode ser dividido em quatro partes, com três situações. Até os 10min, pressão gremista, como era de se esperar, menos pela técnica e mais pelo "abafa". Em seguida, até os 20min, o panorama foi de equilíbrio, com o Boca tocando melhor a bola. Entre 20 e 35min, o jogo ficou feio: a bola passou a cruzar o meio-campo, com uma série de chutões. Nos minutos finais, o que se viu foi novamente o Grêmio pressionando o adversário.

TODOS OS CAMPEÕES
7Independiente (ARG)
6Boca Juniors (ARG)
5Peñarol (URU)
3Estudiantes (ARG), Nacional (URU), São Paulo, Olimpia (PAR)
2Cruzeiro, Grêmio, Santos, River Plate (ARG)
1Argentinos Juniors (ARG), Atl. Nacional (COL), Colo Colo (CHI), Once Caldas (COL), Racing (ARG), Vélez (ARG), Inter, Palmeiras, Vasco, Flamengo
TÍTULOSEQUIPES
21Argentina
13Brasil
8Uruguai
3Paraguai
2Colômbia
1Chile
TÍTULOSPAÍSES
Assim, os argentinos, nos contra-ataques, criaram mais oportunidades que os gaúchos, mas foi o time da casa quem chegou mais perto do gol. Aos 42min, Lucas arrancou pela direita e tocou para Diego Souza. O meia dominou e, diante da marcação, pela lateral da área, arriscou o tiro cruzado, acertando o travessão de Caranta, na melhor chance da equipe na etapa.

"Estamos com muita pressa e não estamos tocando muito a bola, por isso, não conseguimos criar", disse o volante Lucas, na saída para o intervalo, no jogo que marcou sua despedida da equipe -ele foi negociado com o Liverpool. "Temos de corrigir algumas coisas no passe, estamos muito afobados", concordou o lateral Lúcio.

O panorama da partida pouco se alterou na segunda etapa. O Grêmio tentava o ataque, mas seguia de forma desordenada, como já haviam alertado Lucas e Lúcio. Pior, a equipe ainda sofreu o gol, em outro lance que mostrou a genialidade de Riquelme. Em jogada semelhante à de Diego Souza no primeiro tempo e praticamente do mesmo lugar, aos 24min, o meia chutou com precisão para superar Saja e abrir o placar.

No contra-ataque, oito minutos depois, saiu o segundo gol, que selou o título argentino. Palacio recebeu livre na área e tocou na saída de Saja, que defendeu com o pé. No rebote, Riquelme foi mais veloz que a defesa gremista e empurrou para as redes, garantindo a vitória e escrevendo seu nome na lista de "imortais" do Boca e da Libertadores.

"Jogamos muito bem os dois confrontos e tivemos a vantagem do resultado da primeira partida", disse Riquelme, eleito o melhor jogador da decisão. "Estou muito feliz com o título. Os torcedores merecem", comemorou.

GRÊMIO
Saja; Patrício, William, Teco (Schiavi) e Lúcio; Gavilán, Lucas, Tcheco (Amoroso) e Diego Souza; Carlos Eduardo e Tuta (Everton)
Técnico: Mano Menezes

BOCA JUNIORS
Caranta; Ibarra, Diaz, Morel Rodriguez e Clemente Rodriguez; Ledesma, Banega (Orteman), Cardozo (Bataglia) e Riquelme; Palácio (Boselli) e Palermo
Técnico: Miguel Russo

Data: 20/6/2007 (quarta-feira)
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Auxiliares: Juan Carlos Bedoya (COL) e Jovani Zapata (COL)
Cartões amarelos: Diego Souza, Lucas, Lúcio (G), Ledesma (B)
Gols: Riquelme, aos 24min e 36min do segundo tempo

Hospedagem: UOL Host