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12/06/2007 - 09h13

Ex-volante do Atlético-MG vira músico de samba

Divulgação

  Quando eu era jogador já gostava de pagode e samba. Porém, como eu não podia dedicar meu tempo eu não participava da banda. Mas sempre acompanhava meus familiares, sempre gostei de musica
Moacir, ex-jogador do Atlético-MG, que é músico, tocando na banda "Moa Samba" e empresário de jogadores de base.
Moacir Rodrigues Santos
17/06/1973
Belo-Horizonte (MG)

Times
- Atlético-MG (88-91)
- Corinthians (92)
- Atlético Madri (92-93)
- Sevilla (94-95)
- Internacional-RS (96)
- Atlético-MG (96)
- Flamengo (97)
- Portuguesa (97)
- Verdy Kawasaki (98)
- Vitória-BA (99)
- Náutico (2000)
- América-MG (2001)
- Uberaba (2002)

Títulos
- Mineiro (88 e 1989, pelo Atlético-MG)
- Copa Conmebol (92, pelo Atlético-MG)
- Sul-Americano Júnior (88, pela Seleção Brasileira)

Bernardo Lucas, do Pelé.Net

BELO HORIZONTE - Ex-jogador do Atlético-MG, clube que o revelou e onde viveu alguns dos seus melhores momentos no final da década de 80 e início dos anos 90, mas com passagens por outros grandes clubes do Brasil e da Espanha, Moacir decidiu fazer da música, após a sua aposentadoria, algo a mais do que lazer. Para isso, ele reativou a "Moa Samba", banda de pagode, que havia sido criada por familiares do ex-atleta, onde toca tantan e é cantor.

Moacir utiliza a banda como forma de se aproximar da música que desde a época de atleta de futebol já o fascinava. "Quando eu era jogador já gostava de pagode e samba. Porém, como eu não podia dedicar meu tempo eu não participava da banda. Mas sempre acompanhava meus familiares, sempre gostei de musica", revelou o ex-craque atleticano.

A banda "Moa Samba" já existia quando ele ainda jogava futebol. O grupo musical foi montado há oito anos por sobrinhos um irmão, que mais tarde resolveram interromper as atividades. Há dois anos, surgiu a idéia de retomar o projeto e uma nova formação foi montada. A escalação atual tem, além de Moacir, os amigos Gilmar, Juninho, Fernando, Fábio, Paulinho e Jeferson.

O ex-jogador e seus companheiros se apresentam no Totti Rock, uma casa noturna localizada na área conhecida como "Seis Pistas", em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ali, recentemente, a diretoria do Atlético-MG fez uma festa para o lançamento da réplica da camisa do clube usada em grande parte da década 1980, período em que jogaram pelo Galo, entre outros, Reinaldo, Cerezo, Éder Aleixo, Luisinho e Marcelo.

Divulgação 
Ex-volante de Galo e Corinthians, Moacir (3º da esq. para direita) mostra todo o seu talento enquanto não presta concurso público
O show daquela noite ficou por conta de Moacir e seu grupo, que além dessa casa noturna, se apresenta apenas em festas particulares. Único ex-jogador a integrar a banda, essa situação pode mudar em breve, já que um de seus ex-companheiros de Atlético tem a pretensão de participar do grupo.

Trata-se do ex-centroavante Reinaldo Rosa. "Como ele ainda tem a intenção de continuar a sua carreira de jogador, embora atualmente esteja sem clube, vamos esperar um pouco para decidir", contou.

A "Moa samba" ainda não conseguiu gravar o seu primeiro CD, mas isso faz parte dos planos do grupo, que está se preparando para a ocasião. "Nós não queremos soltar qualquer coisa. Queremos gravar um CD direito. No futuro vamos lançar o nosso álbum", garante Moacir. Segundo ele, a banda toca apenas musicas compostas por seus integrantes. "Tocamos musicas que são feitas por nós do grupo. Eu não componho as musicas não. Na verdade quem fica responsável por isso é o Fábio e o Ládo", explica.

Concurso público

Apesar de ocupar um bom espaço na vida de Moacir, o ex-jogador atleticano atua também como empresário de jovens jogadores e quer se tornar funcionário do Poder Judiciário. Para isso, está se preparando para prestar concurso público para o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, cujas provas acontecerão no próximo dia 24.

"Pretendo ser oficial judiciário. É uma carreira que dá uma boa segurança", afirmou Moacir, que se prepara um concurso muito disputado. De acordo com o ex-jogador, o fato de sua mulher e sua sogra já trabalharem no Tribunal de Justiça o estimulou a tentar também essa carreira. "Isso me ajudou a resolver a fazer a prova", disse.

Moacir considera possível conciliar a carreira musical com a de oficial judiciário. Por isso, não pretende largar o "Moa Samba". "Depois que eu fizer a prova eu vou pensar ainda mais na carreira de músico. Os shows são à noite, e quando eu não posso participar de alguma apresentação, já tem um músico substituto", contou.

Volante de estilo clássico, que sabia marcar bem e sair com a bola dominada, Moacir jogou também como meia e fazia seus gols, muitos deles em bolas altas, aproveitando principalmente sua boa estatura e a qualidade como cabeceador. Em sua primeira passagem pelo Atlético, ele atuou entre 1988 e 91. No ano seguinte, atuou por Corinthians e Atlético de Madri e, em 1994, transferiu-se para o Sevilla.

Da Espanha, Moacir voltou ao Brasil, em 1996, onde jogou pelo Internacional e Atlético, nesse mesmo ano, e por Flamengo e Portuguesa, em 97. Aí ele viveu nova experiência internacional, dessa vez no Verdy Kawasaki, em 1998. Um ano depois retornou ao Brasil e passou por Vitória da Bahia, Náutico, América-MG e Uberaba, onde encerrou sua carreira como jogador, em 2002.

Um de seus melhores momentos como atleta profissional, ocorreu em 1990, quando foi convocado para a Seleção Brasileira Pré-Olímpica, mas não chegou a atuar, pois sofreu um acidente de carro e acabou cortado. "Sofri um acidente de carro, e tive um problema na coluna. Depois disso os médicos da seleção fizeram alguns exames e detectaram que eu não tinha condição de atuar pela seleção", falou.

Depois disso ele ainda teve outras convocações para a Seleção Brasileira, mas não conseguiu se firmar e acredita que isso se deve em grande parte à preferência para a convocação, à época, de jogadores cariocas e paulistas. "Depois que o Falcão saiu da Seleção fui convocado por todos os treinadores que passaram por ela. Porém, nunca tinha oportunidade real. Eles aproveitaram que eu tinha o problema de coluna e davam preferencia para os jogadores de Rio e São Paulo", contou.

Empresário

Cinco anos depois de pendurar as chuteiras, Moacir ainda continua ligado ao futebol, atuando como empresário de jovens atletas. "Cuido da carreira de alguns jogadores. O principal deles é o Rafael Makanaki, que jogava no Santo André e se transferiu agora para a Suíça. Mas eu sou empresário de jovens jogadores do futebol brasileiro", revelou.

Apesar de querer investir na sua carreira de empresário, o jogador não tem planos de se tornar um agente Fifa, pelo menos no momento. "Por enquanto não penso nisso. Não quero agora ser um agente FIFA. É muito complicado conseguir chegar a este status da profissão. Só posso pensar nisso para o futuro", justificou.

Moacir observa que é difícil trabalhar como empresário de jogadores, atualmente. "O mercado de jogador está difícil. Não se acha mais o craque, estão todos iguais. Todos os empresários do futebol querem encontrar este jogador que vai ser o diferencial para qualquer equipe", comentou.

O ex-volante não pensa em se tornar técnico de futebol. Segundo ele, o importante é pensar nos seus projetos que já estão a caminho. "Não pensei em ser treinador. Cheguei até a fazer um estágio com o Levir Culpi. Mas como fui estudar, acabei desistindo de prosseguir na carreira", explicou.

Moacir não aprova o estilo predominante no futebol atual, onde a técnica cedeu lugar à força. "O futebol hoje é só força. Não tem mais o craque, não tem mais aquele jogador de técnica apurada", afirmou o ex-volante, que destaca como conseqüência disso o nivelamento por baixo existente no futebol brasileiro.

Segundo ele, nos jogos disputados nos dias de hoje, não há nenhuma garantia de que o melhor irá vencer. "Você vai ao Mineirão e não tem a segurança da vitória do bom futebol. Hoje é muito mais força do que técnica", acrescentou o dublê de músico e empresário.

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