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  05/01/2007 - 08h00
Com elenco desconhecido, Brasil sub-20 assume sonho olímpico

Paulo Luis Santos
Em São Paulo

A responsabilidade de alimentar o sonho de conquistar a medalha de ouro em uma Olimpíada - único título de primeira linha que falta ao futebol brasileiro - caiu nas costas do desconhecido time que disputará o Sul-Americano Sub-20 do Paraguai, que começa neste domingo, em duelo diante do Chile, às 20h50 de Brasília.

CBFNews/Divulgação
Volante Lucas, que já defendeu a seleção principal, será o líder do grupo no Sub-20
LUCAS VÊ VALORIZAÇÃO COM SUB-20
PERFIL DO VOLANTE LUCAS
PÁGINA DO SUL-AMERICANO SUB-20
O torneio, que até duas semanas atrás era apenas uma competição continental de categorias de base que valia vaga no Mundial da categoria, viu sua importância crescer exponencialmente quando a Conmebol anunciou que as duas vagas olímpicas da América do Sul serão dadas aos vencedores da disputa no Paraguai.

"Com certeza a responsabilidade aumentou", reconhece o volante gremista Lucas, capitão e um dos destaques da seleção sub-20. "A gente sempre vê o Dunga falando que convoca jovens com idade olímpica, o Brasil está dando essa prioridade à Olimpíada. Por isso, é uma responsabilidade boa, que todo jogador quer, pois, conquistanado a vaga, é bom para todo mundo".

Assim, a seleção brasileira de poucos nomes famosos, comandada por Nelson Rodrigues, tem a missão de apagar o vexame do último torneio Pré-Olímpico, quando o Brasil de Robinho, Elano, Diego, Dudu Cearense e Daniel Carvalho, entre outros, ficou em terceiro lugar, perdendo a vaga dos Jogos de Atenas para Paraguai e Argentina, que conquistaram, respectivamente, prata e ouro na Olímpiada da Grécia.

Lucas, eleito o melhor volante do último Brasileirão, está entre as poucas caras mais conhecidas do grupo sub-20: ele é o jogador mais visado da delegação brasileira, além de ser um dos mais experientes. Como um dos líderes do grupo, ele reconhece o peso do desafio olímpico, mas se mostra confiante.

O ELENCO DA SELEÇÃO SUB-20
GOLEIROS:
Cássio (Grêmio)
Muriel (Internacional)
ZAGUEIROS:
Anderson (Fluminense)
David (Palmeiras)
Eliezio (Cruzeiro)
Thiago Heleno (Cruzeiro)
LATERAIS
Amaral (Palmeiras)
Fagner (Corinthians)
Carlinhos (Santos)
MEIO-CAMPISTAS
Tchô (Atlético-MG)
Fernando (Vila Nova)
Lucas (Grêmio)
Leandro Lima (São Caetano)
Roberto (Atlético-PR)
Willian (Corinthians)
ATACANTES
Alexandre Pato (Internacional)
Danilinho (Atlético-MG)
Edgar (Joinville)
Fabiano Oliveira (Flamengo)
Luiz Adriano (Internacional)
"A notícia das vagas para a Olimpíada dificultou um pouco mais a nossa missão porque seriam quatro vagas (para o Mundial do Canadá, em julho), e para as Olimpíadas são só duas vagas", discursou. "Mas o nosso objetivo é conquistar o título, a gente não veio só para garantir vaga. E isso ajuda em termos de motivação e responsabilidade".

Com média de idade de 18 anos e 7 meses, a maior parte do elenco brasileiro terá uma dose de exposição inédita na carreira. Isso porque o time de Rodrigues só tem jogadores que atuam no Brasil e, na maioria das vezes, sequer são titulares em seus clubes.

Dos 20 atletas que estão no grupo concentrado em Ponta Porã, apenas sete tiveram sequências como titulares de suas equipes: Lucas (Grêmio), Eliezio e Thiago Heleno (Cruzeiro), Leandro Lima (São Caetano), Danilinho (Atlético-MG), Alexandre Pato (Internacional) e Fernando (Vila Nova). Os demais, via de regra, foram reservas na maior parte da temporada de 2006, ou saíram jogando apenas para suprir a ausência do dono da vaga.

"A titularidade é questão de tempo e de momento de equipe", opinou Lucas. "Eu tive a sorte de entrar e não sair mais. Mas outros jogadores também jogaram, como o Carlinhos (Santos), o Pato (Internacional) no fim do ano, Willian, no Corinthians, e foram muito bem".

O volante do Grêmio, que pode ser negociado com o futebol europeu ainda neste mês - a janela de transferências só fecha no dia 31 de janeiro e o clube anunciou que deseja vendê-lo -, poderia não estar no Paraguai caso a negociação com o Atlético de Madri, sondada no último mês, tivesse se concretizado. Isso porque os clubes europeus não têm o costume de liberar seus atletas para a disputa deste tipo de torneio.

MAIS VELHO, MAIS NOVO
Vipcomm
O "VELHO": O atacante Edgar, do Joinville, nasceu em 03/01/1987
Vipcomm
O CAÇULA:
O atacante Alexandre Pato (Inter), nasceu em 02/09/1989
Esta é uma característica em comum do time de Nelson Rodrigues com o de Ricardo Gomes em 2004: o caráter "nacional" dos convocados. Se em 2004 a seleção não pôde contar com as estrelas Kaká e Adriano, que já brilhavam na Europa, em 2007 o lateral Marcelo, do Real Madrid, foi desconvocado no último dia 28. Já o volante Denílson, ex-São Paulo, não foi liberado pelo Arsenal e sequer chegou a se apresentar.

"A gente não sabe da filosofia de trabalho dos clubes da Europa, mas ficamos muito tristes que o Marcelo e o Denílson não vieram", confessou Lucas. "Mas os que vieram tem capacidade de substituir muito bem", apostou.

Ao menos, este problema não é exclusividade do Brasil. A rival Argentina também sofre com o veto dos grandes times europeus, e por isso perdeu os atacantes Lionel Messi, do Barcelona, e Sergio Aguero, do Atlético de Madri.

Mas isso não quer dizer que os clubes europeus não se importem com o torneio. Ao menos uma dezena de empresários ligados aos principais times europeus vão acompanhar a disputa na intenção de abocanhar algum novo aspirante a craque.

Mas, no caso dos argentinos, nem mesmo os clubes nacionais colaboraram com o técnico Hugo Tocalli. Ele ficou sem os atacantes Mauro Zárate e Damián Escudero, que não foram liberados pelo Vélez Sarsfield por já integrarem o elenco profissional do clube. Zárate foi o artilheiro do último torneio Apertura.

JOGOS DO BRASIL NA 1ª FASE
Chile07/0120h50
Peru09/0123h
Bolívia13/0122h
Paraguai15/0123h
RIVALDATAHORA
Formato
O Sul-Americano Sub-20 será disputado em duas fases. Na primeira, as dez seleções serão separadas em dois grupos de cinco integrantes cada. As equipes jogam dentro das próprias chaves, em turno único, e avançam as três melhores colocadas.

Na segunda fase, as equipes se enfrentam num hexagonal final em turno único. Após cinco partidas, as duas equipes mais bem colocadas asseguram classificação para a Olimpíada de Pequim, em 2008. As quatro primeiras vão ao Mundial da categoria, no Canadá, ainda neste ano.

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