| | 16/08/2006 - 17h00
Vibrante e desentrosada, seleção abre "Era Dunga" com empate João Henrique Medice
Enviado especial do UOL
Em Oslo (Noruega) Com disposição, mas sem entrosamento somado a escassos momentos de criatividade, a seleção ficou no empate por 1 a 1 com a Noruega no Ullevaal Stadion, em Oslo, na estréia oficial de Dunga como técnico da equipe. Pedersen marcou para o time da casa em cobrança de falta, mas o meia Daniel Carvalho igualou para o Brasil em bela finalização colocada.
AFP Meia Elano encara a marcação do norueguês Riise na partida desta quarta em Oslo Desta forma, o novo treinador debuta sem conseguir quebrar um dos raros tabus da história da seleção, que, agora em quatro confrontos, jamais conseguiu vencer a Noruega (dois empates e duas derrotas).
Assim como os últimos dois técnicos da seleção, Dunga também não consegue vencer na estréia. Em setembro de 2001, Luiz Felipe Scolari debutou com derrota para o Uruguai nas eliminatórias. Carlos Alberto Parreira, por sua vez, iniciou seu trabalho em fevereiro de 2003 com empate sem gols em amistoso com a China.
No primeiro jogo de Dunga, a seleção apresentou disposição, elemento diagnosticado por muita gente do universo do futebol como grave deficiência da equipe de Parreira derrotada na última Copa. No entanto, o renovado time brasileiro demonstrou ainda estar distante de uma identidade bem definida.
Diferentemente do havia anunciado na véspera, Dunga foi ao lado de campo uma figura parecida do que se recorda de seu tempo de jogador. O novo técnico da seleção não economizou gritos e gestos mais bruscos, se esforçando para orientar seu time. Para isso contou com a ajuda do auxiliar Jorginho, que acompanhou a partida das tribunas, munido de um rádio de comunicação.
Dunga direcionou sua atenção para a correção de posicionamento de laterais e volantes. O técnico reclamou bastante de erros de passe no meio-campo e, no momento do gol norueguês, esbravejou bastante na lateral de campo.
| DUNGA VÊ NOVO ESPÍRITO | 
Dunga viu, na primeira partida da seleção brasileira sob seu comando, uma equipe bem diferente da que fracassou na Copa de 2006. Para o novo treinador, sucessor de Carlos Alberto Parreira, os jogadores mostraram iniciativa e tiveram o "espírito" que se deseja para um jogador desse nível.
Essas características foram mais perceptíveis no segundo tempo, de acordo com Dunga. Depois de um primeiro tempo truncado e com poucas chances de gol, Brasil e Noruega se soltaram mais e investiram mais no ataque, o que foi determinante para que o confronto acabasse com empate por 1 a 1. Leia mais |
O Brasil começou o jogo com sete jogadores que estiveram no Mundial da Alemanha, apenas dois como titulares, a dupla de zaga Lúcio e Juan. Na segunda etapa, promoveu cinco alterações.
Na frente, a dupla Robinho e Fred, reserva na Copa da Alemanha, se movimentou bastante, mostrou algum entrosamento, mas não obteve sucesso contra a dura marcação norueguesa. No segundo tempo, Dunga reforçou o ataque com Vagner Love, que adicionou correria ao time na parte final do amistoso.
A seleção volta a se reunir daqui a duas semanas, quando a equipe de Dunga enfrenta Argentina e País de Gales em Londres, nos dias 3 e 5 de setembro, respectivamente. Para esses compromissos, a expectativa é que o grupo ganhe reforços de algumas estrelas que estiveram na Copa e de atletas de Inter e São Paulo, finalistas da Libertadores.
O jogo
A primeira boa jogada da nova seleção de Dunga aconteceu aos 9min do primeiro tempo, quando Robinho arrancou pelo meio, chamou a marcação e acionou Fred na direita. O atacante do Lyon dominou com dificuldade e bateu fraco para a defesa de Myhre.
Quatro minutos depois, a seleção passou por um susto na defesa, depois que o goleiro Gomes daiu em falso após um arremesso de lateral na área brasileira. Lúcio acabou afastando o perigo.
| PONTARIA | | 14finalizações deu a seleção no amistoso, sendo que oito foram em direção ao gol (Fonte: Datafolha) |
Aos 23min, a Noruega voltou a ameaçar o gol brasileiro com Solskjaer, que acertou um chute perigoso mesmo de costas para o gol de Gomes. Três minutos depois, Fred quase marcou, ao desviar bom cruzamento de Elano e exigir grande defesa de Myhre.
A Noruega inaugurou o placar no começo da segunda etapa, aos 6min, quando Pedersen bateu falta na ponta direita, e a bola, sem desviar em ninguém, acabou entrando no canto de Gomes.
Daniel Carvalho quase empatou para o Brasil aos 14min, em bela cobrança de falta defendida pelo goleiro norueguês. Mas, apenas três minutos depois, o meia conseguiu marcar. Depois de uma boa troca de bolas no ataque, o jogador do CSKA recebeu passe de Fred e bateu colocado no canto direito de Myhre.
Aos 28min, Fred quase virou para o Brasil em jogada individual, com mais raça do que técnica. Instantes depois, Riise exigiu grande defesa de Gomes em disparo cruzado de fora da área. Foi a última boa chance do amistoso em Oslo.
NORUEGA 1 x 1 BRASIL
Noruega
Myhre; Rambekk, Hangeland, Hagen (Waehler) e Riise; Stromstad (Gridheim), Hästad, Andresen e Pedersen (Arst); Solskjaer (Iversen) e Carew
Técnico: Age Hareide
Brasil
Gomes; Cicinho (Maicon), Lúcio, Juan (Alex) e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson (Dudu Cearense), Elano (Júlio Baptista) e Daniel Carvalho (Vagner Love); Robinho e Fred
Técnico: Dunga
Data: 16/08/2006 (quarta-feira)
Local: Ullevaal Stadion, em Oslo (NOR)
Árbitro: Stuart Dougal (ESC)
Auxiliares: Stuart Macauley e James Bee (ESC)
Cartões amarelos: Rambekk e Arst (NOR), Edmílson (BRA)
Gols: Pedersen, aos 6min; Daniel Carvalho, aos 17min do segundo tempo
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