| | 12/08/2006 - 20h43
'Perdido', Geninho deixa o Corinthians Do Pelé.Net
Em São Paulo A derrota por 3 a 1 para o Figueirense, neste sábado, acabou com a trajetória do técnico Geninho no Corinthians. Visivelmente abatido, o comandante fez um esclarecimento à imprensa no vestiário do Pacaembu (sem espaço para perguntas) e revelou que não seguirá à frente do clube paulista. A principal justificativa, segundo ele, foi não ter encontrado o porquê da série de resultados negativos angariados recentemente pelo Timão, que perdeu 11 das 16 partidas que disputou no Campeonato Brasileiro e ocupa a última posição da tabela de classificação.
"Infelizmente, o futebol é direcionado pelos resultados e eu estou muito chateado por não ter conseguido fazer a equipe render. Por isso, conversei com a diretoria do Corinthians e entreguei meu cargo. Espero que a pessoa que assuma o meu lugar consiga encontrar os motivos para a situação ruim da equipe. E mais do que isso, espero que aconteça uma reação", imaginou Geninho.
Somente nesta temporada, Geninho é o terceiro treinador a deixar o Corinthians. O clube paulista iniciou o ano com Antônio Lopes, que havia sido campeão brasileiro, mas caiu no dia 12 de março. O lugar foi ocupado por Ademar Braga, que era auxiliar-técnico e acabou sendo efetivado pela diretoria. Porém, o comandante não suportou a eliminação da Copa Libertadores (derrota por 3 a 1 para o River Plate, no dia 4 de maio) e foi destituído do cargo dez dias depois (voltou a ocupar sua função anterior).
Substituto de Ademar Braga, Geninho estreou com uma vitória por 4 a 2 sobre o Vasco, no Rio de Janeiro, no dia 21 de maio. Depois disso, porém, acumulou oito derrotas, um empate e apenas um triunfo, campanha que tornou sua situação insustentável.
"Não sou mais o treinador do Corinthians. Comuniquei isso para a diretoria e para as pessoas ligadas à MSI. Infelizmente, meu trabalho aqui não rendeu e não teve os frutos esperados. Então, melhor não continuar nesse momento. Tentei tudo que eu poderia fazer, mas não consegui os resultados. E quando esse ponto chega, alguma coisa mais drástica precisa ser feita", ponderou Geninho, que encerrou sua segunda passagem pelo clube.
Na primeira vez em que trabalhou no Parque São Jorge, em 2003, Geninho chegou a conquistar o Campeonato Paulista. Contudo, o trabalho do treinador começou a ser questionado com a eliminação precoce na Copa Libertadores, ainda nas oitavas-de-final, com derrota por 2 a 1 para o River Plate em São Paulo. O comandante deixou o cargo depois de um revés por 6 a 1 diante do Juventude, em Caxias do Sul, no dia 28 de setembro.
O retorno de Geninho ao Corinthians, nesta temporada, foi credenciado pelo bom desempenho do treinador à frente do Goiás (ele levou a equipe esmeraldina, pela primeira vez na história, à disputa da Libertadores). No período em que ficou no Parque São Jorge, no entanto, o técnico se viu mais preocupado com soluções para problemas extra-campo do que com a armação tática da equipe.
Os primeiros adversários de Geninho foram os desfalques. Quando ele chegou, Ricardinho, Mascherano e Tevez já haviam se apresentado às suas seleções para a disputa da Copa do Mundo. E no dia do primeiro jogo do treinador, o meia Carlos Alberto se envolveu em uma confusão em uma boate no Rio de Janeiro, sofreu uma lesão ocular e também virou um problema.
Sem alguns de seus principais jogadores, o Corinthians emendou uma série de seis derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro e não marcou um gol sequer nesse período. Durante essa seqüência, Geninho se viu envolvido em mais uma polêmica.
Os três jogadores do Corinthians que haviam disputado a Copa do Mundo chegaram na semana que antecedeu o clássico contra o Palmeiras (derrota por 1 a 0). Mascherano e Ricardinho foram escalados como titulares, mas Tevez foi para a Argentina a fim de resolver problemas pessoais e não atuou.
"Eu não tive problema com nenhum atleta no Corinthians. Até o Tevez, que muita gente me falava que tinha privilégios, me mostrou ser um profissional muito bom. Ele sempre se dedicou demais e deu o melhor dele para o clube", minimizou Geninho.
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