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  14/07/2006 - 16h18
Itália rebaixa Juventus para a Série B e mantém Milan na elite

Das agências internacionais
Em Roma (Itália)

A Juventus, uma das equipes mais tradicionais e poderosas da Europa, foi rebaixada para a Série B do Campeonato Italiano. O descenso foi determinado no julgamento do escândalo de corrupção no futebol italiano, no qual o clube de Turim é o maior envolvido.

PUNIÇÕES
JuventusPerde os títulos dos dois últimos Campeonatos Italianos; cai para a Série B, e começa a temporada com 30 pontos negativos
MilanPerde 44 pontos da temporada 2005/06. Fica na Série A, mas começa temporada com 15 pontos negativos e não disputará a Liga dos Campeões
LazioCai para a Série B e começa a próxima temporada com 7 pontos negativos
FiorentinaCai para a Série B e começa a próxima temporada com 12 pontos negativos
Antes dona de 29 títulos nacionais, a Juventus ainda perdeu os "scudettos" que conquistou em 2005 e 2006 - ficando com 27 - e terá de começar a disputa da segunda divisão com 30 pontos a menos. Inicialmente, a promotoria da Liga Italiana de Futebol havia pedido o descenso do time para a Série C.

A pena se dá pelas acusações de "fraude esportiva" e "lesão à ética esportiva", feitas por causa de um esquema de manipulação de resultados via arbitragem semelhante ao que explodiu no Brasil em 2005. A equipe de Turim, no entanto, já anunciou que vai recorrer da decisão. Seu presidente, Giovanni Cobolli Gigli, afirmou que a punição é "assustadora e inaceitável".

"Esperávamos uma decisão mais equilibrada", disse o dirigente. "Vamos levar esse veredito ao conselho federal. Não conseguimos entender como podem nos excluir do Campeonato. A Juve é o único time que demonstrou uma clara vontade de mudar. A Série B com 30 pontos é absolutamente inaceitável".

A Justiça italiana, entretanto, aliviou a punição ao Milan, que será mantido na elite mas com a perda de 15 pontos. O time dos brasileiros Dida, Kaká, Cafu e Serginho também não poderá disputar a próxima Liga dos Campeões da Europa por ter perdido 44 pontos da edição passada do Italiano, o que o deixou na 12ª posição, com 44 pontos (tinha 88).

AFP
Ex-presidente da Federação Italiana foi suspenso por quatro anos e meio
A Internazionale de Milão, terceira colocada no campeonato 2005/06, atrás justamente da Juve e do Milan, reivindica o título italiano porque, segundo o técnico Roberto Mancini, não se pode ganhar "trapaceando".

"A minha opinião é que o scudetto de dois anos atrás não deva ser dado a ninguém porque passou tempo demais. Mas aquele do ano passado, creio que seja justo dar à Inter porque, em todos os esportes, quando alguém vence trapaceando, premia-se o que vem em segundo", afirmou à Gazzetta dello Sport.

Fiorentina e Lazio, outros clubes envolvidos no escândalo que ganhou notoriedade pouco antes da Copa do Mundo, também caem para a segunda divisão e saem, respectivamente, com 12 e 7 pontos a menos que seus concorrentes. Ambas equipes anunciaram que também vão recorrer da decisão.

Depois de anunciado o veredito, houve grandes mudanças nos clubes que representarão o futebol tetracampeão do mundo na Liga dos Campeões. Com as saídas de Juventus, Milan e Fiorentina, as vagas ficaram para a Roma, o Palermo e o Chievo Verona.

Para a Copa da Uefa, se classificaram Livorno, Empoli e Parma. Completando as alterações, Messina, Lecce e Treviso, últimos colocados no campeonato passado, ganham sobrevida na Série A e permanecem na elite, já euq, pelo regulamento, três clubes são rebaixados por ano.

Fundada em 1897, a Juventus disputará a segunda divisão da Itália pela primeira vez na história. O clube é um dos mais vitoriosos do país. Além dos agora 27 "scudettos", a "Vecchia Signora", como é conhecida, também tem duas Liga dos Campeões, dois títulos do Mundial Interclubes, duas Supercopas Européias e quatro Supercopas da Itália.

BRASILEIROS REBAIXADOS
JuventusÉmerson
LazioEmílson Cribari

Guilherme Siqueira
FiorentinaGuilherme Do Prado
CAMPEÕES PELA ITÁLIA
JuventusGianluigi Buffon
Gianluca Zambrotta
Fabio Cannavaro
Mauro Camoranesi
Alessandro Del Piero
LazioAngelo Peruzzi
Massimo Oddo
FiorentinaLuca Toni
Escândalo e punições
A Juventus era a mais implicada no escândalo. O diretor-geral do clube, Luciano Moggi, foi o principal pivô do esquema, e está suspenso das atividades ligadas ao futebol por cinco anos. Ele ainda terá que pagar uma multa de 50 mil euros.

A denúncia do esquema de corrupção surgiu em maio deste ano, pouco antes da Copa do Mundo. Moggi foi flagrado em diversas gravações telefônicas com dirigentes da Federação Italiana tratando da escolha de árbitros para as partidas de seu time.

Além de Moggi, uma série de dirigentes foram punidos. Antonio Giraudo, ex-chefe executivo da Juve, ficará afastado do futebol por 5 anos e pagará 20 mil euros de multa. Franco Carraro, ex-presidente da Federação Italiana, pegou gancho de quatro anos e meio.

Dirigentes da Fiorentina e da Lazio também foram punidos por quatro anos e três anos e meio, respectivamente. Para completar, o árbitro Massimo de Santis, um dos principais da Itália e que iria apitar a Copa do Mundo se o escândalo não estourasse, não poderá atuar por quatro anos e meio.


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