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  17/04/2006 - 23h42
Amparado nos "tris", Juvenal Juvêncio vence eleição no São Paulo

Marcius Azevedo
Do Pelé.Net
Em São Paulo

Amparado pela conquista do tri da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes, Juvenal Juvêncio, 68, foi eleito presidente do São Paulo na noite desta segunda-feira. Ele venceu a disputa com o opositor Marcelo Martines, 72, por 127 a 101, e ficará no cargo até abril de 2008.

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Juvenal Juvêncio (à dir.) cumprimenta o "rival" Marcelo Martines antes da eleição no São Paulo
Advogado e candidato da situação, Juvenal foi presidente entre 1988 e 1990. No cargo, viu a equipe realizar uma campanha pífia no Campeonato Paulista de 1990, sendo obrigada a disputar uma Série B no ano seguinte com equipes menores. Avançou e no mesmo ano sagrou-se campeão na elite, já sem ele no comando.

Então vice-presidente de futebol, ele foi o principal articulador das duas campanhas vitoriosas de Marcelo Portugal Gouvêa, agora seu antecessor. "Ele teve um mandato exemplar. Aumentou o patrimônio do clube e equilibrou as finanças. Quando o futebol vai bem, tudo vai bem. É esse trabalho que queremos continuar", disse, antes de ser empossado no cargo.

Curiosamente, a boa atuação de Juvenal no futebol despertou até elogios da oposição. Caso ganhassem, os "rivais" já teriam admitido manter o agora presidente no cargo. Mineiro, Josué, Cicinho, Júnior, Danilo, Fabão foram alguns dos contratados sob sua batuta. A lista mais recente ainda conta com Alex Dias, Ricardo Oliveira, Lenilson e André Dias.

A plataforma de Juvenal segue no mesmo caminho, o de reforçar a equipe. Um dia antes da eleição, Gouvêa disse até que o agora presidente já tinha encaminhado a contratação de "dois jogadores de expressão, gente do futebol internacional".

No entanto, o clima ameno foi substituído por tensão na votação. O conselheiro da situação, Carlos Zuanella, chegou até a ir para a polícia. "Recebi uma ligação de um outro conselheiro que me avisou que cartas com o meu nome estavam sendo enviadas para outros conselheiros da situação falando que a data da eleição tinha mudado para o sábado (22)."

De posso de uma das cartas, Zuanella foi ao 13º DP e, sob alegação de falsidade ideológica, lavrou um Boletim de Ocorrência (de número 2288) contra o opositor Marcelo Martines. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, diretor de futebol na primeira gestão do Gouvêa, comentou o episódio. "Isto para mim é uma manobra de baixeza inimaginável. Já foi tomada uma atitude policial e vamos até as ultimas conseqüências."

Em um primeiro momento, Martines não queria falar sobre o assunto. Mas, ao saber que seu nome havia sido citado no BO, rebateu as acusações. "Isto não é verdade. Faço questão de que ele vá me processar na Justiça, porque de forma alguma eu faria isso. O que eu sei é que um conselheiro nosso recebeu um telegrama, que falava que, por motivos operacionais, as eleições tinham mudado de dia. Não aceito que ele venha dizer que eu sou o responsável. Não existe como provar que fui eu. Qualquer um pode ir a uma agência de correio e mandar um telegrama."

Nas urnas, a disputa também foi apertada. Os dois candidatos se revezaram na frente e estiveram empatados até o voto número 168 (84 para cada um), quando Juvenal abriu vantagem que chegou a 12 pontos e só foi aumentando até o final da apuração.

"Eu não me assustei com essa diferença maiúscula", disse o presidente eleito. "Eu conheço o processo, eu conheço o DNA de cada um aqui. Ou o cidadão gosta ou não gosta do Juvenal. Não tenho medo de nada, faço e falo aquilo que precisa ser dito. O São Paulo precisa de homens determinados para representá-lo. E eu sou assim."

Além de Juvenal, mais duas eleições movimentaram o São Paulo esta segunda, todas com vitória da situação. O novo presidente do Conselho Deliberativo é Ademar de Barros, que ganhou de João Roberto Seabra Malta por 120 votos a 107 (1 nulo). No Conselho Fiscal, Edson Zago superou Silvio de Barros por 119 a 108 (1 nulo). Os dois ficam no cargo por dois anos.


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