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  14/07/2005 - 23h39
São Paulo salva década e conquista o tri da Libertadores

Marcius Azevedo, especial para o Pelé.Net*
Em São Paulo

IMAGENS DO TÍTULO

Amoroso desvia de cabeça...


... para marcar o 1º gol


Fabrício bate pênalti, mas a bola explode na trave


Fabão, de cabeça, faz o 2º


Luizão toca de direita...


... e marca o terceiro


Tardelli vibra com 4º gol


E Rogério levanta a taça
A década está salva. O São Paulo encerrou o estigma de "amarelão", que perseguia a equipe por falhar em momentos decisivos. E encerrou em grande estilo. Com muita raça e vibração, o time paulista venceu o Atlético-PR por 4 a 0 nesta quinta-feira e se tornou o primeiro clube brasileiro a faturar três taças da Copa Libertadores.

A vitória foi acompanhada por 71986 torcedores e o São Paulo também acompanhou o ritmo vindo das arquibancadas. O jogo que Rogério Ceni havia definido como "o mais importante de sua vida" requisitou emoção extra de todos os titulares da equipe paulista.

Foi assim aos 20min do primeiro tempo, quando Evandro fez jogada individual pela ponta esquerda. Cicinho tirou a bola de bico, afastou para a lateral e vibrou como se houvesse marcado um gol.

A vibração de Cicinho também esteve presente na comemoração de Amoroso, autor do primeiro gol. O camisa 9 aproveitou boa jogada de Danilo e completou de cabeça, aos 16min da etapa inicial. Na comemoração, gritou insistentemente: "Vai, São Paulo!".

A torcida tricolor voltou a vibrar muito no final do primeiro tempo, mas não com um gol são-paulino. Já nos acréscimos, o meia Fabrício teve a chance de empatar o jogo em cobrança de pênalti, mas acertou a trave do São Paulo.

E quando Fabão marcou o segundo gol, a vibração do elenco se potencializou em lágrimas. O zagueiro começou a chorar ainda na grande área do Atlético-PR e foi abraçado por todos os jogadores do São Paulo.

"Não tem como não correr mais do que o normal em um jogo assim. A torcida esperou 11 anos para viver uma final e nós sabemos o quanto a Libertadores é especial para eles. Por isso, o mínimo que podemos fazer é lutar demais em campo", enalteceu o centroavante Luizão, que marcou o gol do título em sua última partida com a camisa do São Paulo (o centroavante está se transferindo para o Nagoya Grampus).

Luizão se despediu do São Paulo com o terceiro gol da equipe sobre o Atlético-PR, marcado aos 25min do período complementar. Logo depois do lance, o centroavante foi substituído pelo meia Souza. Na saída de campo, o camisa 11 imitou Fabão e chorou muito.

"Foi o título mais importante da minha vida. Não tem nem o que falar. Estou emocionado demais", confessou o centroavante, jogador brasileiro que mais marcou gols na história da Libertadores.

Do banco de reservas, Luizão ainda viu o quarto gol do São Paulo ser marcado pelo atacante Diego Tardelli, que balançou as redes aos 44min do período complementar e definiu a vitória dos donos da casa.

Com o título obtido nesta quinta-feira, o São Paulo é o primeiro clube brasileiro a acumular três taças da Copa Libertadores. Assim, o time dirigido por Paulo Autuori se iguala a Estudiantes (Argentina), Nacional (Uruguai) e Olimpia (Paraguai) em número de conquistas. A liderança no ranking da Libertadores é do Independiente (Argentina), com sete êxitos. Logo abaixo aparecem Peñarol (Uruguai) e Boca Juniors (Argentina), cada um com cinco títulos.

A taça da Libertadores 2005 encerra um longo jejum no São Paulo. Afinal, o time paulista não conquistava um título de expressão internacional desde o bicampeonato da Libertadores, em 1993. Com isso, a taça obtida nesta quinta também representa redenção para a equipe dirigida por Paulo Autuori.

BRASILEIROS BICAMPEÕES
Lula - Santos (62/63)
Telê - São Paulo (92/93)
Scolari - Grêmio (95) e Palmeiras (99)
Autuori - Cruzeiro (97) e São Paulo (05)
Paulo Autuori, aliás, entra para um seleto grupo. O técnico campeão da Libertadores conquistou o torneio pela segunda vez em sua carreira (a outra havia acontecido em 1997, com o Cruzeiro) e se igualou a Lula, Telê Santana e Luiz Felipe Scolari.

A festa pelo título da Libertadores ainda representa a superação de uma série de tabus por parte do São Paulo. A primeira marca que a equipe paulista derrubou é que, nas duas vezes em que havia eliminado o Palmeiras no torneio sul-americano (1974 e 1994), o time do Morumbi havia alcançado a final e havia sido derrotado.

LATERAIS GARANTEM TAÇA
A grande sacada do técnico Paulo Autuori na decisão foi dar liberdade total aos alas Cicinho e Júnior. Na goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, os dois abusaram de investidas em diagonal e de deslocamentos por todo o campo. E assim, Jancarlos e Marcão se perderam na marcação. Leia mais
Além disso, o time mandante não vencia o jogo final da Libertadores desde 1999, quando o Palmeiras fez 2 a 1 sobre o Deportivo Cali no Parque Antarctica e faturou a taça ao vencer por 4 a 3 na disputa de penalidades.

A ausência de pênaltis também representa uma marca derrubada pelo São Paulo. Nas últimas sete edições da Libertadores, esta é apenas a segunda que não acabou com a disputa de tiros livres. A outra vez foi no mesmo Morumbi, em 2003, quando o Boca fez 3 a 1 sobre o Santos (os argentinos haviam vencido o primeiro jogo por 2 a 0).

Um lugar na história
Se o São Paulo alcança um título histórico com a vitória desta quinta-feira, o Atlético-PR também encerra a Copa Libertadores com uma campanha heróica. Em sua terceira participação no torneio sul-americano, o time de Curitiba conseguiu ultrapassar pela primeira vez as oitavas-de-final e chegou até a decisão.

FESTA TRICOLOR
Comemoração
Amoroso é eleito o melhor em campo e comemora no Morumbi. Veja as fotos da festa dos jogadores após a conquista do tri.
Mesmo com a derrota, o Atlético-PR ainda deixa personagens de destaque no torneio sul-americano. O primeiro é o técnico Antônio Lopes, que assumiu o comando da equipe em maio e sofreu a primeira derrota em partidas válidas pela Libertadores 2005 exatamente na decisão.

Além dele, Lima encerra a Libertadores com saldo positivo. O camisa 25 marcou seis gols, foi o artilheiro do Atlético-PR e se consolidou como maior goleador da equipe em uma única edição do torneio sul-americano.

Até o goleiro Diego, que soltou a bola chutada por Danilo nesta quinta-feira e permitiu o gol de cabeça de Amoroso, o primeiro do São Paulo, se consolidou como herói. O camisa 1 foi o principal nome do Atlético-PR na campanha até a decisão.

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior (Fábio Santos); Amoroso (Diego Tardelli) e Luizão (Souza)
Técnico: Paulo Autuori

ATLÉTICO-PR
Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão (Rodrigo); Cocito, André Rocha (Alan Bahia), Fabrício e Evandro; Lima (Fernandinho) e Aloísio
Técnico: Antônio Lopes

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Horacio Elizondo (Argentina)
Auxiliares: Rodolfo Otero e Juan Carlos Rebollo (ambos da Argentina)
Público: 71986
Renda: R$ 3.026.395,00
Cartões amarelos: Lugano (S), Evandro (A), Cocito (A), Fabão (S), Danilo (S), André Rocha (A)
Gols: Amoroso, aos 16min do primeiro tempo; Fabão, aos 7min, Luizão, aos 25min e Diego Tardelli, aos 44min do segundo tempo

* Colaborou a MBPress

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