! Dirigentes "corintianos" comandam o Cianorte - 20/01/2005 - Pelé.Net - Revista
UOL EsporteUOL Esporte
UOL BUSCA


  20/01/2005 - 12h08
Dirigentes "corintianos" comandam o Cianorte

Do Pelé.Net

RIO DE JANEIRO - O coração corintiano vibra com as contratações milionárias da equipe paulista, mas a razão faz com que a torcida seja para que o time do Parque São Jorge seja derrotado na Copa do Brasil. Este é o dilema do trio de dirigentes que comanda o Cianorte, possível adversário do Timão na segunda fase da competição nacional.

A jovem equipe do Paraná, cujo nome é em alusão a cidade, tem em sua diretoria três fanáticos e publicamente assumidos torcedores do Corinthians: o presidente Marco Franzato, seu vice, Carlos Roberto Marcato, e do diretor de futebol, Luiz Carlos Bersani, que foram também os responsáveis pela terceira fundação do clube.

O Cianorte estréia na Copa do Brasil, no dia 2 de fevereiro, enfrentado o CENE, do Mato Grosso do Sul, e, caso consiga passar pelo adversário, pegará o Corinthians, se este passar pelo Sampaio Correia, na segunda fase. Mesmo tendo que encarar o time do seu coração, Luiz Carlos Bersani garante que vai torcer para o Cianorte.

"Se conseguirmos chegar à segunda fase será um feito histórico, já que o clube acabou de subir para a Primeira Divisão paranaense. E vamos torcer pelo Cianorte, com certeza, o Corinthians já ganhou muitos títulos, agora está na hora do Cianorte conquistar seu espaço", afirmou Bersani ao Pelé.Net.

Com uma política administrativa pés no chão, os dirigentes "corintianos" não se sentem constrangidos em dizer que ainda estão aprendendo a lidar com o futebol. A modesta folha salarial do departamento de futebol profissional do Cianorte gira em torno de R$ 40 mil por mês, bem longe das cifras milionárias disponíveis para o Corinthians via MSI.

Divulgação 
Ex-jogador do Grêmio, Caio Júnior diz que treinar o Cianorte é uma boa experiência
A receita, proveniente de placas de publicidade em seu estádio (Albino Turbay), e de algumas empresas da cidade, que é conhecida como a capital do vestuário, é de R$ 60 mil. Para completar, o time conta com três anunciantes diferentes no uniforme vermelho, azul e branco.

"As empresas que anunciam nas placas de publicidade do estádio nos pagam em torno de R$ 300 e R$ 500. Temos ainda um patrocinador na frente da camisa que nos paga R$ 8 mil, outro nas costas que nos dá R$ 5 mil, e um terceiro nas mangas que entra com R$ 2 mil", contou o diretor de futebol.

O Cianorte vai disputar a Copa do Brasil este ano pela primeira vez em sua história. O Leão do Vale, como é chamado pelos seus torcedores, conquistou a vaga na competição ao terminar o Campeonato Paranaense na terceira posição.
As principais conquistas da história do clube são o vice-campeonato da Segunda Divisão do Campeonato Paranaense, em 2003, e a terceira colocação no Estadual do ano passado, atrás apenas do campeão Coritiba e do vice, Atlético-PR. A campanha deu ainda ao Leão do Vale o título simbólico de campeão do interior. Por isso, Bersani garante que o clube não vai priorizar a Copa do Brasil.

"A Copa do Brasil é, sem dúvida, uma competição importante. Mas, o Campeonato Paranaense deste ano é tão importante para nós quanto a Copa do Brasil, porque temos a responsabilidade de fazer boa campanha no Estadual de 2005, já que ficamos em terceiro lugar no ano passado e, por isso, nossa torcida espera uma boa participação", afirmou o dirigente.

Uma das figuras mais famosas do elenco atual do Cianorte é o técnico Caio Júnior. O ex-jogador do Grêmio, que já treinou equipes como Paraná e Londrina, garante que está satisfeito em trabalhar no Leão do Vale.

"Está sendo uma boa experiência em minha carreira, principalmente porque, já no primeiro ano, tivemos bons resultados como o título de melhor equipe do interior no Campeonato Paranaense, e o terceiro lugar, atrás apenas de Coritiba e Atlético-PR, que nos deu vaga na Série C do Brasileirão e na Copa do Brasil, todas conquistas inéditas na história do clube. Estes fatos contribuem para o crescimento do Cianorte, que passa a ser conhecido em todo o país", disse Caio Júnior, que já vem treinando sua equipe há dois meses para a estréia na Copa do Brasil.

"Em 2003 iniciamos o treinamento no dia 1º de dezembro. Em 2004, antecipamos para 3 de novembro, o que nos proporciona uma possibilidade de uma melhor preparação física. Já estamos constatando isso nos amistosos que realizamos nesse fim de ano, onde conseguimos três vitórias e um empate", afirmou o treinador.

O jogador mais famoso que já passou pelo clube até hoje foi o meia-atacante Barbiéri, que atuou em grandes times como Vitória e São Paulo. No entanto, o atleta não chegou a se destacar nestes clubes, e o diretor de futebol Luiz Carlos Bersani garante que, curiosamente, ele se tornou mias conhecido quando esteve no Cianorte.

"O Barbieri ganhou projeção no Cianorte, tanto que, depois, despertou o interesse do Santo André e acabou sendo campeão da Copa do Brasil jogando lá", disse o dirigente.

Entre os principais jogadores do elenco do Cianorte para a disputa da Copa do Brasil estão os recém-contratados atacantes Sandro Gaúcho, homônimo do campeão da última edição da competição pelo Santo André, e Valdiran, que veio do Belenenses, de Portugal.

Clube tem três fundações em sua história
A história do Cianorte Futebol Clube começou a ser escrita no dia 21 de abril de 1958. Neste dia, foi fundado o Cianorte Associação Física Educativa (C.A.F.E.), por um grupo de sonhadores liderados pelo jornalista Amândio Matias. Com muitas dificuldades, 11 anos depois da fundação, em 1969, o C.A.F.E. conseguiu chegar à Primeira Divisão do Paraná.

Mas, em 1972, o time fez uma campanha ruim e a sede do clube foi incendiada. Com isso, o C.A.F.E foi extinto e, durante oito anos, a cidade de Cianorte ficou sem futebol profissional.

Até que, em 1980, outro grupo de sonhadores, desta vez sob o comando de João Vilela, mais conhecido como João Bola, iniciou uma nova caminhada para recolocar o clube na Primeira Divisão. Assim, surgiu o Cianorte Esporte Clube. Entre os anos de 1980 e 2001, a equipe perambulou pelo futebol amador, Terceira e Segunda Divisão.

No entanto, João Bola faleceu em 2001 e, junto com ele, foi enterrado o Cianorte Esporte Clube. Foi a partir deste momento que surgiram os três empresários corintianos. O presidente Marco Franzato, seu vice, Carlos Roberto Marcato, e o diretor de futebol, Luiz Carlos Bersani, trabalharam duro para montar uma estrutura e correr atrás de patrocínio. Assim, nasceu o Cianorte Futebol Clube, em 2002.

Leia também:
Dirigentes "corintianos" comandam o Cianorte
Chamusca conhece o segredo da competição
Na Europa, amadores enfrentam gigantes


ÚLTIMAS NOTÍCIAS
03/09/2007
Mais Notícias