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  07/06/2004 - 00h24
Brasil leva gol no final e perde chance de selar sua estabilidade

Daniel Tozzi
Enviado especial do UOL
Em Santiago (Chile)

Faltou pouco para a seleção brasileira recuperar na gestão de Carlos Alberto Parreira a aura obtida com o pentacampeonato. O empate por 1 a 1 contra o Chile, em Santiago, mantém o Brasil na liderança das eliminatórias, é verdade, mas o gol de empate sofrido aos 44min do segundo tempo pôs terra abaixo o projeto de estabilidade idealizado pelo treinador e seus pupilos.

Reuters 
Luís Fabiano comemora com Kaká e Ronaldo (de costas) o gol brasileiro
"É horrível sofrer um gol assim, de pênalti, no fim do jogo", avaliou o lateral-esquerdo Roberto Carlos sobre o gol de Navia, que fez os cerca de 60 mil torcedores chilenos presentes ao estádio Nacional esquentarem a gélida noite de Santiago. "Queríamos seis pontos nos dois jogos. Não deu, mas a seleção segue invicta e líder da competição", completou o jogador do Real Madrid.

No topo da tabela de classificação do qualificatório, com 13 pontos, a seleção poderia ter três pontos de vantagem em relação à vice-líder Argentina caso tivesse mantido a vantagem obtida ainda no primeiro tempo com o gol - irregular - de Luís Fabiano.

Os portenhos, após caírem diante do Brasil em Belo Horizonte por 3 a 1, amargaram um empate sem gols, em casa, contra o Paraguai, e somam agora 12 pontos, uma a mais que o time guarani e o próprio Chile, que fica em terceiro graças ao saldo de gols superior (2 a 1).

A folga maior nas eliminatórias dariam um lastro de tranqüilidade a Parreira e à seleção até o próximo duelo pelo qualificatório para o Mundial de 2006, contra a Bolívia, em setembro.

A seqüência de vitórias endossaria também as prováveis mudanças no grupo que o técnico terá que fazer para a disputa da Copa América, em julho, no Peru. Alguns jogadores, como Ronaldo e Roberto Carlos, admitem que preferem cumprir férias integralmente, e não apenas duas semanas.

Parreira anuncia a convocação nesta próxima quarta-feira. O início da preparação está marcado para o dia 23 deste mês. "(O grupo) Poderá ser um pouco diferente do que temos hoje", admitiu Parreira, com ênfase no "poderá".

O jogo

Como era esperado, o jogo começou com a pressão chilena, principalmente nas ações do meio-campo, em que o Brasil não conseguiu manter a posse de bola. Logo nos primeiros minutos, o Chile apostava nas bolas lançadas nas costas de Roque Júnior e Juan. E foi com essa fórmula que o time da casa construiu a primeira chance, quando Navia, aos 2min, disparou em velocidade e tocou de cobertura, acertando o travessão de Dida.

Empolgado, o Chile dominava a intermediária brasileira e contava com a gritaria da torcida para sufocar o Brasil. Tanto que, aos 7min, os chilenos pediram pênalti após a bola bater na mão de Roberto Carlos.

A partir, daí, porém, o time brasileiro conseguiu tomar a posse de bola e sair com mais fluência. Aos 12min, em contra-ataque, Ronaldo partiu em disparada e, mesmo com Kaká melhor posicionado, preferiu entrar na área e chutar, para Tapia espalmar para escanteio.

E, mesmo não oferecendo muita segurança no setor defensivo, o Brasil saiu na frente, graças a jogada de extrema habilidade de Kaká, que recebeu passe de Ronaldo e acionou Luís Fabiano com um toque de letra. O atacante são-paulino, adiantado, recebeu o lançamento, driblou Tapia e fez seu primeiro gol em partidas oficiais pela seleção brasileira, aos 16min.

Após o gol, o Brasil tomou o domínio territorial da partida, controlando as ações, apesar de não conseguir encaixar os contra-ataques e ainda sofrer com lances isolado do Chile, como aconteceu aos 30min, quando Gonzalez subiu sozinho após cobrança de escanteio e cabeceou na mão de Dida.

Antes do intervalo, o Brasil criou ainda mais duas boas chances. Aos 38min, Kaká tocou para Juninho Pernambucano, que vinha na corrida e chutou para fora. Quatro minutos depois, Kaká novamente deu bela assistência, desta vez para Cafu, que entrou na diagonal e chutou para fora.

Na etapa final, o Chile voltou com duas alterações: Galaz no lugar do atacante Martel e Alvarez na vaga do lateral-direito Rojas. E o técnico Juvenal Olmos não se contentou com a performance de sua equipe no início do segundo tempo, lançando mão de mais uma substituição, antes dos 20min, quando Mirosevic entrou na posição do meio-campista González.

O Brasil se encontrava pressionado e não tinha força para sair com velocidade, mas mesmo assim o Chile não criava chances claras, e assustava mais com os levantamentos na área, ainda o maior motivo de susto na equipe de Carlos Alberto Parreira.

Para reforçar a marcação no meio-campo, Parreira sacou Kaká aos 26min para colocar Júlio Baptista. E três minutos depois, o jogador do Sevilla quase marcou, ao cabecear uma bola alçada por Juninho na trave.

Até o final, o Chile manteve empurrando o time brasileiro para seu campo, e criava perigo esporádico, como em jogada de escanteio aos 35min e em cruzamento aos 41min. Mas, em jogada duvidoso, aos 42min, o árbitro Horácio Elisondo marcou penalidade em suposta falta de Cafu em Pérez. Navia bateu e empatou o jogo.

Chile
Tapia; Rojas (Alvarez), Fuentes, Olarra e Pérez; Maldonado, Meléndez, González (Mirosevic) e Pizarro; Martel (Galaz) e Navia
Técnico: Juvenal Olmos

Brasil
Dida; Cafu, Roque Júnior, Juan e Roberto Carlos; Edmílson (Gilberto Silva), Juninho Pernambucano (Alex), Edu e Kaká (Júlio Baptista); Ronaldo e Luís Fabiano
Técnico:Carlos Alberto Parreira

Data: 06/06/2004 (domingo)
Local: estádio Nacional, em Santiago (CHI)
Árbitro: Horacio Elizondo (ARG)
Auxiliares: Rodolfo Otero (ARG) e Darío García (ARG)
Cartões amareslos: Rodrigo Meléndez (P), Roberto Carlos, Gilberto Silva (B)
Gols: Luís Fabiano, aos 16min do primeiro tempo; Navia, aos 42min do segundo tempo

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