! Fla prova que é time de chegada - 19/04/2004 - Pelé.Net - Revista

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  19/04/2004 - 12h00
Fla prova que é time de chegada

Bruno Lobo, do Pelé.Net

RIO DE JANEIRO - O Flamengo mostrou mais uma vez que, quando chega à final de qualquer competição, dificilmente deixa de conquistar o título. Conhecido como um time que cresce nos momentos decisivos, mesmo que não tenha um elenco dos mais fantásticos, o Rubro-Negro escreveu, com o 28º título carioca, conquistado no domingo, mais uma página na sua vitoriosa história.

Os principais destaques do clube da Gávea durante o campeonato foram a disciplina tática de todos os jogadores, somada ao estilo guerreiro do técnico Abel Braga, que passou a ser muito querido por todo o elenco. Mas, a estrela do time e da competição foi mesmo Felipe, que levou à loucura seus marcadores com seus dribles desconcertantes.

Tanto nas finais da Taça Guanabara, quanto nos dois jogos decisivos contra o Vasco, na decisão do título carioca, o meia rubro-negro fez com que os torcedores mais nostálgicos voltassem aos tempos de Júlio César, mais conhecido como Uri Geller, porque entortava as pernas de seus marcadores, e mesmo de Garrincha, que fez a alegria do povo não só botafoguense, mas de todo o Brasil, com dribles mágicos.

A atuação do Flamengo foi totalmente diferente nos dois turnos do campeonato. Na primeira fase da Taça Guanabara, em cinco jogos, foram três vitórias, um empate e uma derrota, e a segunda colocação, com 10 pontos, no grupo B, atrás apenas do Fluminense, que terminou o turno com 12, em quatro vitórias conquistadas.

Nas semifinais, o Rubro-Negro enfrentou o Vasco em apenas um jogo e venceu por 2 x 0, com um gol de Felipe e outro do zagueiro Henrique. Com a vitória, o Flamengo enfrentou o Fluminense na final, e, numa partida espetacular no sábado de carnaval, venceu por 3 x 2, com gols de Fabiano Eller, Jean e Roger, conquistando o título e uma vaga nas finais do Estadual.

Garantido na decisão do campeonato, o Flamengo esmoreceu para a disputa da Taça Rio e realizou uma péssima campanha, com apenas uma vitória, dois empates e três derrotas, acabando em quinto lugar no seu grupo. Com as fracas atuações, a torcida passou a desconfiar das reais potencialidades da equipe, e não compareceu em bom número na maioria dos jogos.

Mas, a queda de rendimento da equipe, pelo menos para muitos rubro-negros, teve uma explicação fácil: o craque Felipe, contundido no tornozelo esquerdo, ficou de fora de grande parte das partidas. E esse simples fato alterou claramente a forma de atuar do time, que não se encontrou com a ausência de seu principal jogador.

Fora das finais da Taça Rio, o Rubro-Negro aproveitou o tempo livre para treinar forte e recuperar a parte física de seus atletas. Além disso, o técnico Abel tentou corrigir os erros apresentados para fazer o time voltar a apresentar o padrão tático do primeiro turno. E, com Felipe recuperado de sua lesão, as expectativas aumentaram muito.

Nas duas partidas finais o time voltou a jogar bem, venceu ambas, por 2 x 1 e 3 x 1 e Felipe desequilibrou como era esperado. Além disso, o time foi muito bem regido pelo maestro Zinho no meio-de-campo e no último jogo contou com a inspiração de Jean, que fez os três gols do título. Assim, o campeonato de 2004 acabou ficando com um clube que não investiu em jogadores renomados, mas sim nas pratas da casa, e em outros jovens valores vindos de outros times.

Panorama do Campeonato Carioca

O Campeonato Carioca de 2004 reviveu os velhos tempos. Com uma média de público de quase 12 mil pessoas, melhor do que a do Campeonato Paulista, a competição mexeu do começo ao fim com todo o estado. Em toda a competição obteve-se, em 74 partidas, um público total de 884.264, com média de 11.950 pagantes por jogo.

E, ao contrário de alguns anos passados, os quatro times grandes não dominaram de forma alguma os clubes de menor porte. A maior decepção foi o Botafogo, que não chegou sequer às semifinais das Taças Guanabara e Rio.

Outro que desiludiu bastante sua torcida foi o Fluminense, clube que mais investiu, mas que chegou às finais do dois turnos, e perdeu as duas. O Vasco fez a melhor campanha de toda a competição, mas mais uma vez foi vice-campeão enfrentando o Flamengo.

As duas surpresas deste ano foram o Friburguense, do técnico revelação Antônio Carlos Roy, que chegou às semifinais da Taça Rio, e o Americano, time do presidente da Federação de Futebol do Rio, Eduardo Viana que nos dois turnos marcou presença contra o Fluminense nas semifinais, mas acabou perdendo ambas.

Campanha do campeão carioca

Taça Guanabara

Cabofriense 0 x 2 Flamengo - Cabo Frio (25/1)
Flamengo 1 x 1 Friburguense - Maracanã (28/1)
Flamengo 4 x 3 Fluminense - Maracanã (1/2)
América 4 x 3 Flamengo - Edson Passos (8/2)
Flamengo 5 x 1 Madureira - Edson Passos (11/2)

Classificação no Grupo B

Flamengo 2° colocado, com 10pts, 3 vit., 1 emp. e 1 der.

Semifinal

Flamengo 2 x 0 Vasco - Maracanã (15/2)

Final

Flamengo 3 x 2 Fluminense - Maracanã (21/2)

Taça Rio

Americano 1 x 1 Flamengo - Campos (29/2)
Flamengo 1 x 1 Bangu - Maracanã (3/3)
Olaria 1 x 0 Flamengo - Rua Bariri (6/3)
Portuguesa 0 x 1 Flamengo - Ilha do Governador (11/3)
Flamengo 0 x 1 Botafogo - Maracanã (14/3)
Vasco 2 x 1 Flamengo - Maracanã (21/3)

Classificação no grupo B

Flamengo 5º colocado, com 5pts, 1vit., 2emp. e 3 der.

Final do Carioca

1ª partida

Flamengo 2 x 1 Vasco - Maracanã (11/4)

2ª partida

Vasco 1 x 3 Flamengo - Maracanã (18/4)

Artilheiros do Flamengo

Jean - 8 gols
Roger - 5 gols
Felipe - 4 gols

Todos os títulos estaduais do Rubro-Negro

1914, 1915, 1920, 1921, 1925, 1927, 1939, 1942, 1943, 1944, 1953, 1954, 1955, 1963, 1965, 1972, 1974, 1978, 1979, 1979 (especial), 1981, 1986, 1991, 1996, 1999, 2000, 2001 e 2004 (28 títulos)


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