! Seleção sofre virada, mas empata com o Uruguai por 3 x 3 - 19/11/2003 - UOL Esporte - Futebol
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  19/11/2003 - 23h52
Seleção sofre virada, mas empata com o Uruguai por 3 x 3

Da Redação
Em São Paulo

Dois tempos distintos resumem o jogo Brasil 3 x 3 Uruguai, disputado nesta quarta-feira, em Curitiba. Na etapa inicial, a seleção dominou e fez dois gols, com Kaká e Ronaldo.

Depois do intervalo, os pentacampeões recuaram e permitiram que a Celeste pressionasse e virasse o placar, com Forlán (2) e Gilberto Silva contra. Sorte de Parreira que Ronaldo nasceu na terra do samba e evitou a derrota e nova crise aos 41min.

O Fenômeno impediu que o Brasil perdesse o seu primeiro jogo no país pelas Eliminatórias Sul-Americanas. Em partidas oficiais, o último tropeço em casa aconteceu em 1975, na derrota para o Peru por 3 x 1 (Copa América). A invencibilidade é de 36 vitórias e 13 empates.

A seleção, que vinha de empate com o Peru (Lima), por 1 x 1, pulou para oito pontos. A Argentina, que ainda nesta quarta-feira enfrentaria a Colômbia, tem sete, mesma pontuação do Uruguai. O Paraguai lidera com nove.

Hino e terno
"Será um jogo de muitas emoções. O Uruguai vem com três atacantes e o Brasil não irá abdicar do ataque", previu Parreira antes da partida.

Antes de a bola começar a rolar, os torcedores ouviram o hino nacional brasileiro. Porém não avisaram aos jogadores que as duas partes da "canção" seriam executadas e o selecionado verde-amarelo quase abandonou a tradicional formação horizontal para continuar o aquecimento.

Zagallo, com um terno muito bem cortado - o velho Lobo parece ter aposentado o agasalho -, também chamou a atenção de cinegrafistas e fotógrafos.

A partida, como anunciou Parreira, começou emocionante. Mas não para os brasileiros. Os uruguaios pressionavam a saída de bola e o zagueiro Lúcio, aparentemente afobado, falhou em três lances. Em um deles, aos 7min, Zalayeta invadiu a área e chutou por cima do gol.

A principal novidade do Brasil foi a presença de Renato no meio-campo. O jogador, do Santos, barrou o experiente Emerson. A intenção da comissão técnica era deixar o time mais ofensivo.

O técnico Juan Carrasco não pôde escalar desde o início do confronto o seu principal articulador, Recoba. O jogador da Inter de Milão, com dores no joelho, ficou no banco e entrou na etapa final.

O comandante uruguaio repetiu no começo a estratégia que não funcionou no Paraguai (derrota por 4 x 1) - mandou o time à frente, proporcionou contra-ataques e viu mais uma vez a frágil defesa cometer falhas. Pior: deixou o artilheiro Chevantón no banco.

Após a pressão inicial dos visitantes, o Brasil se soltou e criou boas oportunidades. Aos 14min, Ronaldo tabelou com Kaká, arrancou e, ao finalizar, acertou a trave. Na seqüência, o Fenômeno recebeu novamente a bola, mas chutou em cima de Munúa.

Cinquentão
Cinco minutos depois, os pentacampeões abriram o placar. Ronaldo e Rivaldo trocaram passes, Kaká recebeu a assistência e desviou de joelho.

À vontade em campo, a seleção aliava velocidade e mobilidade. Tanto, que aos 28min, depois de um bonito passe de Zé Roberto, os torcedores voltaram a sacudir o Pinheirão.

Ronaldo dominou a bola, a ajeitou no peito e bateu na saída de Manúa. Foi o 50º gol do Fenômeno com a camisa amarela. O astro do Real Madrid não balançava as redes pelo Brasil havia três partidas.

"Sou agora um cinquentão", brincou. "Demorou, mas o gol saiu na hora certa. Estou feliz por ter marcado em um jogo tão importante", continuou Ronaldo, que durante a semana declarou jogar melhor quando está pressionado.

Disposto a não sofrer uma goleada histórica, Carrasco mudou o Uruguai ainda no primeiro tempo. Trocou Abeijón, que tinha recebido cartão amarelo, pelo também volante Nuñez.

O time pentacampeão continuava soberano. Aos 37min, Rivaldo "achou" Ronaldo e o camisa nove chutou à direita do gol.

Na seqüência, o Brasil desperdiçou oportunidades com Ronaldo, aos 41min e Rivaldo, aos 42min. Nos descontos, Hornos aproveitou falha da defesa brasileira e fuzilou - Dida fez grande defesa.

Apenas o Uruguai mudou para o segundo tempo. Carrasco escalou Recoba na vaga do lateral-direito Romero, deu nova chance a Chevantón e a Celeste melhorou. Logo aos 11min, o miolo de zaga da seleção errou e Forlán descontou.

Foi o suficiente para que a torcida gritasse, em coro, o nome de Alex, destaque do Cruzeiro (líder do Brasileirão) e paranaense.

A massa foi atendida apenas aos 27min; o meia substituiu Kaká e Parreira foi duramente vaiado. O jogo, diferente da etapa inicial, ficou monótono e os chutões não foram poupados.

Pior para o Brasil, que recuou e sofreu a virada. Aos 30min, Forlán deixou de novo a sua marca. Na seqüência, Gilberto Silva desviou cobrança de falta e "matou" Dida.

Parreira tentou reagir com Luís Fabiano e Juninho. Mas quem decidiu foi Ronaldo. O craque, aos 41min, chutou cruzado e evitou a primeira derrota brasileira nas Eliminatórias.

BRASIL 3 x 3 URUGUAI

BRASIL
Dida; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Júnior; Gilberto Silva, Renato (Juninho) e Zé Roberto; Kaká (Alex); Rivaldo (Luís Fabiano) e Ronaldo
Técnico: Carlos Alberto Parreira

URUGUAI
Munúa; Romero (Recoba), Bizera, Lopez e Lago; Sosa e Abeijón; Liguera; Hornos, Zalayeta e Forlán
Técnico: Juan Ramón Carrasco

Data: 19/11/2003 (quarta-feira)
Local: estádio Pinheirão (Curitiba)
Horário: 21h40
Árbitro: Horácio Marcelo Elizondo (Argentina)
Auxiliares: Rodolfo Gustavo Otero e Juan Carlos Rebollo (Argentina)
Cartões amarelos: Abeijón (U)
Gols: Kaká, aos 19min, Ronaldo, aos 28min do primeiro tempo; Forlán, aos 11min e aos 30min, Gilberto Silva (contra), aos 32min, Ronaldo, aos 41min do segundo tempo.


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