18h16 - 17/11/2002 | Botafogo perde do São Paulo e cai para a segunda divisão | Agência Folha No Rio de Janeiro
Nem o atacante Dill esperava que o seu primeiro gol pelo São Paulo entrasse para a história. Depois de chegar ao clube em outubro do ano passado, ele quebrou o jejum hoje, com o gol que mandou de vez o Botafogo para a segunda divisão do Brasileiro.
Dill, que só jogou porque o técnico Oswaldo de Oliveira decidiu usar apenas reservas, fez aos 10min do segundo tempo o tento da vitória de seu time por 1 a 0 e aumentou a agonia do adversário, que precisava vencer e esperar por uma combinação de resultados para conseguir se salvar.
Além do vexame do rebaixamento, o Botafogo, um dos mais tradicionais clubes do país, campeão brasileiro em 1995, terminou a competição com o pior ataque e na última posição.
A despedida melancólica da equipe do Nacional foi acompanhada de perto pelo presidente eleito Bebeto de Freitas, que saiu da tribuna antes do final do jogo, quando seu time já perdia.
Contratado para salvar a equipe, o técnico Carlos Alberto Torres tentou evitar dar explicações. "Não tenho o que falar agora. Qualquer coisa que eu disser vai parecer desculpa", afirmou.
Enquanto os botafoguenses demonstravam vergonha e desespero, o time paulista comemorava o fato de ter aumentado a sequência de vitórias do clube.
São dez triunfos seguidos neste Nacional. Se os comandados de Oliveira vencerem os dois jogos das quartas, contra o Santos, igualarão o recorde do Guarani, que obteve 12 vitórias seguidas -11 em 1988 e uma em 1989.
O São Paulo também completou uma invencibilidade de 12 jogos. Mesmo se só empatar os seus jogos no mata-mata, o São Paulo conquistará o título brasileiro, já que terminou a fase de classificação na primeira posição. O primeiro adversário será o Santos, nas quartas-de-final.
Os são-paulinos perceberam a aflição do adversário antes mesmo do confronto de hoje começar. Os botafogueses demoraram para ir a campo, para que a partida começasse depois das de seus concorrentes contra a queda.
Quando o time da casa chegou ao gramado, onde o rival já estava, as duas equipes ainda tiveram de esperar a saída dos torcedores locais, que desfilavam pelo campo com suas bandeiras. O jogo só começou com 16 minutos de atraso.
Os primeiros minutos também retrataram a situação das duas equipes. Desesperadamente em busca da vitória, o Botafogo, já havia acertado duas bolas na trave -um no primeiro minuto- em oito minutos.
Enquanto o rival ia ao ataque, o São-Paulo, classificado e com o primeiro lugar já garantido, trocava passes com lentidão -e o goleiro Roger demorava para bater os tiros de meta.
No segundo tempo, o Botafogo só foi mais ofensivo após Dill colocar o rival em vantagem. O atacante foi lançado pela esquerda, chutou na saída de Carlos Germano. O goleiro defendeu, mas, no rebote Dill marcou.
Após o gol, o botafoguense Daniel, substituído em seguida, foi para o banco chorando. No fim, Sandro, driblado por Jorginho, chutou o adversário, foi expulso e tentou brigar com outros rivais. BOTAFOGO Carlos Germano; Marcos Gomes (Rodrigo), Sandro, Gilmar e Rodrigo; Almir, Esquerdinha (Camacho), Carlos Alberto e Daniel (Geraldo); Lúcio e Ademílson Técnico: Carlos Alberto Torres SÃO PAULO Roger; Reginaldo, Régis e Wilson; Rafael, Daniel, Júlio Baptista, Adriano (Aílton) e Jorginho; Leandro (Rico) e Dill (Oliveira) Técnico: Oswaldo de Oliveira Local: estádio Caio Martins, em Niterói (RJ) Juiz: Luciano Augusto Almeida (DF) Cartões amarelos: Gilmar e Lúcio (B); Régis (S) Cartão vermelho: Sandro (B) Gols: Dill, aos 10min do segundo tempo
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