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Pai de Leandro Lo desabafa em enterro do filho: 'Sentimento de revolta'

Lutador foi morto com um tiro na testa disparado por um policial militar durante uma festa em São Paulo - Reprodução/Instagram
Lutador foi morto com um tiro na testa disparado por um policial militar durante uma festa em São Paulo Imagem: Reprodução/Instagram

08/08/2022 17h48

A morte de Leandro Lo, campeão de jiu-jítsu, deixou todos chocados. Baleado na cabeça após discussão em noitada em São Paulo, o lutador deixou um grande legado no esporte. Durante o enterro do paulista, o pai do atleta, Leandro Nascimento, comentou sobre o sentimento de revolta com o ocorrido.

"Sentimento de revolta é absurdo né? Não tem como mensurar o acontecido, não tem como. Você está numa balada, curtindo com os amigos, lugar conhecido e vem um policial militar e faz uma besteira dessa. Isso é um absurdo, não pode existir de forma nenhuma. O país precisa pensar nessas coisas, não é dar 'carteirada' entrar com arma e tirar a vida do meu filho assim, ficar por isso mesmo. Ele deveria nos proteger, não tirar a vida do cidadão de bem", disse ele em entrevista ao LANCE!.

"Ele tinha acabado de voltar do mundial, estava bem, 'tranquilão' de saúde, treinando legal. Aí a pessoa interrompe uma carreira dessa. Ninguém se conforma e ninguém deve se conformar com isso. Eu sou pai, ingressei com ele no jiu-jitsu", completou.

O pai do lutador também falou um pouco sobre a relação com o filho. Além de ter explicitado que começaram juntos no jiu-jitsu, Leandro comentou sobre a alegria de Lo, especialmente quando estava praticando o esporte.

"A nossa relação sempre foi muito boa, desde que ele nasceu. Quando ingressamos no jiu-jitsu, fiquei 15/16 anos treinando com ele. Sempre foi um ótimo filho, disposto a ajudar, coração bom. Não sei expressar palavras para quem tirou a vida do meu filho", frisou, antes de prosseguir.

"Esse processo foi intenso. Desde a faixa branca em 2002, ele queria depois de capoeira e caratê. Chegamos lá, até ele ser campeão mundial, foi um negócio muito louco. Ele era espetacular, dava para prever o sucesso. Quando ele era pequeno, ele fazia tudo com vontade. Graças a Deus ele teve força, coragem e vontade", analisou.

Por fim, já emocionado com a cerimônia, Leandro Nascimento pediu justiça para o filho. A entrada de uma pessoa armada em um evento privado, além de chocar o pai de Lo, aumenta o nível de cobrança por segurança no futuro.

"A Justiça já existe naturalmente num processo desse. A gente tem que cobrar para não deixar no esquecimento e esse bandido estar na rua novamente. Vamos estar cobrando advogado, polícia e tudo mais. Ele tem que ser lembrado sempre com alegria dele, antes de entrar nas lutas, nas festas, quando estava nas arquibancadas. A alegria era contagiante", finalizou.

Diversas personalidades do mundo da luta no Brasil estiveram presentes para homenagear Leandro Lo. Como mencionado, o brasileiro de 33 anos foi morto pelo tenente da Polícia Militar, Henrique Velozo, no Esporte Clube Sírio. O PM se entregou e já está preso.