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Gabigol presta depoimento e confirma gritos de macaco: 'Muita tristeza'

Gabigol faz gesto contra o racismo após gol marcado pelo Flamengo contra o Audax - Divulgação/Flamengo
Gabigol faz gesto contra o racismo após gol marcado pelo Flamengo contra o Audax Imagem: Divulgação/Flamengo

18/02/2022 17h29

O atacante Gabigol, do Flamengo, prestou depoimento hoje em inquérito do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) que apura a acusação de injúria racial por parte de um torcedor do Fluminense em clássico válido pela quarta rodada do Campeonato Carioca.

Por videoconferência, o jogador afirmou que familiares seus estavam presentes no local e tiveram a "mesma percepção" quando ocorreu o grito de "macaco", dito assim que Gabi se dirigia para o vestiário. Gabigol ainda usou os termos "indignação, revolta e muita tristeza" ao se referir ao episódio.

Os insultos racistas aconteceram no intervalo do jogo, quando Gabigol se dirigia ao túnel que dá acesso aos vestiários. Já Fluminense encaminhou ao TJD-RJ requerimento de instauração de inquérito "para apuração dos fatos referentes ao vídeo publicado logo após o jogo de domingo".

"Informou que no intervalo da partida ainda em direção ao túnel que dá acesso ao vestiário ouviu diversos xingamentos e palavras ofensivas em especial gritos de macaco direcionados a ele; que naquele momento em razão do calor do jogo não conseguiu identificar o autor das palavras, entretanto, após a partida, buscou ter acesso às gravações realizadas no local, onde pôde confirmar aquilo que havia percebido. Perguntado em qual setor do estádio estavam os torcedores que proferiram os xingamentos e palavras ofensivas, o atleta informou que não sabe indicar o nome do setor, pois disputou poucas partidas naquele estádio e não tem familiaridade com a nomenclatura dos setores, entretanto pôde afirmar que os torcedores encontravam-se no setor localizado acima do túnel que dá acesso ao vestiário, onde encontravam-se torcedores identificados com a camisa do Fluminense", diz trecho do depoimento do jogador.

Advogados do Fluminense, André Valentim, procurador-geral do TJD-RJ, e Rafael Fernandes Lira, auditor processante do inquérito, também estiveram na chamada de vídeo em que Gabi participou.

Mais cedo, Gabriel Barbosa utilizou as redes sociais para voltar a se manifestar contra o racismo.