Olho vivo! Seleção tenta, diante do Egito, manter 'escrita' na Olimpíada que dura desde revés traumático
Mais do que continuar na busca por seu segundo ouro olímpico, a Seleção Brasileira tenta neste sábado (31), diante do Egito, no Estádio de Saitama, escapar de uma traiçoeira armadilha que deixou cicatrizes ao futebol canarinho. A mais recente eliminação do Brasil nas quartas de final de uma Olimpíada aconteceu justamente para uma seleção africana, há 21 anos.
Na edição de 2000, em Sydney, o então técnico da Seleção olímpica, Vanderlei Luxemburgo, apostou na força dos jovens à sua disposição para conduzir a equipe ao ouro. No entanto, a campanha foi oscilante desde a primeira fase.
Após estreia com vitória por 3 a 1 sobre a Eslováquia, a geração de Hélton, Athirson, Fábio Aurélio, Alex e Ronaldinho passou já na primeira fase por apuros diante de um adversário vindo do continente africano. A África do Sul conseguiu um 3 a 1 em noite de atuação fraca da Seleção olímpica.
A equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo classificou-se na primeira colocação ao derrotar o Japão por 1 a 0, graças a um gol de Alex. Na fase seguinte, o adversário seria Camarões.
À exceção da edição de 2004, para a qual não se classificou, a Seleção Brasileira esteve em todos os pódios. No ano de 2008, obteve a medalha de bronze, em 2012, chegou à final, mas teve de se contentar com a prata ao perder para o México. Somente na Rio-2016, veio o tão sonhado ouro.
Naquele 23 de setembro de 2000, a Seleção olímpica chegou a indicar que poderia sair logo na frente. No entanto, um toque de mão de Fábio Bilica na entrada da área desencadeou um cenário preocupante. O canhoto Mboma aproveitou mau posicionamento de Hélton e abriu o marcador em cobrança de falta.
Após uma etapa inicial de muito nervosismo, a equipe canarinha foi se lançando à frente no segundo tempo. Lançado no lugar de Athirson, o meia Roger carimbou bola no travessão. A seleção camaronesa ficou com um jogador a menos aos 30 minutos, quando Geremy Njitap demorou numa reposição de bola. A pressão brasileira se acentuou, mas esbarrou na afobação e no preciosismo. Em um momento de nervosismo, Lúcio e Roger bateram boca e o zagueiro deu uma cabeçada no meia.
Aos 48, Alex tentou uma investida e parou em Nguimbat. Ronaldinho cobrou falta com maestria e levou o jogo para a prorrogação, que na época era decidida no "gol de ouro". No primeiro tempo, Fabiano e Roger tiveram chances, mas se atrapalharam na conclusão. O próprio Fabiano chegou a balançar a rede, mas o impedido foi assinalado. Geovanni, sozinho, mandou uma bola no travessão.
Aos oito minutos do segundo tempo, veio a surpresa. Ronaldinho perdeu a bola e, após escorregão de Marcos Paulo, Camarões, com nove jogadores, engatou um contra-ataque que culminou em chute de Mbami para o fundo da rede. Derrota brasileira por 2 a 1 e eliminação traumática.
'Essas equipes vêm fechadas, jogando por uma bola', disse Richarlison (Foto: AYAKA NAITO / AFP)
A preocupação com "zebras" não fica restrita a esta lembrança de 2000. O atacante Richarlison reconheceu que a Olimpíada de Tóquio tem sido marcada pela dificuldade de superar adversários menos cotados.
- Essas equipes vêm jogando por uma bola contra o Brasil, como aconteceu nos últimos dois jogos. Tivemos dificuldade de penetrar na defesa a adversária - reconheceu, em relação aos duelos com Costa do Marfim e Arábia Saudita.
Em seguida, o "Pombo" falou sobre qual deve ser o comportamento da Seleção nestas partidas.
- Agora é mata-mata, se a gente errar está fora. Contra A Arábia fizemos um primeiro tempo abaixo. Temos que melhorar 100% nessas quartas de finais. Os garotos jogaram contra o Egito em um amistoso e perderam por 2 a 1, já falaram o quanto é difícil. Agora é encarar este jogo como uma final também - disse.
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