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Andrés reconhece falhas e vê ciclo encerrado no Corinthians

20/09/2020 18h29

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, 56, concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, e falou sobre sua situação no clube.

Em seu terceiro mandato na presidência do Timão, Andrés passa por um dos momentos mais conturbados dentro do clube. Recentemente, o Alvinegro do Parque São Jorge conseguiu vender os tão falados naming rights de seu estádio, no valor de 300 milhões de reais, parcelados em dez anos. Agora, a Arena Corinthians passará a ser chamada de Neo Química Arena.

Mesmo assim, o dirigente ainda tem muitos motivos para esquentar a cabeça. A demissão do técnico Tiago Nunes, protestos e ameaças da torcida - descontente com o rendimento do time em campo-, jogadores lesionados, dívidas milionárias, salários atrasados, entre outras coisas são os fatores que levaram o presidente à conclusão de que seu ciclo no clube chegou ao fim.

Foram décadas dedicadas ao clube, "muito mais do que sonhou aquela criança que prometeu pra mãe que seria diretor do Corinthians um dia", como contou o dirigente. Viveu momentos de felicidade e de tristeza desde 1997, quando chegou às categorias de base.

- Meu ciclo no Corinthians acabou. Eu me sinto realizado, mas este mandato atual foi de tanta decepção que não quero mais. Prometi isso para a minha filha - afirmou o atual presidente.

Andrés assumiu a presidência pela primeira vez em um dos piores momentos do clube, quando o Corinthians estava prestes a ser rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, no final da temporada de 2007.

- Tive de suportar o que poucas pessoas suportariam. Quando chegamos ao clube [após a queda] cuspiram na minha cara, xingaram os meus filhos. Isso é algo que não se apaga nunca - contou para a reportagem da Folha de São Paulo.

Mesmo quando estava longe, Andrés estava perto. Até quando exerceu o cargo de deputado federal, ele nunca conseguiu ficar longe do time do coração. Todos os presidentes que passaram pelo Corinthians no tempo em que Sanchez ficou fora - de 2011 a 2018 - foram eleitos com o apoio do cartola. Roberto de Andrade e Mário Gobbi ergueram suas campanhas com a sombra de Andrés servindo de amparo a todo tempo.

Agora, o atual presidente arquiteta a eleição de seu sucessor: o nome é Duílio Monteiro Alves, que já anunciou sua candidatura no início deste mês. O ex-diretor de futebol se afastou do cargo para poder concorrer à presidência, nas eleições do dia 28 de novembro.

Andrés alega que não vai terminar o mandato. Para tentar sair por cima, seu último ato pretendido é negociar a dívida do estádio com a Caixa. Para o banco, a quantia devida é de R$ 550 milhões. Para o clube, o valor é de R$ 450 milhões. Após resolver isso, o dirigente promete se licenciar.

- Vou pedir licença algum tempo antes da eleição para prestigiar os meus dois vices (Edna Murad Hadlik e Alexandre Husni) e cada um deles ficar de 15 a 20 dias como presidente - concluiu Andrés.