Topo

Neymar é viável? 'O que o Fla gasta é metade do que ele ganha', diz Landim

Neymar comemora título do Flamengo na Libertadores imitando Gabigol - Reprodução/Instagram
Neymar comemora título do Flamengo na Libertadores imitando Gabigol Imagem: Reprodução/Instagram

08/04/2020 06h30

O nome de Neymar já foi ligado ao Flamengo mais de uma vez. O próprio atacante, ex-Santos e Barcelona (ESP) e atualmente no Paris Saint-Germain (FRA), já falou publicamente do interesse em atuar pelo clube da Gávea. Mas, por enquanto, é bom a torcida rubro-negra encarar o assunto como um sonho distante, mesmo. Os valores para contratar e escalar um jogador desse porte ainda estão bem acima do que até mesmo o clube mais rentável do Brasil pode pagar.

Foi o que explicou o presidente Rodolfo Landim em entrevista para a plataforma "Genial Investimentos", ao lado do Claudio Pracownik, ex-vice de finanças do Flamengo. "As cifras são loucas. Ele me perguntam: 'Presidente, esse negócio aí do Neymar?'. Ano passado tinha muito disso porque o Neymar brincou muito comigo, quando fui chefe de delegação da seleção. Mas as pessoas não têm noção do que é o Neymar", afirmou.

Landim, então, esboçou os cálculos que inviabilizariam uma investida flamenguista. Ela só seria possível se o craque resolvesse rebaixar consideravelmente suas demandas salariais. "Ele ganha 38 milhões de euros por ano. Se botar os custos sociais, e imagino que as regras na França sejam parecidas com a da Espanha, com uns cento e poucos por cento em cima [do salário-base]: o custo dele seria 80 milhões de euros para o Barcelona, por exemplo. Multiplicando por seis [cotação do euro frente ao real], algo em torno de R$ 480 milhões por ano. O Flamengo, pagando tudo em 2019, foi para R$ 230 milhões [com folha salarial]. Tudo o que o Flamengo gasta é metade do Neymar."

Durante a live, o presidente do Flamengo falou sobre a importância da valorização do "produto futebol brasileiro" para que o clube venha a ter capacidade de disputar com os gigantes europeus, como Real Madrid, no futuro. Landim falou sobre a negociação dos direitos de transmissão e, neste contexto, citou que "é preciso conquistar espaço no mercado mundial".

Na reunião da Comissão de Clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ontem (7), foi discutida a perspectiva para vendados direitos internacionais do Brasileirão, mas o planejamento dos clubes para novos acordos no exterior ainda é embrionário.

A prioridade de todos os integrantes da Série A, no momento, é encontrar uma resolução para o calendário 2020, seriamente ameaçado pela pandemia do novo coronavírus. A coluna De Primeira mostra hoje como os clubes têm pressionado CBF para que o formato de pontos corridos, com 38 rodadas, seja mantido, ainda que o cenário para acomodar tantas datas no ano fique mais improvável a cada semana de paralisação acumulada. A estabilidade de sua fórmula de disputa, no entender das agremiações, facilitaria a antecipação da verba das TVs, num momento de sufoco financeiro.