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Mattos: Palmeiras usou "Sergio Mallandro e cerveja" para vencer o Santos

Alexandre Mattos foi diretor de futebol do Palmeiras até o início de dezembro de 2019 - Bruno Ulivieri/AGIF
Alexandre Mattos foi diretor de futebol do Palmeiras até o início de dezembro de 2019 Imagem: Bruno Ulivieri/AGIF

25/03/2020 12h03

Hoje no Atlético-MG, Alexandre Mattos participou de uma transmissão ao vivo no canal do novo clube e, ao falar sobre a estratégia de um dirigente para ser campeão, contou bastidores do título da Copa do Brasil de 2015. O então diretor de futebol do Palmeiras diz que foi fundamental ao propor a ideia de jogar a decisão mais para o fim de temporada e, também, ao reunir os jogadores, sem avisar ao técnico Marcelo Oliveira, para tomar cerveja em concentração.

O primeiro passo citado por Mattos envolveu Paulo Nobre, que era o presidente do Palmeiras na época. Para conquistar seu primeiro título no clube, Mattos, que tinha começado seu trabalho em janeiro de 2015, aproveitou uma reunião para convencer o Santos a adiar as finais. O dirigente ainda conquistaria no Verdão as edições de 2016 e 2018 do Campeonato Brasileiro.

"Tivemos uma reunião na Federação Paulista, e surgiu uma ideia vital para nós: modificar o segundo jogo da final. Falei para o Paulo Nobre vender ao presidente do Santos a ideia de ser o último jogo do ano, para ser o encerramento do futebol no Brasil. O presidente do Santos topou. Foi fundamental, porque precisávamos recuperar alguns jogadores", contou Mattos.

"O momento do Santos era espetacular, voando, e o Palmeiras ainda oscilava, pela quantidade de jogadores contratados. Era a oportunidade que a gente tinha. No futebol, muda muito rápido: o time que está na alta uma ou duas semanas depois pode não estar igual. E era a possibilidade de tentar encarar o Santos, além de camisa, jogo em casa, primeira final na arena nova, e esse envolvimento todo que o torcedor fez e foi fundamental", prosseguiu.

Em 25 de novembro de 2015, o Palmeiras perdeu a ida da final da Copa do Brasil por 1 a 0, na Vila Belmiro, em jogo no qual Gabigol perdeu pênalti e o atacante Nilson conseguiu falhar com o gol vazio à frente. A decisão, no Allianz Parque, ocorreu uma semana depois, com vitória alviverde por 2 a 1, seguida de triunfo nos pênaltis. Mattos enaltece o que fez na concentração antes do título.

"O Santos perdeu muito gol, perdeu pênalti, bola na trave, e foi só 1 a 0. Levantamos a mão para o céu. Faltando uma semana, fomos para Atibaia. No domingo, para desconcentrar, levamos as famílias dos jogadores para almoçar. Nesse mesmo dia, queria ter uma coisa diferente e contratei o Sergio Mallandro para uma palestra. Os críticos pegaram pesado, mas ele não ia definir time e estratégia, mas ia tirar um pouco da tensão de todos. E foi uma palestra muito engraçada, interagiu com as famílias", relembrou o dirigente.

"Quando acabou a palestra, o hotel tinha uma área comum, e senti que precisava fazer uma coisa descontraída com os jogadores. Trouxeram petiscos, cervejinha e tudo. Não era muito indicado, a três dias do jogo, mas era preciso criar intimidade, porque a possibilidade aumenta quando um se doa pelo outro", afirmou, dizendo até que enganou os jogadores para atrai-los.

"Entrei no grupo dos jogadores e falei 'Reunião com o Mattos aqui embaixo. Assunto: prêmio'. Aí cresceu o olho, mas não falei nada de prêmio. Eles desceram e começamos a criar intimidade. Eu dava uma cutucada, que estavam falando que o Santos já era campeão. Com a cervejinha rolando, quando saiu a situação do normal, eles se uniram e fizemos um vídeo com todos abraçados, falando que iríamos ganhar", lembrou.

"O Marcelo Oliveira chegou para o jantar, às 20h, e o segurança veio falar para mim que ele estava sozinho. Falei que estava resolvendo o bicho com os jogadores e estava tudo certo", gargalhou Mattos, assegurando que, com a intimidade que criou, o time foi capaz de ser campeão da Copa do Brasil.

"O Santos podia jogar 80 jogos contra nós, ganharíamos todos. Emocionalmente, foi criado um ambiente interno extremamente forte, não tinha como não ganhar. Fomos muito melhores no jogo, merecíamos ter ganhado, não precisava ir para os pênaltis, mas, nos pênaltis, conseguimos aquela vitória memorável, até por ser o primeiro título do Palmeiras dentro da sua nova casa", apontou.

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