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Prass confirma: não se aposenta no Palmeiras por definição de Mattos

10/12/2019 13h34

Depois de se manifestar somente em suas redes sociais, Fernando Prass deu entrevista coletiva nesta terça-feira na Academia de Futebol para falar de sua saída do Palmeiras. E o goleiro de 41 anos deixou claro que gostaria de se aposentar no clube, mas uma definição de Alexandre Mattos, diretor de futebol demitido na semana passada, encerrou sua passagem de sete anos.

- Era sabido que temos dois com mais tempo de casa e idade e, provavelmente, ficaria um só. Lá atrás, se desenhou uma situação contratual que resolveu essa questão. O antigo diretor teve uma estratégia contratual que deixou meu destino selado. E a última coisa que quero é atrapalhar qualquer planejamento do clube. Foi uma situação muito mais administrativa do que técnica de uma pessoa que nem está mais aqui. Mas saio sem mágoa - disse o goleiro.

A situação é a seguinte: Fernando Prass, Edu Dracena e Jailson renovaram seus contratos há um ano. O anúncio foi de que os três assinaram vínculo até dezembro, mas Jailson já tinha um acordo para continuar em 2020. O próprio Jailson relatou a situação a Prass, mas Mattos negou.

- Tive pedidos de entrevistas negados, porque me disseram que era por estar em fim de contrato. Toquei no assunto com Jailson e Dracena e o Jailson falou que já tinha acerto para o ano que vem. Três semanas atrás, o Alexandre nos falou que precisava resolver a minha situação e a do Jailson, porque o Dracena ia aposentar. Depois, meu empresário perguntou e o Alexandre disse que não havia nada de contrato definido - lembrou Prass.

- Vou responder da forma mais sincera. Se for por gratidão, por história e respeito, isso não é o que leva jogador a renovar contrato ou ficar no clube. Pelo contrário. É muito bonito, mas o que faz o jogador continuar é desempenho. Neste ano, em 11 jogos, mantive o nível alto. Dentro de campo, correspondi. Nos treinos, também. Até hoje, treino em dia de jogo, depois, faço complemento depois do treino. Mas é difícil falar que esperava mais da diretoria. O Palmeiras tem um planejamento, e a minha situação de ficar ou não no Palmeiras foi muito mais por questão administrativa do que técnica. O Jailson é um grande goleiro, provou isso sempre que jogou, mas a minha visão é que, de alguma maneira, essa situação contratual ajudou a definir minha saída - prosseguiu, agradecendo por todos que o ajudaram em todas as suas renovações desde sua chegada, em dezembro de 2012, e sem citar Mattos.

- Em 2015, na primeira dificuldade de renovação, agradeço ao Paulo Nobre, que bateu o pé, e graças a Deus, porque o que fizemos devo a essa avaliação dele de que eu era o goleiro para o Palmeiras. Em 2017, teve uma novela na renovação e o presidente (Mauricio Galiotte) me chamou na recepção, porque o que estava acontecendo e me pediu para ficar tranquilo, que ia renovar. No ano passado, agradeço ao Felipão que pediu pela renovação minha, Jailson e Dracena, pelo que representamos e entregamos em campo. Neste ano, com essa instabilidade grande, não deu para continuar - afirmou, sem explicitar mágoa com Mattos, contudo.

- Nunca tive problema nenhum com ele. Sempre fui um dos líderes e ele sempre me procurou para certos assuntos que competiam a um dos líderes do elenco. Simplesmente, fui sincero e cristalino para agradecer às pessoas que, realmente, fizeram força para eu ficar. Nada mais do que isso. Posso ter esquecido ou não ter sabido de uma ou outra, mas as três pessoas que agradeci, em momentos específicos, foram muito importantes para a minha permanência - afirmou Prass, sem saber de seu destino, embora esteja definido que vai continuar jogando, ao menos, por mais uma temporada.

- O presidente me perguntou se eu já tinha definido. No final de semana, desliguei o telefone, e combinei com meu empresário que, a partir de agora, me desvinculando realmente do Palmeiras, começaria a tratar disso. Antes, sem vir aqui, me explicar, agradecendo torcida, estaria muito focado para conversar com outro clube. A partir de hoje à tarde, penso nisso - falou.

- Sempre disse que minha intenção era encerrar a carreira no Palmeiras. Eu me vejo treinando em alto nível, os índices físicos são excelentes. Meu desempenho dentro de campo foi bom. Mas isso não depende só de uma pessoa. Sempre fui muito competitivo e obstinado, e essa situação me deu carga extra. Se eu já era motivado e determinado, no ano que vem pode ter certeza de que farei mais do que vinha fazendo.