Celso Barros deixa comando do futebol do Flu com balanço negativo
O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, colocou um ponto final na crise na alta cúpula da diretoria do clube, na última quinta-feira, ao confirmar o afastamento do vice-presidente geral, Celso Barros. O dirigente encerra a curta passagem como homem forte do futebol tricolor após ser pivô de uma série de episódios polêmicos e com a eficácia das contratações contestadas por parte dos torcedores. Dos reforços que chegaram ao clube após a troca de gestão, em junho, apenas Muriel conseguiu se firmar na equipe titular.
O goleiro, no entanto, chegou ao Flu sem interferência direta do vice-geral, conforme apuração do LANCE!, à época. O doping de Rodolfo acelerou as buscas por um atleta na posição e o irmão de Alisson foi oferecido sem custos ao Tricolor, após fim do vínculo com o Belenenses, de Portugal.
Celso Barros foi um dos principais articuladores da chegada do meia Nenê e do atacante Wellington Nem. Os dois, no entanto ainda não conseguiram se firmar no time titular de Marcão e antes, com os antecessores no cargo, Oswaldo de Oliveira e Fernando Diniz.
Barros também tocou as negociações de Lucão. O dirigente apostou na fama de vice-artilheiro da Série B do jogador de 27 anos, pelo Goiás em 2018, mas o centroavante ainda não balançou as redes pelo Flu em 2019.
As últimas investidas foram no zagueiro Luccas Claro e no lateral-esquerdo Orinho. O primeiro sequer estreou, enquanto o segundo não conseguiu manter o bom nível do titular Caio Henrique, nas vezes que esteve em campo. No último sábado, o lateral sofreu lesão na coxa esquerda e não tem prazo para retornar.
Histórico da crise
A guerra de bastidores entre Mario e Celso teve início ainda em agosto, quando o vice se reuniu com jogadores e comissão técnica para cobrar melhores resultados no Campeonato Brasileiro. Naquela altura o Tricolor ocupava a 16ª posição, com apenas 12 pontos e aproveitamento de 28,6%. Celso passou a se posicionar publicamente como favorável a demissão do treinador Fernando Diniz. Três dias depois, Mario chegou a colocar panos quentes nas declarações do colega, mas o treinador não resistiu à derrota para o CSA, pela 15ª rodada e foi demitido na semana seguinte.
No início de novembro, após o empate sem gols com o Vasco, no Maracanã, Celso Barros fez postagens em redes sociais em que voltou a criticar Diniz e falou em "eventuais mudanças" no futebol do clube, indicando ser favorável à demissão do técnico Marcão.
As declarações do vice repercutiram mal e Bittencourt resolveu afastá-lo das viagens da equipe para enfrentar São paulo e Internacional, pelo Brasileirão. O episódio desencadeou o ápice da disputa entre os dois dirigentes. Celso Barros voltou a usar o seu perfil nas redes sociais para se manifestar. O dirigente afirmou que não precisava de autorização para estar junto ao elenco e chamou Mario de traidor, antes de acusá-lo de não ter lhe dado autonomia prometida no futebol. Barros encerrou a postagem classificando os bastidores no clube como "horríveis".
Em coletiva, na última quinta-feira, o mandatário comunicou o afastamento do vice-geral até o final do Campeonato Brasileiro. Por ter sido eleito, o ex-presidente da Unimed-Rio não pode ser demitido. O combinado é que ao término da temporada os dois voltam a conversar para definir o futuro. Até lá, Bittencourt assume o comando do futebol
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