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Borja evita repetir maior jejum no Palmeiras, mas adota tom de adeus

Miguel Borja, atacante do Palmeiras - Cesar Greco/SE Palmeiras
Miguel Borja, atacante do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/SE Palmeiras

18/11/2019 08h00

Ao evitar a derrota do Palmeiras na Fonte Nova, sentenciando o empate por 1 a 1 diante do Bahia, Borja também impediu que igualasse o seu maior jejum de gols no clube, interrompendo um período de 110 dias consecutivos sem balançar as redes. Mas o tom das palavras do colombiano, depois da polêmica que acabou se envolvendo com Mano Menezes, ainda é de adeus.

"Não sei o que está acontecendo com a diretoria ou o professor. Só fico trabalhando. Sei das minhas condições. Se eles acham que tenho que sair, saio sem problema nenhum. Se o caminho é sair do Palmeiras no ano que vem, não tem problema. Estou com Deus, e Deus me ajuda a tomar a decisão. Estou tranquilo e trabalhando, que é o mais importante", disse o camisa 9.

As declarações aparecem em um momento que poderia ser de alívio. O último gol do atacante tinha ocorrido há quase quatro meses: em 30 de julho, na vitória por 4 a 0 sobre o Godoy Cruz, da Argentina, no Allianz Parque, no confronto de volta das oitavas de final da Libertadores.

De lá para cá, foram sete partidas em branco. O seu maior jejum no Palmeiras ainda é o de 2017, quando ficou 17 jogos sem balançar as redes, exatos 120 dias entre seus gols na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, em 21 de junho daquele, e no 2 a 0 diante da Ponte Preta, em 19 de outubro.

Mas o fato é que Borja perdeu espaço ainda com Luiz Felipe Scolari e tem se desentendido com Mano. Após o técnico dizer à ESPN que o colombiano "talvez não seja tão estrela", o empresário do atacante divulgou uma nota oficial reclamando de desrespeito e o próprio jogador disse que a declaração "doeu na alma". Agora, o camisa 9 afirma que não se encaixa no esquema do time.

"A cobrança sempre existe. Mas, muitas vezes, o estilo de jogo da equipe não me ajuda muito, mas sei que preciso me encaixar e trabalhar para isso. Esses três anos no Palmeiras me ajudaram a desenvolver muito mais meu jogo, a jogar mais fora da área, com os movimentos curtos que sei fazer. Agora, me sinto mais completo. Sei que vou sair melhor do que quando cheguei", falou.

Borja foi comprado pelo Palmeiras por quase R$ 44 milhões no começo de 2017, já contando os R$ 11 milhões pagos a mais ao Atlético Nacional por não negociá-lo até agosto deste ano. Seu contrato acaba no final de 2021, e ele já falou em atuar pelo Junior Barranquilla, clube do coração, no ano que vem.

O fim da passagem de três temporadas, caso se concretize, chega depois do pior ano de Borja no clube. Marcou somente seis gols até agora, depois de fazer dez em 2017 e em 2018, quando disputou a Copa do Mundo e tornou-se artilheiro de Libertadores e Paulista. Agora, o que poderia ser um alívio por encerrar um jejum vem com insistência no desacerto com Mano.

"Eu precisava voltar a marcar gol e sentir que sou importante. Estava há muito tempo sem fazer gol. Trabalho, a cada dia, fazendo o que sei fazer, mas, muitas vezes, não dá para fazer no jogo. O Mano me fala que, muitas vezes, o estilo de jogo do Palmeiras agora não ajuda muito meu estilo. Trabalho para melhorar e encaixar um pouco mais", afirmou.

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