Jair admite frustração com futebol do Santos e diz que faltou frieza ao time
O técnico Jair Ventura lamentou o empate sem gols do Santos na Vila Belmiro e mostrou certa frustração pelo desempenho diante do Real Garcilaso, do Peru, mas fez questão de ressaltar que o Alvinegro está "vivo" em todas as competições que disputa - além da classificação às oitavas de final da Libertadores, está nas quartas da Copa do Brasil e no Brasileirão tem um jogo a menos. Segundo o treinador, na noite desta quinta-feira, sobrou ansiedade e faltou frieza ao Peixe para definir a partida.
- Eles se defenderam muito bem. Nós não fomos eficientes para conseguir a vitória. Não dá para apagar a luta que nós tivemos, terminamos a partida com cinco atacantes. De repente, se o gol tivesse saído, abriria até para uma goleada. Ficamos tristes pela não vitória, mas com chave difícil, fomos superiores e nos classificamos com duas rodadas de antecedência. Pelo jogo hoje, foi ruim, temos obrigação de vencer, mas no somatório total, em um grupo difícil, passamos em primeiro. E isso não dá para esconder - disse, destacando o que faltou:
- Faltou gol mesmo. Criamos bastante. Faltou ser mais frio no terço final. A ansiedade acabou atrapalhando. Já ganhamos jogos com volume bem menor. O treinador fica confortável com os dois (vencer e jogar bem), nunca só com o resultado. Os objetivos são objetivos. Queremos dar show também. E vamos trabalhar para dar alegria à torcida. Podemos ser campeões sem jogar o melhor futebol, mas vamos trabalhar para isso.
O treinador santista também falou sobre os protestos e vaias que deram o tom do pós-jogo na Vila Belmiro. Foi a terceira partida seguida sem vitória e Jair garantiu estar ciente da pressão que sofrerá no comando do Santos.
- O protesto, para quem trabalha com futebol, é normal. Estou acostumado desde criança. E tem que cobrar mesmo, quando não ganhamos. É o Santos. Somos os líderes, classificados na Copa do Brasil e não tão bem no Brasileiro. Tem a pressão e temos que trabalhar pelas três competições. Ainda bem que o Santos está vivo. Somos os primeiros, estamos nas quartas e temos um jogo a menos no Brasileiro. Se ganharmos, é parte de cima da tabela - completou.
Confira outros pontos da entrevista coletiva do treinador:
Lesões e elenco
Perdemos mais um jogador machucado, o Vitor Bueno. O Pituca saiu com câimbra, estava bastante desgastado. Com a saída do Alison, temos o Yuri, que é um volante que pode fazer mais essa contenção. Não temos ninguém com a característica do Alison. Inúmeros treinadores me ligaram para eu emprestar o Pituca, mas a gente segurou. O campeonato você ganha com elenco.
Reforços
É trabalho em sigilo, trabalhamos com diversos nomes. Quando Santos mostra interesse, outros clubes procuram. Quando forem apresentados, sento e explico, características, se indiquei ou não. O presidente falou essa semana sobre reforços. O Santos não está dividido em diretoria, comissão e jogadores. Sabemos que o grupo é enxuto, que faltam peças... Mas isso não é fugir da minha responsabilidade, não. Estou sempre aqui para falar a verdade.
Excesso de cruzamentos (50 na partida)
Quando encontrarmos time com linha de cinco e linha de quatro na frente, temos que alternar o jogo. Cruzamos muito, sim, mas chutamos muito de média e longa distância, uma situação contra a retranca. Tivemos dificuldade de entrar, eles se defenderam bem. Nós treinamos a valorização da posse, a comunicação das linhas, os toques rápidos. O que menos treinamos foi cruzamentos.
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