Erros se repetem, mas Bota mostra força em virada inédita no ano
Não teve como escapar. Apesar da empolgante virada diante do Vasco, pela semifinal da Taça Rio, Alberto Valentim teve que responder perguntas sobre o quesito bola aérea, decisivo para os dois lados - quatro gols saíram por cima na vitória do Glorioso por 3 a 2, no Estádio Nilton Santos.
O time de Valentim ainda saiu na frente, mas viu a zaga perder duas bolas pelo alto, uma vez com Igor Rabello e outra, com Marcelo, em ambas cobranças de escanteio da esquerda, via Paulinho. É uma dor de cabeça que já assolava Felipe Conceição.
- Comigo, eu acho que tomei só dois (gols de bola aérea). Contra o Flamengo, estava impedido. Vi um vídeo de 12 minutos e alguns segundos. Ficamos 45 minutos numa sala para corrigir a bola aérea. Não posso cobrar deles se o jogador está impedido. Falta lateral, a gente procura o máximo sair na batida da bola. Como corrigir? Só treinar, treinar e treinar - falou Valentim, em entrevista coletiva logo após a classificação à final.
Agora precisamos falar sobre Rabello, que vinha sendo vaiado no início, assim como Benevenuto. A torcida pedia Joel Carli, mas mal sabia ela que ia comemorar a classificação com o gol do General. O zagueiro esbanjou personalidade ao dar a primeira virada do Botafogo na temporada e o primeiro triunfo do time em clássicos - em quatro jogos, tinha empatado uma e perdido três. Ele refletiu bem o caráter determinado do time.
Rabello acabou sendo o destaque da partida, pois deu uma assistência, além do gol crucial e da homenagem a João. Sem João, aliás, o volante Marcelo foi a opção e esteve bem em campo, embora suas características fujam consideravelmente da do antigo capitão alvinegro.
Deixando um pouco a questão da bola aérea para escanteio, o Botafogo, tecnicamente, espirrou o taco em diversas ocasiões. Marcos Vinícius, por dentro, foi discreto, enquanto Valencia quase não foi efetivo, apesar do cruzamento para o gol de Brenner, que abriu o placar. Já Luiz Fernando, autor do segundo, mostrou que tem credencial de sobra para voltar ao time titular.
De resto, há de se apontar a pouca participação ofensiva dos laterais, justificada pela intensidade dos ariscos Paulinho e Riascos do outro lado. No entanto, o que fica da inédita virada em 2018 é um alento por dias melhores e os resquícios da equipe do ano passado, que tinha a garra e a superação como pontos fortes. Que venha o desafio da decisão da Taça Rio, no domingo.
- Tem que ter um time aguerrido e organizado. Em vez de fazer o gol, acabamos tomando se estiver desorganizado. Que são guerreiros, eu não estou mentindo - sinalizou Alberto Valentim.
COMO O BOTAFOGO INICIOU
COMO O BOTAFOGO TERMINOU
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