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Titular e papai, Antônio Carlos vive nova fase no Palmeiras e quer mais

Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

28/01/2018 08h00

O Antônio Carlos "versão 2018" está bem diferente do que terminou o ano passado. Ele era a última opção entre os zagueiros, chegava a ficar fora até do banco de reservas e estava prestes a deixar o clube, mas acabou renovando contrato e surpreendeu muita gente ao começar a nova temporada como titular. Para completar, ainda tem uma motivação extra: a filha Alice, que nasceu na última semana. Se fizer gol no jogo contra o Bragantino, às 17h deste domingo, no Nabi Abi Chedid, ele irá homenageá-la.

"Fui pai pela segunda vez. Eu tenho a Antônia, de dois anos, e agora a Alice. É um momento único. Sou um cara muito família e vou estar sempre jogando pelas minhas filhas, pela minha esposa, pelos meus familiares e as pessoas que me querem bem, além de todos os torcedores do Palmeiras. Eu amo a minha família, cara. Minhas filhas são dois acontecimentos que eu nunca vou esquecer", contou o jovem de 24 anos, antes de posar para o LANCE! fazendo o tradicional gesto de "embala neném".

Apesar de admitir que o nascimento da nova herdeira aumenta o ânimo, Antônio Carlos diz que nunca baixou a guarda no Palmeiras. O último jogo dele como titular em 2017 foi em junho, contra o Santos, na Vila Belmiro. Em todo o segundo semestre, só foi acionado duas vezes, no decorrer dos jogos contra Atlético-PR, em agosto, e Sport, em novembro. Ao todo, foram só nove jogos em todo o ano, cinco como titular. Hoje, ele já fará a quarta partida como titular em 2018.

"Primeiro eu tenho que ressaltar que nunca deixei de trabalhar na minha vida, jogando ou não, renovando ou não. Acho que a explicação é o trabalho. Todo mundo viu que eu estava ali, persistindo, e sempre ajudando meus companheiros, porque não adianta o cara estar aqui e não ajudar os outros. Eu ajudava, falava com todo mundo. Acho que foi meu esforço, meu profissionalismo. Eu fiquei muito feliz quando o Alexandre ligou para mim falando que queria renovar. A gente sabe que o Palmeiras é gigante e eu não poderia sair daqui sem marcar história. É o que eu quero: marcar história nesse clube", diz o companheiro de Thiago Martins na defesa alviverde.

"Eu estou muito feliz aqui, estou com sede, estou com gana e quero mais. Eu quero marcar gols, eu quero ganhar títulos, eu quero ser considerado um dos melhores zagueiros, quero que o Palmeiras chegue em uma final de Mundial. Eu quero muito, cara".

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LANCE!: Você tem alguma explicação para o bom início de ano do Palmeiras, que é o único clube a vencer todos os jogos do Paulistão até agora?
Antônio Carlos: Isso é fruto do bom trabalho que a gente vem fazendo. Também tem um pouco da família que a gente formou aqui dentro, do entrosamento que a gente tem. E, mais do que tudo, do trabalho do professor Roger, que vem dando chance para todos, inclusive para mim. A gente está correndo sempre como se fosse o último jogo das nossas vidas. Mesmo cansados, com poucos dias de pré-temporada, jogo atrás de jogo, tendo que viajar para o interior de São Paulo. Acho que a gente está se superando e vamos evoluir ainda mais para dar mais alegrias para a torcida do Palmeiras.

Qual foi a principal orientação do Roger para você?
Não só o professor Roger, mas todos que trabalham aqui dentro, a comissão, o Alexandre e o Cícero pediram a maior atenção e a maior simplicidade possível nessa oportunidade. Para ser simples, aquele zagueiro sério, ajudar os companheiros, ter a palavra dentro de campo. Acho que isso foi importante para ter essa sequência que o professor está me dando.

No jogo contra o Santo André, você deu uma caneta no atacante dentro da área. Levou alguma bronca?
Aquilo ali foi meio que uma loucura (risos), todo mundo brincou comigo depois do jogo. Graças a Deus deu certo, mas eu já tomei um puxão de orelha. A gente faz o melhor dentro de campo. Claro que algumas vezes a gente erra, mas a gente não tenta para errar.

Mesmo quando não era relacionado, você interagia muito nos treinos, orientava, gritava. Esse perfil de liderança é uma característica sua?
Todo mundo sabe que eu sou muito brincalhão. Eu, Thiago Santos, Keno, Tchê Tchê... A gente brinca muito, mas nos cobramos muito também em cada treino. É para melhorar, evoluir, porque a gente sabe que isso vai ser bom para todo mundo. Vai ser bom para o Roger na hora de escalar, vai ser bom para o Alexandre na hora de renovar, vai ser bom para o clube, entendeu? É você incentivar o seu companheiro a finalizar certo na hora do treino, porque vai chegar no jogo e ele vai finalizar certo. É incentivar a ser sério, principalmente o zagueiro. É assim que a gente ajuda, falando, com gestos, para que todos evoluam juntos.

E como está sendo formar dupla com o Thiago Martins?
O Thiagão é um cara excepcional, que trabalha bastante também. O Luan, o Juninho, o Emerson, o Pedrão, o Dracena... Qualquer um que jogar com o Thiago ou comigo vai fazer o melhor e vai dar conta. Hoje nós temos um dos melhores plantéis de zagueiros no Brasil. Isso faz com que a gente não caia na mesmice, não se acomode e esteja cada vez melhor.

E a filha que acaba de nascer? Isso mexe com o seu dia a dia?
Mexe bastante. E mexe um pouquinho mais porque você também quer descansar, né? Minha filha acorda 4 horas da manhã chorando e a gente tem que ajudar a nêga também, porque ela não é de ferro (risos). Coitada, sai de uma cirurgia, de um parto, e às vezes precisa subir escada, ficar levantando da cama. Mas esse momento é muito importante para mim.

Então está ainda mais difícil descansar nesse começo de temporada?
Ainda está tranquilo. Minha esposa teve a nossa filha no Rio e elas estão lá. Eu estou aqui sozinho, no nosso apartamento, e está dando para descansar um pouquinho melhor. Mas daqui a pouco elas estão aí.

E como você pretende homenageá-la se sair um gol?
Primeiro eu vou agradecer a Deus por tudo o que tem proporcionado na minha vida. Depois vou na câmera e vou gritar o nome da minha filha e da minha esposa.