Topo

Rosana deixa Seleção feminina e afirma: 'deixei de ser conivente com o "errado"'

28/09/2017 14h16

Depois de Cristiane anunciar sua retirada da Seleção Brasileira de futebol feminino, justificando a decisão pela falta de voz que as atletas têm dentro da Confederação Brasileira de Futebol, acarretada pelo desligamento de Emily do cargo de técnica para o retorno da comissão de Vadão, mais jogadoras continuam seguindo os passos da atacante. Fran abandonou a camisa verde e amarela, seguida por Rosana, que anunciou nesta quinta-feira sua saída da Seleção, via redes sociais.

- Foram 18 anos representando a seleção brasileira com muito orgulho e amor! Hoje, assim como a Cristiane e a Franciele, torno público o desejo de não defender mais as cores da seleção brasileira. Diante das circunstâncias e adversidades dos últimos acontecimentos, sinto que as atletas não têm voz, e querer expor um ponto de vista, mexe com a vaidade e ego de muitos - explicou a jogadora na publicação.

Rosana também comentou sobre o pedido formal que as atletas comandadas por Emily fizeram para que a treinadora permanecesse no cargo, ressaltando a falta de atenção da CBF para tratar de uma questão séria, que envolve todo um time e sonhos.

- Muito se pede para que as atletas se manifestem e reivindiquem. E sim, acho que deveríamos fazer isso, mesmo depois de uma tentativa fracassada como no pedido de permanência da comissão da Emily. Mas em contrapartida, entendo que muitas meninas ali, junto com os seus familiares têm um sonho. E protestando algo, têm medo que esse sonho seja abortando abruptamente, por não saberem a força que teriam juntas.

Ao finalizar sua publicação, a jogadora revelou que se posicionou algumas vezes dentro da instituição, mas, sem voz, não teve seus pedidos atendidos. Rosana também declarou seu desejo de ver pessoas que tem amor à modalidade assumindo cargos importantes no futebol feminino.

- Sempre me posicionei, por vezes, somente internamente, outras em público. Me posicionava, porque sempre pensava no que eu poderia ganhar e não perder. Sim. Sofri retaliação, e o sonho ficou no modo abstrato. Mas deixei de ser conivente com o "errado"! E é por isso, que estou abdicando mais uma vez de um sonho. Não temos força e nem voz. E isso, um dia cansa! Fica aqui o meu desejo para que pessoas que amam e tratam a modalidade com carinho e respeito, ocupem cargos de expressão dentro do futebol feminino brasileiro, e que as atletas ganhem corpo e voz, na briga incessante pela modalidade.