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Cuca diz que entrada imediata de árbitro de vídeo será 'uma lambança'

18/09/2017 23h24

Cuca mostrou-se preocupado com a decisão da CBF de colocar o árbitro de vídeo na próxima rodada do Campeonato Brasileiro. Além de questionar a mudança de regra no decorrer da competição, o técnico do Palmeiras considera que a preparação para usar a tecnologia ainda não é a ideal. O presidente Maurício Galiotte e Fernando Prass também mostraram-se reticentes com a decisão.

- Vai ser a maior lambança, porque não estão preparados. Eu posso pedir? O meu capitão pode pedir? Só o juiz? Quantos pedidos? E qual o critério? Um árbitro de vídeo entrar faltando 15 rodadas por que teve um erro crasso na última? Espera para o ano que vem. Como vai fazer algo que não tem regra. E o tempo? Pode jogador pressionar o árbitro nessa hora ou vai dar cartão? Qual a regra? Tem tudo para ser uma lambança ainda pior. Vamos torcer para esclarecer as regras, porque cada um quer o que é seu de direito. O árbitro de vídeo vai ter só no jogo grande, da TV, ou no pequeno também, que é tão importante quanto. Isto custa caro, mas precisa ter nos 10 jogos, senão... - pontuou Cuca, depois da vitória do Verdão sobre o Coritiba.

O uso imediato do árbitro de vídeo foi uma imposição do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, motivada pelo gol irregular marcado por Jô, na vitória do Corinthians sobre o Vasco, no domingo. A comissão de arbitragem agora corre contra o tempo para deixar toda a estrutura preparada a tempo do início da 25ª rodada, neste fim de semana. O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, concorda com a tecnologia, mas diz que seria melhor se tivesse sido usada desde o início.

Sérgio Corrêa, que vinha acompanhando em nome da CBF o desenvolvimento do árbitro de vídeo, está no Paraguai acompanhando o treinamento da Conmebol para usar o sistema na Libertadores. Mas já foi avisado: terá que voltar ao Brasil imediatamente para contribuir no processo. Resta saber se o tiro não irá sair pela culatra, já que os árbitros não foram treinados ainda. Três dos considerados de elite do Brasil estão no Paraguai para o curso: Sandro Meira Ricci, Wilton Pereira Sampaio e Anderson Daronco.

- Não sei em que ponto está o treinamento dos árbitros, porque não é uma situação fácil. Pode ter muita confusão se o juiz vê uma falta ou um impedimento, apita antes, a jogada não se concretiza, aí vai ver no vídeo... É complicado. tem que ser uma coisa muito bem combinada, coordenada. Tenho minhas dúvidas por ser assim de uma hora para outra, não sei se os árbitros receberam treinamento. No começo, a tendência é que dê um pouco de confusão - explicou o goleiro Fernando Prass, que apesar da crítica à forma como está sendo implementado, é favorável a este avanço.

- Quase que já passou do tempo. O futebol, às vezes, fica muito tempo em uma inércia. É um esporte que muitas vezes demora a acompanhar a evolução das coisas. Se você tem condição de criar uma situação que dará mais justiça para o jogo, tem que se ter. Acho improvável que tenha em alguns jogos e, em outros, não. Pena que, depois de primeiro turno inteiro e alguns jogos do segundo, vão fazer isso. O campeonato já teve muitos erros de arbitragem que poderiam ser evitados. Precisou de um lance capital, em jogo importantíssimo para que a decisão fosse tomada - completou.