Topo

Técnicos traçam 'drible' em clubes para terem pedidos aceitos pela CBF

21/08/2017 13h57

A Federação Brasileira de Treinadores de Futebol (FBTF) fez nesta segunda-feira uma reunião com técnicos do país na sede da CBF na qual são discutidas medidas que visam à garantia de direitos e da estabilidade no exercício da profissão. Um dos pontos é, por exemplo, determinar que haja limitação para que cada treinador só trabalhe em, no máximo, dois clubes por cada Série do Brasileirão. A estratégia é tentar convencer a CBF a incluir os itens da pauta no Regulamento Geral de Competições. Desta forma, sem que os quesitos façam parte do Regulamento Específico de cada divisão do Brasileirão, os treinadores veriam seus pleitos aceitos sem a necessidade da votação dos clubes no conselho técnico.

- Queremos pedir à CBF, que tem autonomia, é uma entidade privada. Ela pode alterar o regulamento de competições, inserido isso em todas as competições. Aí, não passaria pelo conselho arbitral. Ela pularia essa parte. Ela determinaria como norma a ser exercida em todas as competições - explicou Vagner Mancini, técnico do Vitória e uma das lideranças da FBTF.

Indagado se o limite para trabalhar em dois clubes por Série não cercearia o direito constitucional de cada técnico de exercer a profissão, Mancini admitiu a preocupação de encontrar um caminho jurídico adequado.

- Ainda estamos discutindo com a parte jurídica. Ninguém quer lesar ninguém. Queremos simplesmente regulamentar melhor a profissão, tendo bons frutos disso - completou o treinador.

Durante a manhã, os assuntos foram discutidos no auditório da CBF pelos treinadores, com alguns diretores da entidade presentes durante uma parte do encontro. À tarde, uma comissão vai se reunir diretamente com o comando da CBF para apresentar as demandas.

Além do limite de atuação em dois clubes por série, os técnicos pediram que seja replicada uma regra adotada pela Federação Paulista, de permitir que um clube só registre a contratação de um novo treinador se for comprovada a quitação de todos os direitos trabalhistas e também do direito de imagem. A lista de pedidos para o Regulamento Geral de Competições ainda inclui o registro de contrato como uma obrigação nacional, para todo tipo de competição, nacional ou estadual.

O grupo de treinadores ainda pede a equivalência das licenças brasileiras para que técnicos estrangeiros possam atuar no mercado nacional (a partir de 2019, todos os treinadores deverão ter licença A para trabalhar em competição nacional). Outro pleito é o reconhecimento da licença brasileira junto à Conmebol e Fifa. Além disso, reduzir o valor cobrado atualmente pelos cursos feitos pela CBF. O montante é considerado alto e, por isso, acessível a poucos.