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A força do Hulk da Amazônia: arena lotada surpreende e vira trunfo no Brasileirão feminino

30/06/2017 13h06

Nas semifinais do Campeonato Brasileiro feminino, a única equipe fora do estado de São Paulo é de Manaus. E, na noite da última quinta-feira, na Arena da Amazônia, o Iranduba presenciou uma linda festa nas arquibancadas, com mais de 25 mil torcedores, porém não alcançou um bom resultado: foi derrotado por 2 a 1.

A equipe manauara abriu o placar no início do jogo, com Mayara, mas Maria, no fim da primeira etapa, e Ketlen, no início da segunda, deram números finais ao duelo. O jogo da volta será realizado no próximo sábado (8), na Vila Belmiro.

Com ingressos populares - valores de R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira) -, o estádio contou com uma animação durante os 90 minutos, apesar do resultado negativo para o Hulk da Amazônia - apelido do abraçado time mandante. A renda para um total de 25.371 presentes (um recorde) foi de R$ 115.370.00.

Para se ter uma ideia do sucesso de público na Arena da Amazônia, a média de torcedores em estádios no Brasileirão masculino deste ano é de 15.167. Até o momento, decorridas dez rodadas, apenas três equipes superam, em média, o número de pessoas que foram ao estádio de Manaus na última quinta: Corinthians (35.759), Palmeiras (32.436) e Grêmio (26.476).

Ainda a efeito de comparação: com 100 jogos já realizados no nacional para homens, apenas em 14 oportunidades o público pagante superou ao do duelo Iranduba x Santos. O maior, cabe ressaltar, foi o do confronto entre os líderes Grêmio e Corinthians, realizado no último dia 25 e findado com triunfo dos paulistas. Na ocasião, 50.116 comparecem à Arena do clube tricolor.

Embates entre gigantes como São Paulo x Atlético-MG, no Morumbi, Cruzeiro x Grêmio, no Mineirão, e Botafogo x Vasco, no Nilton Santos, por exemplo, levaram - aproximadamente - 22, 17 e 13 mil pessoas, respectivamente.

SEGREDOS DO SUCESSO

Único time da Região Norte desde a segunda fase do Campeonato Brasileiro, o Iranduba chamou os holofotes para si quando, no início de abril, diante do Corinthians, levou pouco mais de 8 mil pessoas à Arena da Amazônia. À época, o número superou em dez vezes o segundo melhor público do campeonato: 849 pagantes no jogo do Iranduba contra o Santos - hoje adversários nas semifinais.

Segundo a Confederação Brasileira de Futebol, a bilheteria das duas partidas foram as únicas do Brasileirão feminino que "pagaram" os custos operacionais do jogo - como arbitragem, segurança e venda de ingressos, por exemplo. Em suma, os únicos que não deram "prejuízo", o que reflete a triste realidade do futebol para mulheres no "País do Futebol".

Na imprensa local, três fatores são apontados como primordiais para o sucesso de público nos jogos do Iranduba em casa: o crescimento técnico do time, a atenção que a mídia local tem dado ao futebol feminino e a visita de times tradicionais para disputar partidas na região.

Apesar de colaborar timidamente para o pagamento do salário do time manauara, que é de cerca de R$ 30 mil, a diretoria do Hulk já deixou claro que as arquibancadas cheias colaboram para atrair novos patrocinadores. Um importante passo para a popularização da modalidade.

TÉCNICO AINDA ACREDITA NA 'FORÇA' DO HULK

Atual hexacampeão amazonense de futebol feminino, o Iranduba ainda mantém a confiança ao credenciamento à final do Brasileirão. Logo após a derrota para o Santos, o técnico irandubense Sérgio Duarte lamentou o revés, mas viu pontos positivos na apresentação de sua equipe.

- É evidente que o resultado não foi esperado. Temos que alinhar algumas coisas. Saímos na frente do placar e jamais poderíamos liberar os espaços para o adversário. O primeiro gol delas foi em uma jogada construída, mas o segundo gol foi uma falha nossa. Voltamos a controlar após a entrada da Mica, mas infelizmente o resultado não veio. Em momento algum vamos abaixar a cabeça. Ainda acreditamos, o campeonato não acabou - disse Duarte.

A outra semifinal está sendo disputada entre Rio Preto-SP e Corinthians. Na ida, o time do interior bateu o Timão por 2 a 1, em casa, também na última quinta.