Separados por 280 metros, Leco e Pimenta lançam chapas nesta quarta
A quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017, oficializará o início da corrida eleitoral no São Paulo. Pela última vez, graças à reforma do estatuto aprovada no fim do ano passado, o pleito acontecerá em abril. Os rivais serão Carlos Augusto de Barros e Silva, atual presidente, e José Eduardo Mesquita Pimenta, que tenta voltar após mais de duas décadas ao comando do clube. O próximo mandato terminará no fim de 2020.
Curiosamente, as duas chapas serão lançadas no mesmo dia, em horários próximos e em locais separados por apenas 280 metros. A da situação, chamada "São Paulo de Verdade", se reunirá às 19h, a dois quarteirões de onde, às 19h30, a "Volta, Pimenta!" apresentará seus planos. Ambos endereços ficam no bairro do Itaim Bibi.
Ambos integraram diretorias em períodos vitoriosos do Tricolor. Pimenta, por exemplo, era presidente quando os títulos do Campeonato Brasileiro, de 1991, da Libertadores e do Mundial de Clubes, de 1992 e 1993, foram conquistados. Já Leco circulou da diretoria de orçamento e controle à vice-presidência geral entre 2006 e 2014, com três taças do Brasileirão e uma da Copa Sul-Americana.
O atual mandatário ocupa cargos no clube desde 2002 e só esteve mais distante entre 2014 e 2015, quando presidiu o conselho deliberativo. Ainda assim, acabou tendo papel importante no processo que resultou na renúncia de Carlos Miguel Aidar após denúncias de corrupção. Como consequência, tornou-se candidato a completar o mandato iniciado há três anos na sucessão a Juvenal Juvêncio e venceu o pleito.
O concorrente de Leco em outubro de 2015 era Newton Ferreira, conhecido como Newton do Chapéu e hoje um dos integrantes da chapa de Pimenta. Juntos com Dorival Decoussau e Antônio Donizeti Gonçalves, que fizeram parte da diretoria de Aidar, assinaram manifesto contra a gestão vigente falando em "amadorismo, incompetência, falta de transparência e atraso". A situação rebate lembrando o esforço para a reforma do estatuto e a criação do portal de transparência para tornar públicas todas as ações da diretoria.
Outros aliados importantes da oposição são José Roberto Ópice Blum, presidente do comitê de ética que considerou as denúncias sobre o "caso Jack" sem provas, e o empresário Abílio Diniz. O segundo chegou a apoiar Leco no processo de saída de Aidar, mas se afastou após a queda de seu braço direito Alexandre Bourgeois, demitido duas vezes do cargo de CEO no São Paulo. Em caso de vitória da oposição, Diniz promete atuação mais direta no clube.
Leco terá como aliados mais fortes Marcelo Pupo Barboza, atual presidente do conselho deliberativo e elogiado pela forma como conduziu o órgão nos últimos 16 meses, e Roberto Natel, que era vice geral do clube até setembro, mas se afastou para tentar lançar uma candidatura própria. Sem sucesso na empreitada, reatou a aliança para fortalecer a situação.
Os trunfos da gestão atual são a reestruturação do departamento de marketing, que saiu de uma camisa sem nenhum patrocínio para recolher mais de R$ 35 milhões por ano em novos acordos, e a renegociação das dívidas (as bancárias em mais de 40% e a total em quase 28%). Por outro lado, as dificuldades para montar e reconstruir o elenco na última temporada, com riscos até de rebaixamento, pressionaram a administração de Leco.
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