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Ceni exalta Cueva, mas pede São Paulo mais letal para evitar desgaste

22/02/2017 00h02

O São Paulo suou e conseguiu sua terceira virada no Campeonato Paulista ao fazer 3 a 2 sobre o São Bento nesta terça-feira. Para o técnico Rogério Ceni, a coragem dos jogadores mais uma vez foi essencial e fez até com que os erros cometidos novamente pelo sistema defensivo ficassem em segundo plano.

- A coragem é deles, a personalidade é deles. Os gols são fruto do sistema de jogo de se expor a todo momento, de buscar o gol. Sofre sustos? Sim. Sofre gols? Sofre. Mas é uma filosofia de jogo, eu acredito muito nela e os torcedores e jogadores sentem muito mais prazer com ela. Não tem como precisar a razão (de sair perdendo), foi mais coincidência. Ninguém quer tomar gol para depois reagir. Mas fico feliz pelo time se manter focado no jogo para fazer pressão e buscar o gol por 90 minutos - destacou o treinador.

Contra os sorocabanos, o Tricolor contou com dois gols de Lucas Pratto - com assistências de Luiz Araújo e Júnior - e um de Christian Cueva para reagir aos tentos de Pitty e Régis. Mas a vida poderia ter sido mais fácil se o próprio peruano não tivesse desperdiçado três chances claríssimas. O meia lamentou os erros após a partida, mas viu Ceni motivá-lo.

- Não pode se cobrar tanto. A bola podia ter batido na trave e entrado. As outras duas chances caíram no pé esquerdo, que não é o melhor para finalizar. Mas é o jogador essencial do meu time, que faz falta quando não joga e corresponde muito bem. E no momento psicologicamente mais difícil do jogo pegou a bola e nos deu a vitória. Só tenho coisas boas para falar sobre ele - exaltou o técnico, que aproveitou para fazer uma leve cobrança ao time:

- Estou feliz com as vitórias, com a posse de bola de 70%, com as chances de gols criadas. Mas estamos nos desgastando por demorar para decidir. Tivemos chances de matar os jogos em 40 minutos e estamos demorando 80. As preocupações existem sempre, mas serão menores enquanto estivermos atacando tanto. Se conseguirmos matar o jogo mais cedo, talvez cansemos menos, mas foram nove dias e quatro jogos, com treinos sem intensidade e volta rápida para jogar. Não dá para sentir nada mais que orgulho deles. O treino agora é teórico, a intensidade ficou na pré-temporada - ponderou.

O São Paulo se reapresenta nesta quarta-feira, às 16h, no CT da Barra Funda. Os titulares da partida contra o São Bento farão apenas trabalho regenerativo e só devem treinar forte na sexta. No sábado, às 19h30, a equipe encara o Novorizontino, em Novo Horizonte, pela sexta rodada.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Ceni:

Qual análise faz de Lucas Pratto e Luiz Araújo?

Pratto eleva nosso nível porque é competitivo, brigador e talentoso, isso nos ajuda demais. Araújo foi espetacular contra o Santos, errou as decisões contra o Mirassol e hoje deu muitas assistências. Precisa amadurecer, porque velocidade, potência e desarme ele tem, chega muito fácil no ataque e hoje escolheu bem. Tirei ele porque quem joga em alta intensidade o tempo todo tende a cansar. Aí tentei o Chavez para fazer uma dupla na frente com o Pratto e deixando o Cueva no meio como losango e os laterais livres para subir. E assim, com o Bruno, saiu o lance do pênalti no Chavez.

O que mudou no espírito do time em relação ao ano passado?

Sobre o ano passado, não posso falar nada porque nem convivi e não posso dizer, mas essa é minha maneira de enxergar o jogo e a vida. Fazer sempre seu melhor, aproveitar os minutos em campo, porque passa rápido. A vida de um atleta passa rápido demais. A chance de mostrar seu potencial ao público não é no sol, em pré-temporada, em dois períodos de treino. Para isso eles recebem muito bem. O que muda é deixar a vida em campo a cada jogo, e eles estão fazendo isso. Não posso criticar os erros, porque o que eles fazem como equipe é o que mais vale para mim.

Como explica um ataque com poucas opções ter 15 gols e ser o melhor de todo o Campeonato Paulista?

O time quando faz muitos gols não é fruto só dos três homens de frente. É uma posição em que temos cinco jogadores de ataque, mas o Cueva que tem talento para tal. Temos sete zagueiros e cinco atacantes, algo que tentamos equilibrar ao trocar Hudson pelo Neilton. E depois o clube nos trouxe o Pratto.