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Após 1º gol, Pablo lembra lance com Cássio e vê jogo aéreo como seu forte

17/02/2017 07h40

Pablo dificilmente permanecerá mais de um ano no Corinthians. Alvo de um investimento de R$ 24 milhões do Bordeaux (FRA) há um ano e meio, o zagueiro foi emprestado por conta de uma série de lesões que teve na última temporada, mas é um jogador bem avaliado no clube francês, que estabeleceu multa rescisória alta e já avisou que dificilmente fará negócio ao término do empréstimo. Ou seja, o prazo de validade é curto e evidencia a necessidade de que o tempo no Parque São Jorge seja bem aproveitado.

Até agora foram cinco partidas e um gol marcado. Nesta quarta-feira, diante do Novorizontino, o camisa 3 aproveitou um cruzamento de Fagner para saltar e anotar o gol da vitória alvinegra. Também o seu primeiro com a camisa do Corinthians. "Primeiro de muitos", ele espera. O bom aproveitamento em jogadas de bola aérea não é uma novidade na carreira do jogador de 25 anos, que já começou no futebol mostrando suas qualidades.

"É um dos meus pontos mais fortes, desde que eu tinha 18 anos. Acredita que na minha estreia como profissional pelo Ceará eu fiz um gol de cabeça, rapaz?", questiona Pablo, em entrevista ao LANCE!.

O jogo a que se refere Pablo foi em 6 de maio de 2010. Recém-promovido das categorias de base do Ceará, o zagueiro de 18 anos foi testado pelo técnico PC Gusmão durante um amistoso contra o PSV, da Holanda. Logo no início da partida - e o jogador lembra como se fosse ontem -, Pablo aproveitou um cruzamento de Ernandes pela esquerda e cabeceou firme em direção ao gol de Cássio. Sim, o mesmo Cássio que pouco tempo depois deixou o clube europeu para defender o Corinthians. E que hoje é companheiro de defesa de Pablo.

"Eu era garoto, recebi uma oportunidade que nunca vou esquecer e consegui fazer um gol. Não era nem bola parada, foi um cruzamento que eu apareci quase na marca do pênalti e cabeceei na esquerda do Cássio. Quase que ele pegou (risos). Mas agora estamos do mesmo lado, então melhor para mim", disse.

Do Ceará, Pablo foi emprestado a dois clubes de menor expressão do Estado, ao próprio PSV e em seguida defendeu Grêmio, Avaí, Ponte Preta e Bordeaux antes do Corinthians. Ele lembra de ter marcado gols de cabeça em quase todos os clubes, principalmente pelo Avaí. Foram sete. Justamente nessa época, começou a ser monitorado pelo Corinthians. Mesmo como herói da última partida, o camisa 3 ainda acha necessário se apresentar à torcida. Prazer, Pablo.

"(Risos) Não é do Pablo do arrocha, da sofrência. Nem o do 'Qual é a música' também (risos). Minha mãe e meu pai escolheram meu nome e nunca perguntei a razão. Mas é Pablo. Agora chegou esse Pablo do arrocha, mas vamos deixar a comparação de lado. Comigo é sem sofrência.

CONFIRA A ENTREVISTA DO ZAGUEIRO PABLO AO LANCE!

Desde o seu primeiro treino foi possível ver que você chamava atenção pela bola aérea. É sua jogada tradicional mesmo, seu diferencial?
Sim, isso mesmo. É um dos meus pontos mais fortes, desde que eu tinha 18 anos. Desde lá eu trabalho essa parte de ir para o ataque, faço treinamentos específicos, procuro melhorar sempre. E estou aí na área, se tiver oportunidades vamos fazer mais gols.

Depois daquele gol você voltou a jogar logo pelo Ceará ou esperou mais?
Eu ia para os jogos do Campeonato Brasileiro pelo Ceará, mas não jogava sempre, porque tinha muitos zagueiros na época, eu era muito novo e o clube não tinha muito isso de colocar os jogadores novos, tinha um receio. Mas foi bom aquele gol, deu muita projeção como profissional.

Vocês fez gols por todos os times que defendeu?
Deixa eu pensar... Ceará fiz, como falei, Grêmio acho que não... Mas no Avaí eu fiz bastante, em 2014, se não me engano foram sete ou oito gols em dois anos. Depois na Ponte Preta fiz um gol em seis meses, agora no Corinthians. Mas estou aí. Se tiver bola na área para cabecear eu apareço.

E foi no Avaí, nesse época de goleador, que o Corinthians te viu pela primeira vez.
Foi isso mesmo, ali teve o primeiro contato do Corinthians. Na época não teve como eu vir, mas eu acredito em destino. Passaram três anos e estou aqui, feliz, espero dar continuidade nisso.

Já parou para ver números ou estatísticas do seu jogo aéreo? Tipo impulsão, dados desse tipo.
Eu acredito que eu salto bem, mas quem sabe isso aí é o laboratório, a parte de análise deve ter esses números. É muito bom ter essa qualidade, eu preciso da impulsão para tirar as bolas e quando der fazer um golzinho também.

Como são os treinos específicos para zagueiros aqui no Corinthians?
A bola parada em si é trabalhada específica. Tem o momento certo de correr, a batida, e isso a gente nem pode falar muito, porque os caras vão ficar meio atentos. Mas é tudo muito bem trabalhado, ainda mais que temos qualidade na bola aérea, eu, Balbuena, Jô, os caras cabeceiam muito.