Mãe ousada, pés no chão e na área: Shaylon quer mostrar mais a Ceni
O nome não é nada comum, mas talvez seja um dos mais falados entre a torcida do São Paulo desde que 2017 começou. Shaylon Kallyson Cardozo, catarinense de 19 anos, é a grande promessa do Tricolor para esta temporada e tenta explicar as razões para tanta badalação entre os torcedores e para ter sido promovido ao elenco profissional pelo técnico Rogério Ceni.
- A empolgação da torcida é normal. Nosso ano foi muito bom na base e por isso a torcida fica muito feliz com a gente. Tem que ter um pouquinho de calma, conquistar nosso espaço aos poucos e com o pé no chão. Tem muito jogador bom aqui. Eu trabalho firme no campo e o Rogério vem dando muitas dicas. Faço meu papel e fico feliz pelo reconhecimento - destacou a joia.
Mas e esse nome, Shaylon, qual a origem dele?
- Shaylon é diferente mesmo, minha mãe ousou (risos). Ela queria uma coisa diferente e não sai de onde saiu essa inspiração toda. E Kallyson é segundo nome ainda, ou seja, ela ousou em dobro - brincou.
Em seu último ano de base, quando ainda não pensava em ser promovido por Ceni, Shaylon ganhou a camisa 10 e mais responsabilidades. Respondeu com protagonismo: artilharia da equipe com 23 gols e da Copa do Brasil com seis. E sempre presente nas decisões, com tentos nas duas finais do torneio nacional e na primeira do título do Campeonato Paulista. O perfil goleador agora é trunfo para cavar uma vaga na equipe titular.
- Eu gosto muito de fazer gol, de chegar na área e chutar. Fico feliz de marcar os gols. Onde o Rogério me colocar estou disposto a jogar. A concorrência é grande em todos os setores do campo, o time vem forte e o Rogério prepara todos de forma igual. Eu tenho a cabeça muito boa, sou muito tranquilo e tenho que continuar desse jeito, trabalhando em campo - explicou.
Confira bate-papo com o meia Shaylon, no CT da Barra Funda:
Como foi o processo de compra pelo São Paulo? E por que você decidiu pegar 35% dos direitos econômicos da Chapecoense ? (Nota da redação: o Tricolor ficou com 50% e os catarinenses com 15%)
Foi muito bom, fiquei muito feliz com a renovação. Era o que eu queria. Essa ideia (de comprar os próprios direitos) vinha de muito tempo, mas não sei o motivo. Não sei explicar.
Você já ajudou a Chape nesta transação, mas pode ajudar mais em uma futura venda. Como se sente com isso após a tragédia?
No momento não penso nisso, em sair. Penso em me firmar e fazer uma história bonita aqui. Depois, se um dia acontecer isso, será bom para mim, para o São paulo e para a Chapecoense. Se for bom para todos, que aconteça.
Qual sua origem no futebol?
Jogava futsal na minha cidade e nas cidades vizinhas, até que passei em um teste na Chapecoense e fiquei dois anos lá. Depois vim para o São Paulo e aprendi demais aqui. Agora quero mostrar tudo o que sei no profissional.
Sua família já está em São Paulo?
Minha família é de Santa Catarina, eu moro sozinho no CT. É difícil, mas temos que passar por isso como jogador de futebol. Sou filho único e meus pais sempre me incentivaram. Eles devem estar muito orgulhosos de mim.
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