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Incansável, Renato diz: "Santos não vai abrir mão de nenhum campeonato"

Ivan Storti/ Santos FC
Imagem: Ivan Storti/ Santos FC

23/01/2017 06h00

Vigor físico, precisão com a bola nos pés e fôlego interminável. Foi assim que Renato, aos 37 anos, se tornou peça fundamental para o time de Dorival Júnior. Com a elegância e maestria de quem "joga de terno", como brincam os torcedores, o volante usa a experiência para ajudar o Santos a encontrar o atalho da conquista da América novamente.

Para fazer o clube levantar a taça da Copa Libertadores, depois de seis anos, Renato pede à diretoria para que mantenha a base do elenco e se coloca à disposição do treinador até para atuar "como segundo atacante", como nos tempos de Sevilla (ESP).

Em entrevista ao LANCE!, o ídolo santista abre o jogo e fala sobre o favoritismo do Santos no Paulistão. O camisa 8 ainda revela os planos para a aposentadoria.

Confira a entrevista na íntegra:

Neste início da temporada, mesmo com a janela de transferências aberta, o Santos tem conseguido manter a base do time para 2017 - ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando Geuvânio e Gabigol foram vendidos. O quanto isso é importante para o trabalho no ano?
Ajuda muito. Já tive essa experiência lá fora. Vimos o próprio Barcelona, que manteve uma base e se tornou uma equipe vencedora. Considero importante até porque os jogadores já se conhecem e, com reforços pontuais, acrescenta muito à equipe. Esperamos que essa base seja mantida até o fim do ano para que possamos alcançar nossos objetivos.

Ainda sobre as baixas que o time sofreu em 2016, o desempenho foi melhor do que esperavam?
Apesar das baixas, a equipe manteve o nível. O grupo foi fundamental para isso. Nós falávamos que todos teriam oportunidades e todos entenderam a responsabilidade que tinham. A partir do momento que recebiam a chance, tinha de trabalhar para manter o Santos no topo. Claro que perdendo jogadores importantes, alguns para seleções e outros por lesões, e sabíamos que a equipe perderia (qualidade), mas quem entrou conseguiu manter o nível. Isso demonstrou que o grupo tinha força para chegar até o fim do campeonato e brigar pelo título brasileiro.

Mesmo com a chegada de Leandro Donizete, você continua sendo o mais experiente do time. Como isso contribui para os mais jovens?
Eu ajudo sempre, procuro orientar. Quando eu estava com a idade deles, sempre ouvia os conselhos. Eu procuro ajudar para que eles façam o melhor dentro de campo e continuem crescendo. Sabemos que são jogadores com muita qualidade. Espero vê-los ainda na Seleção Brasileira principal.

O Dorival já disse que está estudando algumas possibilidades para montar a defesa e não descartou improvisar na zaga. Você se sente à vontade nessa posição?
Se tiver de ajudar, independentemente da posição, eu vou ajudar. Sou um jogador que procuro fazer as funções que são passadas. Já atuei no Sevilla como segundo atacante também, então não tenho problema nenhum. É entrar e sempre fazer o melhor.

Falando de Libertadores, o Santos terá como adversários dois campeões nacionais: Indepediente Santa Fé, da Colômbia, e Sporting Cristal, do Peru. Como avalia o nível de dificuldade neste grupo?
É complicado. Não dá para esperar jogos fáceis na Libertadores. Sabemos que, se pegarmos um time tecnicamente mais fraco, na Libertadores tem aquela raça, vontade que sobressai à técnica. Portanto, vamos encarar com o máximo respeito os adversários e procurar nos classificarmos para a próxima fase e, assim, chegar à final.

O último título da Libertadores do Santos foi em 2011, com Neymar, Paulo Henrique Ganso, Léo e Elano. Sendo que o único remanescente é o goleiro Vladimir. É possível ver semelhanças daquela época no elenco atual?
São jogadores diferentes, com características diferentes. Não pode comparar. Mas acho que nossa equipe é forte. Sabemos que as outras equipes estão se reforçando. Sabemos é complicado, mas esperamos fazer um bom papel e chegar à final para buscarmos buscar o tetracampeonato.

Nos últimos 11 anos, o Santos foi campeão paulista sete vezes. O time é imbatível no Estadual?
Não digo imbatível. Mas, como os outros três grandes, somos candidatos ao título. Sabemos que não dão importância para o torneio, mas todos querem chegar à final e se tornarem campeões. Esperamos que esse ano seja igual. Vamos buscar a final de novo para sermos campeões paulista. Não temos de abrir mão, dar prioridade para nada. Temos de entrar em todos os campeonatos para ganhar.

Para encerrar, aos 37 anos, você já pensa em aposentadoria? Sabe o que vai fazer depois de pendurar as chuteiras?
Eu espero cumprir o meu contrato e ainda quero mais um ano. Eu me sinto bem. Terminando o contrato, se o Santos quiser, quero trabalhar no clube, procurar ajudar fora dos gramados. Vamos ver. Isso não depende só de mim, depende da diretoria, então serei feliz se tiver esse convite para depois que eu parar.