Topo

Diretor do Corinthians pede paciência, explica entrevista e faz defesa

Eduardo Ferreira, diretor de futebol do Corinthians - Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians
Eduardo Ferreira, diretor de futebol do Corinthians Imagem: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians

19/09/2016 15h33

Enfrentando momento turbulento, o Corinthians tenta se reerguer e, para isso, conta com o apoio e a paciência da torcida. Foi isso que pediu Eduardo Ferreira, diretor adjunto de futebol do Corinthians. O dirigente também comentou sobre a troca no comando da equipe, saiu em defesa do presidente Roberto de Andrade e lembrou que o clube ainda está próximo do G-4 e disputa a Copa do Brasil.

Outro ponto abordado pelo cartola foi a entrevista coletiva que ele concedeu na última quinta-feira, quando negou a possibilidade de demissão de Cristóvão Borges e elogiou o trabalho do treinador, contratado pelo clube há menos de três meses. No sábado, entretanto, a equipe foi derrotada por 2 a 0 pelo Palmeiras na Arena Corinthians e o dirigente concedeu outra entrevista, desta vez explicando ao lado do presidente Roberto de Andrade as razões da queda do técnico. Eduardo Ferreira, então, explicou.

"Tem uma parte da imprensa maldosa falando disso. Me perguntaram em caso de derrota se eu garantiria a permanência dele. Eu disse que não sabia se estaria vivo dois dias depois, que dirá se manteria o técnico. Ali estava dando segurança a jogadores e comissão, dizendo que iríamos fortes ao clássico. Mas não falei que estava garantido até o fim do ano. Houve essa pergunta e eu não garanti", relatou o dirigente corintiano, quatro dias após a "garantia" e dois dias depois da troca de comando técnico.

Cristóvão Borges deixou o Corinthians com 48% de aproveitamento e foi demitido ainda no vestiário da Arena, logo após a derrota contra o Palmeiras. O treinador assumiu o comando do Timão na vaga de Tite, que foi para a seleção brasileira, e dirigiu apenas 18 jogos. Ele caiu da quarta para a quinta posição do Brasileirão em seu período no clube e conseguiu um empate em 1 a 1 com o Fluminense, fora de casa, na abertura das oitavas de final da Copa do Brasil - jogo de volta será nesta quarta-feira, às 21h45, já sob o comando de Fábio Carille, efetivado até o fim do ano.

"Sabemos que no futebol o que determina é resultado. Mesmo assim, o Corinthians tem trabalho e filosofia de segurar o treinador até o último instante, até a última gota. A gente não vai pensar na frente em algo negativo. Nós esperamos coisas boas. Ali, naquele momento (da entrevista), a gente queria deixar todo mundo forte internamente e criar um ambiente positivo externo. Você acha que algum dirigente chegaria na véspera do jogo e falaria que se empatar ou perder ia acontecer isso e aquilo? Era momento de confortar a todos, o grupo e o treinador", explicou Eduardo Ferreira, antes de completar, novamente sobre a saída de Cristóvão.

"Vocês veem a parte externa apenas. Torcedores vêm pedindo há um mês ou mais a saída do Cristóvão. Se fosse por pressão, já era para ter tirado ele antes. Mas sabemos como é o dia a dia, como está o trabalho dentro e fora de campo. Ele estava mostrando um bom trabalho, bom relacionamento, bom jeito de lidar", completou.

Confira abaixo a entrevista de Eduardo Ferreira:

SE ARREPENDE DA ENTREVISTA?

Às vezes você tem que pôr a cara a tapa para dar moral para seu técnico, seus jogadores, sua comissão. Fiz o que julgava ser melhor para o Corinthians.

PLANEJAMENTO PARA 2017

Há algumas semanas já estamos trabalhando pensando na próxima temporada, monitorando reforços. O Corinthians não para.

DÁ PARA BRIGAR PELO BRASILEIRÃO E A COPA DO BRASIL?

Com certeza o time vai disputar, como está disputando. A partida de quarta será difícil, como foi lá no Rio de Janeiro, e vamos lutar mais ainda. Também vamos competir no Brasileiro, que é equilibrado e está aberto. Estamos colados no terceiro e no quarto, com dois tropeços deles a gente já encosta e pode passar.

RECADO À FIEL

Nós entendemos a paixão do torcedor, desde que nasci respirei a arquibancada, sei que às vezes até se comete loucuras pelo clube, mas pedimos paciência e compreensão em dois lados, com time e também com o trabalho financeiro que o presidente vem fazendo. O Roberto de Andrade está sendo criticado, mas será lembrado daqui a dois ou três anos, pois está deixando as finanças mais equilibradas para o clube não chegar nos próximos anos e passar vergonha, quem sabe ter que escalar 11 jogadores da base. Estamos em quinto no Brasileiro, disputando a Copa do Brasil. Poxa, dá a impressão de que estamos no rebaixamento ou há cinco anos sem ganhar títulos. Entendo esse lado do torcedor em geral, mas vamos ter essa paciência e compreensão para neste momento estar todo mundo incentivando fora de campo, dando moral!

COMO REERGUER O TIME

Desde cedo estamos trabalhando bastante, fazendo reunião com comissão técnica, funcionários... Estamos fazendo de tudo para nos reerguemos rapidamente e buscar as vitórias novamente.

DÁ PARA BANCAR QUE O CARILLE FICA ATÉ O FIM DO ANO?

Nós estamos agora com um trabalho novo, um treinador novo... O pensamento é não é em treinador, nosso foco é o jogo de quarta (contra o Fluminense).

TORCIDA EXIGENTE

Não dá para ter todo ano um time novo brigando lá em cima. Trocaram mais de metade do grupo e nem sempre encaixa como em 2015. Todo mundo se espelha no time do ano passado, mas nem sempre se forma um super time. Aqui não falta trabalho da direção e empenho dos jogadores. Eu e o Alessandro (gerente de futebol) estamos há um ano e nove meses com eliminações, títulos, e jamais houve burburinho de elenco rachado ou problema com funcionários... O clima é positivo internamente, isso é muito importante!

EXCESSO DE LESÕES

Há duas semanas fui conversar com o departamento médico e me apresentaram um gráfico com todas as lesões: musculares, ósseas, traumas... Comparado a setembro do ano passado, o número está até abaixo. É quase um empate técnico, mas está abaixo de 2015. Isso me surpreendeu. Então, não há problema, pelo contrário!