Francês tem armas para velejar na Paralimpíada mesmo sem enxergar
O francês Nicolas Vimont-Vicary, de 54 anos, mostra que idade e deficiência não são empecilhos para construir uma carreira na vela adaptada. Ao lado dos compatriotas Bruno Jourdren (55) e Eric Flageul (49), ele é um dos poucos cegos que competem no esporte no Rio. Um capacete com tecnologia de sensor aponta a direção do vento.
- Eu me guio por outros sentidos, pelo balanço do barco, o movimento e a força do vento. Tenho de regular as marcas na embarcação para velejar. Meu barco é como minha esposa - disse o atleta, que terminou o dia ontem na 10 colocação.
Nicolas foi diagnosticado com retinose pigmentar, doença genética, aos 10 anos. Enxergou até os 25. Hoje, só percebe luzes. Natural de Nova York (EUA) e filho de uma francesa, teve incentivos desde cedo. A família é dona de uma empresa de materiais voltados a embarcações.
- Eu até já perdi minha cidadania americana, em julho. Hoje, sou apenas francês - brincou o velejador.
Diferentemente da Skud-18, em que o time é composto por um homem e uma mulher, a Sonar permite três atletas, de qualquer gênero. A cada deficiência é atribuída uma pontuação, e a soma máxima é 14.
- Na proa, o companheiro vai cantando. Os mordedores (cabos) são enfileirados. Geralmente, quando o cara é cego, colocam cada um com uma espessura diferente. Ele vem com a mão, sente o mordedor e faz a manobra. Dão um nozinho em um cabo, dois em outro, e assim vai diferenciando para o atleta ir no tato - explica o brasileiro Herivelton Ferreira.
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