Contra o fair play, Bento recebe apoio no Cruzeiro: "Não dá para ser otário"
Paulo Bento não teve receio de dizer que é contra a prática do fair play. Após discutir com Givanildo Oliveira por conta de um lance envolvendo o meia-atacante Rafael Bastos e ser expulso no jogo que terminou em 1 a 1, o treinador do Cruzeiro garantiu que os seus comandados não praticarão o ato até o fim da temporada. Ele ainda foi apoiado pelo vice-presidente de futebol Bruno Vicintin.
Em entrevista coletiva no Mineirão, palco do clássico mineiro, o comandante fez a sua análise da situação e explicou por que é contrário à prática:
- A confusão não foi com ninguém em especial, não quero confusões com ninguém. Apenas que acho que o futebol deve ser valorizado pelo positivo, ou seja, que meus jogadores joguem de uma forma positiva, joguem de uma forma leal, e que tentem aproveitar da melhor maneira possível todo o tempo que existe no jogo. Ou seja, fazer um jogo com maior tempo útil possível. Isso é o que tratamos, e não estou dizendo que o treinador do adversário o fez (orientação de antijogo) - afirmou.
- Não digo nunca, ao longo de uma carreira que é curta ainda, que um jogador meu para queimar tempo. Não digo. A única coisa que quero deixar bem claro é que, a partir de agora, por questão de filosofia, e isso iremos comunicar também aos nossos jogadores, e para que todos os nossos adversários o possam saber, a partir desse momento, o time do Cruzeiro não colocará a bola fora. Se colocar, não pretendemos que depois nos devolvam a bola. E também, quando o adversário a colocar, nós não colocaremos fora. Há o árbitro para isso. É o árbitro que tem que apitar, é o árbitro que tem que parar o jogo. Nós queremos jogar futebol, jogar de forma positiva e disso trataremos que os jogadores possam fazer da melhor maneira possível. Não foi o caso só do jogo de hoje. No jogo anterior isso também já havia acontecido - acrescentou.
Questionado sobre a situação, o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, não teve problemas em ratificar o seu apoio ao comandante, garantindo que não é preciso "ser otário" no meio do futebol.
- Quero dar todo o apoio ao Paulo Bento, à decisão dele. Questão de fair play, que, segundo me falaram, o dirigente do América disse que ele deveria saber como as coisas funcionam no Brasil. No Brasil, fair play foi confundido com qualquer paralisação para atrasar o jogo. A gente apoia o Paulo nisso. Vocês, que são repórteres, poderiam contar quantos jogadores do América que caíram no segundo tempo. Damos apoio à filosofia dele. O grito que veio da arquibancada mostrou que o próprio torcedor sabe a diferença entre fair play e ser otário. Se existisse contusão, o jogador do América seria atendido do lado de fora. Não houve isso - concluiu.
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