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Bauza: 'Festejamos com os fogos que soltaram de madrugada'

19/05/2016 01h12

Se o São Paulo avançou à semifinal da Copa Libertadores da América, Edgardo Bauza certamente tem grande participação. A vaga foi conquistada nesta quarta-feira mesmo com derrota para o Atlético-MG em Belo Horizonte, mas o técnico está empolgado. Patón comemora estar entre os quatro melhores do continente após fazer a equipe aprender a defender. E mais: deixando para trás a tentativa da torcida do Galo de atrapalhar o sono tricolor na última noite, com foguetório realizado na porta do hotel onde os paulistas estavam hospedados.

- Trabalhamos do mesmo jeito, vimos vídeos e festejamos com os fogos que soltaram de madrugada. Se pensam que isso ajuda a vencer, estão enganados. Transmiti segurança aos jogadores e eles fizeram absolutamente tudo - destacou o argentino, antes de prosseguir:

- Para atacar e defender, dependemos dos 11 jogadores. Em quatro meses de trabalho (cinco, na verdade), a equipe foi crescendo e está muito melhor. Não é a mesma que começou perdendo para o The Strongest (BOL). Se passou por Atlético e Toluca (MEX) é porque aprendeu a defender - exaltou.

Exceção feita às goleadas sobre Toluca e Trujillanos (VEN), o São Paulo se notabilizou muito mais por jogos táticos e de entrega do que por espetáculos ou atuações brilhantes. Mas isso nem de longe incomoda Bauza. O técnico mantém suas convicções de que para triunfar na Libertadores, o que já fez duas vezes na carreira (por LDU-EQU e San Lorenzo-ARG, o importante é conquistar os resultados.

- Escutei análises de que o jogo do São Paulo não é vistoso. Não me interesso por isso. Quero equipes efetivas em campo e estamos bem contentes com essa. Isso é fruto de trabalho, dedicação e desejo dos atletas para estar onde estamos. O time neste momento tem identidade, sabe pelo que joga, perfeitamente. Cada um faz a análise que quiser - sentenciou.

Confira outros trechos da entrevista de Edgardo Bauza:

O que determinou a classificação?

O mais importante foi manter a ordem. Começamos mal, sabíamos que haveria muita pressão, mas não esperávamos os dois gols. Mas quando fizemos o nosso gol, começou outro jogo. Só nos 15 minutos finais é que ficamos muito atrás. Estamos entre os quatro melhores da América e pouquíssimos acreditavam nisso. É um elenco que se entrega, luta e é concentrado. Estar na semifinal é produto da nossa ordem em campo.

O que pode ser melhorado nesta parada durante a Copa América?

Vou rever o jogo. Nos últimos 15 minutos a equipe ficou muito atrás. Vamos tentar melhorar isso, porque em Libertadores os erros não te perdoam. A semifinal será mais difícil. A pausa é para todos. Vamos seguir jogando outro campeonato e podemos aproveitar, assim como as outras equipes. Vamos nos preparar de acordo com o calendário. Vamos planejar, mas isso não me preocupa. Já tenho que pensar na partida de domingo, contra o Inter.

Qual a importância de ter marcado em todos jogos como visitante?

Libertadores tem como diferença a força de fazer gols como visitante. É decisivo. Quando cheguei, um dos problemas que a equipe tinha era a bola parada. Agora não sofremos tanto e fazemos muitos gols de bola parada (11 de 40). Isso é trabalho, treino e muitas horas mostrando videos. É uma arma.

Como analisa seu trabalho até aqui (30 jogos)?

Trabalhar no Brasil e no São Paulo foi um desafio grande. São muitos técnicos bons, de muitas qualidades e estou na semifinal. O trabalho é o mesmo, não há nada mágico. Dou tranquilidade e as ordens, e assim vamos jogo a jogo. O começo não foi bom, mas com as semanas os jogadores aceitaram a ideia e os vejo convencidos do que fazer. Estar na semifinal é muito difícil e mérito dos atletas. Na preleção havia muita ansiedade e interrompi: "Garotos, aproveitem, são poucos que jogarão um jogo deste. Corram muito, mas aproveitem".