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Na prisão, Bruno revela tentativa de suicídio e desejo de voltar a jogar futebol

17/05/2016 19h18

Cinco anos passaram-se desde a prisão do ex-goleiro Bruno. O ex-atleta do Flamengo, que cumpre pena de 22 anos e três meses pela morte de Eliza Samúdio, em 2010, disse em entrevista ao GE.com, que foi agredido com uma facada.

- Devido à irresponsabilidade de algumas pessoas em programas sensacionalistas, eu fui agredido por terem divulgado inverdades falando que eu era de um grupo de extermínio (um programa de TV relacionou Bruno ao grupo de Bola, ex-policial civil e também condenado pela morte de Eliza Samúdio). Não foi uma coisa muito legal de ser dita no pavilhão que eu estava. Os caras não queriam nem saber. Para eles, tirar a vida de alguém lá tanto faz. É a mesma coisa de tirar a vida de um animal. Num banho de sol, fui agredido. Foi um corte no braço, mas graças a Deus pegou de raspão. Consegui superar essa situação e vir para Apac - contou.

O sofrimento do cotidiano na cadeia ainda fez com que Bruno fosse diagnosticado com depressão. Aos 31 anos, Bruno relembrou o momento e disse, inclusive, que tentou suicídio.

- Os agentes penitenciários faziam muita covardia. A pressão era muito grande. Eu cheguei ao ponto de perder o equilíbrio, acabei tentando o suicídio amarrando um lençol na grade e me joguei. Acabou que Deus botou a mão naquele momento ali e não permitiu que eu tirasse a minha própria vida. Quando eu saltei da ventana, o lençol partiu. Impressionante. Foi um dos momentos mais difíceis da minha caminhada - afirmou.

Apesar do tempo que está preso, Bruno disse que permanece treinando e assegura que segue sonhando com o retorno aos gramados.

- Reconheço que eu tenho que pagar a minha dívida com a justiça. Quando eu conseguir o semiaberto eu vou correr atrás do tempo perdido. Tudo o que aconteceu vai servir de experiência. Eu vou voltar. Chega de sofrer, sabe? Eu acho que sofri muito e fiz muitas pessoas sofrerem. Mas está na hora de fazer essas pessoas felizes - declarou.

Mesmo com os muitos anos que deverá responder à Justiça, Bruno espera conseguir cumprir prisão semiaberta já em 2018.

- A realidade, com a progressão de regime, pelas contas que eu faço, é lá para 2018. Lógico que tem muita coisa para acontecer no processo. Apelação para redução de pena, alguma coisa assim. O que a justiça achar que é justo, é isso mesmo. Pés no chão, cabeça erguida e bola para frente - disse.

Bruno ainda projeta lançar um livro contando sobre sua vida e assegura que o conteúdo surpreenderá muita gente.

- Tá saindo. É um livro que vai surpreender muita gente. Vou falar sobre tudo. Sobre a infância do Bruno, como o Bruno profissionalizou no Atlético, a minha saída do Atlético, o que realmente aconteceu já que ficou um clima ruim e a torcida até hoje não sabe por quê eu saí. A minha ida para o Corinthians e o que aconteceu lá, o tempo que eu passei no Flamengo, os bastidores, o que acontecia no dia a dia, festas. Posso acrescentar alguma coisa do fato que aconteceu comigo, o que realmente aconteceu, a verdadeira história que quase ninguém sabe. Mas eu não posso fazer um livro sem um final feliz. Eu não posso fazer um livro e simplesmente terminar dentro da cadeia. Todo livro tem que ter um final feliz, e eu estou esperando esse final acontecer na minha vida - concluiu.